Golpe Cripto Atinge Perto de Casa: Pastor Online e Esposa Indiciados por Fraudar Seguidores

Ninguém parece verdadeiramente seguro contra fraudes em criptomoedas, nem mesmo pessoas em comunidades religiosas unidas. Um exemplo marcante disso aconteceu em Denver, Colorado, onde um pastor online e sua esposa foram indiciados por um golpe envolvendo criptomoedas. O casal é acusado de enganar membros de sua comunidade religiosa em mais de US$ 3 milhões.

Golpe em Criptomoedas Baseado na Fé: Milhões Arrecadados para uma Moeda Sem Valor

Durante o início de 2022 até meados de 2023, Eli e Kaitlyn Regalado lançaram seu próprio token digital chamado INDXcoin. O casal o promoveu através de sua plataforma, Kingdom Wealth Exchange, direcionando-se a membros de seu círculo religioso. Eles descreveram a moeda como uma oportunidade segura e promissora de investimento, usando sua influência espiritual para ganhar a confiança das pessoas.

Segundo as investigações do Escritório do Promotor Distrital de Denver, o casal arrecadou cerca de US$ 3,4 milhões durante esse período. Os promotores afirmaram que, em vez de direcionar os fundos para o negócio, eles usaram grande parte do dinheiro para ganho pessoal. Pelo menos US$ 1,3 milhão teria sido usado em despesas diárias e consumo de luxo, incluindo reformas na casa. Eles chegaram a afirmar que a decisão de reformar veio de uma orientação espiritual.

Os investigadores dizem que cerca de 300 pessoas investiram no projeto. Esses investidores foram levados a crer que a INDXcoin possuía suporte financeiro sólido e proporcionaria retornos. Na verdade, a moeda não tinha qualquer valor real de mercado, não era respaldada por ativos tangíveis nem vinculada aos principais ativos de criptomoeda.

Eli e Kaitlyn Regalado enganaram investidores potenciais e atuais, e não revelaram a eles que os Réus não tinham liquidez para suportar a quantidade de INDXcoin então em circulação e que a INDXcoin não estava “indexada” a um certo valor ou à média das 100 maiores criptomoedas do mundo, mas, em vez disso, era respaldada essencialmente por nenhum ativo e não possuía valor real.

Tribunal Distrital de Denver, Colorado.

Autoridades Legais Buscam Justiça no Caso INDXcoin

O Promotor Distrital de Denver, John Walsh, descreveu o indiciamento como um avanço para trazer justiça aos afetados. Ele elogiou sua equipe jurídica e os investigadores da Divisão de Valores Mobiliários do Colorado e do Escritório do Procurador-Geral do Colorado pelo progresso no caso.

Essas acusações representam um grande avanço em nosso trabalho para responsabilizar os Regalados por seus supostos crimes e para levar um pouco de justiça às vítimas. Quero agradecer os promotores e investigadores do meu escritório e, especialmente, os investigadores da Divisão de Valores Mobiliários do Colorado e do Escritório do Procurador-Geral do Colorado, cujo trabalho exemplar resultou neste indiciamento.

Promotor Distrital de Denver John Walsh

No início deste ano, Eli e Kaitlyn Regalado foram acusados pela primeira vez por seu envolvimento na criação e promoção da INDXcoin. Agora, o casal enfrenta um novo indiciamento relacionado ao mesmo esquema.

Na época das primeiras acusações, o Comissário de Valores Mobiliários do Colorado, Tung Chan, disse que Eli Regalado usou sua posição na igreja para convencer seguidores a investir em uma criptomoeda sem respaldo real.

Golpes Semelhantes de Criptomoedas de Líderes Religiosos e Influenciadores

Não é a primeira vez que um caso assim vem à tona. No início de 2025, Francier Obando Pinillo, um ex-pastor do estado de Washington, também foi indiciado. Pinillo, assim como os Regalados, é acusado de usar seu papel na igreja para promover um falso plano de criptomoedas.

Ele afirmava que seu empreendimento, chamado Solano Fi, foi inspirado por um sonho e anunciado como completamente seguro. O projeto teria arrecadado milhões entre o final de 2021 e o final de 2023 antes que a fraude fosse descoberta.

Em um incidente separado, uma influenciadora russa conhecida online como “Bitmama” foi presa e sentenciada a sete anos em uma colônia penal. Seu caso, que não tinha ligações com religião, envolveu um esquema de criptomoedas que drenou mais de US$ 21 milhões dos investidores.