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Lei digital europeia: Buterin pede para frear algoritmos, não ideias

12h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Evans S.
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A regulação às vezes parece um cômodo bem arrumado. Nada sobressai. Nenhuma corrente de ar. E é exatamente isso que Vitalik Buterin reprova na União Europeia: querer uma internet “limpa”, sem aspereza, a ponto de reduzir o oxigênio disponível para a inovação cripto. Em uma longa mensagem publicada no X, o cofundador do Ethereum aponta onde dói: o Digital Services Act (DSA) não se limitaria a conter os danos, buscaria eliminar o próprio espaço onde nascem as ideias controversas.

Vitalik Buterin luta, estrangulado pelos rolos das leis europeias, sob o olhar frio de burocratas ameaçadores.

Em resumo

  • Vitalik Buterin acusa a União Europeia de promover, por meio do DSA, uma internet “sem espaços”, onde qualquer desvio é monitorado.
  • Segundo ele, o verdadeiro perigo não é a existência de ideias controversas, mas sua amplificação massiva pelos algoritmos.
  • Essa lógica de controle reforça o interesse pela privacidade e pode reacender o apelo de privacy coins como Monero e Zcash.

Uma “internet sem interstícios”: o que o DSA realmente muda segundo Vitalik

O DSA não mira alguns gigantes, ele mira o ecossistema, inclusive serviços ligados às criptomoedas. Toda plataforma que atinge usuários europeus está no escopo. Pequena, grande, europeia ou não: ninguém está totalmente “fora do alcance”. Essa lógica tem uma virtude óbvia: fechar as portas falsas que alguns usavam para se declararem irresponsáveis.

Mas essa arquitetura também tem um efeito colateral: cria uma pressão regulatória difusa, constante, como um ruído de fundo. As obrigações se ajustam segundo o tamanho e o risco, claro. Mas a filosofia permanece a mesma: não deve existir zona cinzenta.

É aí que nasce o rótulo “no-space”, como ressalta Vitalik. Sem espaço não regulado. Sem cantos digitais onde um conteúdo cripto considerado problemático possa se infiltrar. A intenção declarada não é a censura total. O coração do texto fala mais sobre avaliações de risco, transparência, escolhas de design. Mas na prática, a mensagem enviada às plataformas pode ser resumida brutalmente: “não deixe nada passar”.

Para Buterin, o problema não é a existência do marginal, é sua promoção industrial.

Buterin: o verdadeiro perigo são os algoritmos que ampliam o veneno em grande escala


O argumento de Buterin é quase clínico: uma sociedade livre não deve buscar erradicar todas as ideias que considera nocivas. Na mesma lógica, ele, que defende a ideia de simplificar e clarificar o Ethereum para se aproximar de uma verdadeira “ausência de confiança”, enfatiza um ponto: em vez de querer apagar tudo, é preciso quebrar os mecanismos que dão poder a esses conteúdos.

Para ele, a prioridade é impedir que essas ideias se tornem dominantes por mecanismo algorítmico. Ou seja, não combate-se um boato apagando-o em todos os lugares, combate-se a máquina que o transforma em tendência.

E é aí que a crítica se torna política. O “tolerância zero” tem uma inclinação natural: o excesso. Quando o objetivo vira “nenhuma falha”, a ferramenta vira vigilância. Depois aplicação tecnocrática. Depois dependência de árbitros. E de repente, um debate público é tratado como um vazamento de gás.

Buterin fala de pluralismo, no fundo. A contradição é desconfortável, mas estruturante. Querer eliminá-la é correr o risco de fabricar uma sociedade lisa… e frágil. No mundo cripto, essa fragilidade custa caro: assim que um quadro fica muito rígido, a inovação não morre, ela se muda.

E quando a regulação empurra para mais controle, um velho reflexo cripto vem à tona: a proteção da privacidade.

Privacidade, dados, “privacy coins”: um possível efeito bumerangue

Nesse contexto, a narrativa “privacy-first” ganha força. Não necessariamente como promessa especulativa, mas como um lembrete filosófico: a intimidade digital não é um luxo, é uma camada de segurança. Os usuários não lêem todas as leis, mas entendem bem quando o ar fica pesado.

O debate reacendeu o interesse pelas privacy coins como Monero ou Zcash. Não porque todos queiram ficar invisíveis. Mas porque muitos descobrem uma verdade simples: quanto mais se vigia, mais se armazena. E quanto mais se armazena, mais se expõe. O dado é uma matéria inflamável. Sempre acaba queimando em algum lugar.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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