Hegota e Glamsterdam marcam nova fase do Ethereum

Ethereum inicia uma virada estratégica em 2026, com duas atualizações principais previstas no espaço de alguns meses : Glamsterdam no primeiro semestre, seguida por Hegota no final do ano. Muito tempo criticada pela lentidão de seu desenvolvimento, a blockchain agora opta por um calendário mais acelerado, alinhado com as exigências crescentes de seu ecossistema. Essa aceleração marca uma virada na governança do protocolo e abre uma nova fase técnica para Ethereum, na hora em que o setor entra em uma era de consolidação.

Hegota : uma nova etapa já nos trilhos

Em uma reunião realizada no início de dezembro, os desenvolvedores da Ethereum oficializaram o nome e a janela de lançamento de sua próxima atualização de rede, enquanto a blockchain acaba de entrar em uma nova era graças à ativação do Fusaka.

Batizada de “Hegota”, essa atualização ocorrerá após “Glamsterdam”, prevista para o primeiro semestre de 2026, colocando Hegota na segunda metade do ano. Essa seqüência ilustra uma inflexão estratégica importante: a equipe responsável pelo protocolo agora adota uma cadência de desenvolvimento mais rápida para responder às necessidades crescentes da rede.

Essa decisão reflete uma nova abordagem no desenvolvimento da Ethereum, na qual as mudanças serão entregues de forma mais regular em vez de agrupadas em grandes versões uma vez por ano.

Nesse estágio, o conteúdo exato do Hegota ainda não foi definido, mas vários pontos principais já emergem das primeiras discussões técnicas. Aqui estão os elementos essenciais a serem retidos :

• “Hegota” segue a tradição Ethereum, combinando uma cidade-sede da Devcon (aqui Bogotá) e o nome de uma estrela (aqui Heze) ;

• Ausência de EIPs validadas : nenhuma Ethereum Improvement Proposal foi oficialmente integrada a essa atualização; o escopo do Glamsterdam deve primeiro ser finalizado no início de janeiro de 2026, as primeiras comunicações sobre Hegota são esperadas após fevereiro ;

• Os Verkle Trees em discussão : a integração dos Verkle Trees está sendo considerada. Essa estrutura de dados permitiria armazenar e validar grandes quantidades de informações de forma mais eficiente, com um impacto importante na redução dos requisitos de hardware para os nós ;

• O reaproveitamento de EIPs não selecionadas : como nas atualizações anteriores, algumas propostas técnicas previstas para o Glamsterdam, mas consideradas muito complexas ou tardias, podem ser transferidas para o Hegota.

Com esse planejamento em duas etapas, os desenvolvedores cripto buscam facilitar a evolução do protocolo, mantendo flexibilidade no conteúdo técnico das atualizações. Esse método iterativo contrasta com os ciclos anteriores.

Uma mudança de ritmo para um ecossistema sob tensão

Além do planejamento técnico, o anúncio da atualização Hegota traduz uma virada estratégica para os desenvolvedores do Ethereum, que buscam acelerar seu cronograma para responder às críticas expressas ao longo deste ano por parte da comunidade cripto.

De fato, alguns usuários e desenvolvedores consideravam que o desenvolvimento do protocolo não acompanhava o ritmo das necessidades da rede. Essa pressão comunitária parece ter levado as equipes cripto a adotar uma estratégia de implantação mais ágil, rompendo com os ritmos anteriores frequentemente considerados muito lentos.

A lógica por trás dessa nova dinâmica também é estrutural. Ao aumentar a frequência das atualizações, Ethereum espera reduzir a complexidade dos lançamentos e melhorar sua confiabilidade.

A Fundação Ethereum declarou recentemente em um post que “Fusaka entregou o PeerDAS além de uma miríade de funcionalidades menores, e Glamsterdam incluirá elementos principais como as Listas de Acesso no nível do Bloco e a Separação Proposer-Builder consagrada. Agora, começamos a definir a próxima atualização: Hegota”.

Essa transição para versões mais segmentadas, mas mais regulares, também visa oferecer mais visibilidade para desenvolvedores terceiros e projetos DeFi que constroem sobre a base do protocolo.

Com Hegota, Ethereum confirma sua vontade de acelerar sua mutação técnica. De fato, os desafios são claros: reforçar a eficiência da rede, aliviar a infraestrutura e consolidar seu papel central no ecossistema DeFi, enquanto a concorrência tecnológica se intensifica e as expectativas dos usuários continuam crescendo.