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EUA e China avançam para fim da guerra comercial

7h45 ▪ 6 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
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Uma mudança estratégica está se delineando entre Washington e Pequim. Na véspera de uma cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping, as duas potências anunciam um acordo preliminar para evitar uma guerra comercial com repercussões globais. Este sinal de acalmia, inesperado, mas calculado, repercute até nos mercados financeiros e no ecossistema cripto, historicamente reativos às tensões geopolíticas. Em um contexto onde tarifas alfandegárias e restrições tecnológicas alimentavam a incerteza, esta abertura reacende a esperança de uma normalização duradoura das trocas sino-americanas.

Sobre uma ponte comercial de aço, um contêiner misto (metade vermelho/metade azul), decorado com símbolos monetários ($ e ¥), é transportado por duas mãos mecânicas gigantes, uma de cada lado (uma mão robótica azul vinda de Washington, uma vermelha vinda de Pequim).

Em resumo

  • Um acordo comercial preliminar entre os Estados Unidos e a China foi anunciado, na véspera de um encontro estratégico entre Donald Trump e Xi Jinping.
  • As negociações foram facilitadas à margem da cúpula da ASEAN, em um contexto de tensões sobre terras raras e tarifas alfandegárias.
  • Washington e Pequim mencionam uma desescalada progressiva, com possível eliminação das taxas americanas e suspensão temporária das restrições chinesas.
  • O secretário do Tesouro, Scott Bessent, fala de um “quadro muito substancial” e afirma que as ameaças tarifárias fortaleceram a posição americana.

Rumo a uma desescalada comercial estratégica entre Washington e Pequim

A poucos dias de um encontro bilateral crucial entre Donald Trump e Xi Jinping, os Estados Unidos e a China anunciaram ter alcançado um quadro preliminar de acordo comercial, durante discussões realizadas à margem da cúpula da ASEAN em Kuala Lumpur.

Esta iniciativa visa interromper uma espiral de tensões que colocou os dois maiores poderes econômicos mundiais em confronto em vários fronts. “Os Estados Unidos e a China querem firmar um acordo”, declarou Donald Trump, expressando sua vontade de receber Xi em Washington ou em Mar-a-Lago, sua residência na Flórida. Embora as autoridades chinesas ainda não tenham detalhado publicamente o conteúdo deste quadro, o tom adotado pelas duas partes mostra uma reviravolta diplomática significativa entre Washington e Pequim.

Essa vontade de acalmar os ânimos surge em um contexto ainda marcado por fortes tensões. De fato, Pequim decidiu restringir ainda mais as exportações de terras raras, essenciais para as indústrias tecnológicas e de defesa americanas. Em retaliação, Trump havia ameaçado impor tarifas adicionais de 100 % sobre as importações chinesas a partir de 1º de novembro.

Os contornos do acordo mencionado incluem :

  • A eliminação progressiva das novas tarifas americanas, se as condições do acordo forem validadas ;
  • Uma suspensão de um ano das restrições chinesas sobre terras raras, como gesto de boa fé ;
  • A confirmação de um encontro oficial entre Trump e Xi na Coreia do Sul para finalizar o acordo, à margem da cúpula da APEC.

As autoridades de Washington veem neste quadro uma base séria para sair do impasse. Contudo, até o momento, nenhum documento oficial foi assinado ainda, e uma parte da incerteza persiste quanto à implementação concreta das medidas mencionadas.

Scott Bessent dá o tom, as criptomoedas reagem

É Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, quem forneceu os comentários mais precisos sobre o progresso das negociações. Ele afirma : “acho que alcançamos um quadro muito substancial que evitará a aplicação dos 100 % de tarifas e nos permitirá discutir muitas outras questões com a China”.

Ele acrescenta que a ameaça tarifária levantada por Trump lhe deu uma alavanca considerável de negociação. O desafio aqui não é apenas comercial. É a primeira vez em meses que um alto funcionário americano fala de um verdadeiro quadro de desescalada, reforçando a credibilidade de um acordo duradouro. O anúncio ocorreu pouco antes da confirmação de um encontro bilateral na cúpula da APEC, prevista para 31 de outubro, entre Trump e Xi.

Esses sinais desencadearam imediatamente uma reação moderada, mas clara do mercado cripto. O bitcoin ganhou 1,8 %, o Ether 3,6 % e Solana 3,7 % nas horas seguintes à declaração de Bessent.

A sensibilidade das criptomoedas às tensões geopolíticas foi comprovada mais uma vez. Por exemplo, o anúncio das tarifas de 100 % por Trump em 11 de outubro causou uma queda brusca em algumas altcoins, chegando a -99 % em algumas capitalizações médias.

Por outro lado, a perspectiva de um acordo estabilizador e de uma política monetária acomodatícia nos Estados Unidos, com a Fed sendo prevista para cortar suas taxas, alimenta expectativas de alta. “Os preços dos ativos vão enlouquecer esta semana se o acordo for firmado”, tuitou Anthony Pompliano, cofundador da Morgan Creek Digital.

Esse renovado otimismo, entretanto, não deve ocultar as persistentes incertezas. O quadro mencionado ainda não foi oficializado pelas duas partes sob a forma de um acordo vinculativo. A China, cautelosa, mantém silêncio sobre as concessões que poderia estar disposta a fazer, especialmente nos setores tecnológico e de direitos de propriedade intelectual. Se o ímpeto é real, sua consolidação dependerá do encontro Trump–Xi e da capacidade dos dois chefes de Estado de superar posturas políticas. Para o mercado cripto, frequentemente afetado por tensões comerciais, o desafio é grande: uma desescalada pode abrir caminho para um retorno da confiança global, e assim de capitais, enquanto o fracasso nas negociações reacenderia a incerteza.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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