Sharing major news key to WTO reform! Premier Li Qiang of China has just announced that China will no longer have access to Special and Differential Treatment in new WTO Agreements. This announcement was made at a meeting convened by China on its Global Development Initiative on… pic.twitter.com/y0IT3exgaL
— Ngozi Okonjo-Iweala (@NOIweala) September 23, 2025
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Li Qiang anuncia renúncia a tratamento especial na OMC
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Geopolítica
A China anuncia que renuncia a parte de seus privilégios na OMC. Este gesto, qualificado como “maior” pela diretora-geral da organização, Ngozi Okonjo-Iweala, reconfigura as cartas do comércio mundial. Formulada pelo próprio Li Qiang, esta decisão marca uma virada estratégica para as autoridades de Pequim, há muito acusadas de se beneficiar indevidamente das regras multilaterais.
Em resumo
- A China anunciou sua intenção de abrir mão de certos privilégios comerciais concedidos pela OMC aos países em desenvolvimento.
- Essa decisão, qualificada como “majoritária” pela diretora-geral da OMC, marca uma mudança estratégica na postura internacional de Pequim.
- Até agora, a China se beneficiava de vantagens importantes, como prazos estendidos, subsídios industriais e acesso facilitado aos mercados desenvolvidos.
- A China está abrindo mão desses privilégios, mas mantém seu status de país em desenvolvimento, considerado essencial para o seu equilíbrio econômico.
Pequim abandona uma alavanca maior de competitividade comercial
Durante um discurso proferido nesta terça-feira, 23 de setembro, na margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, Li Qiang, Primeiro-Ministro chinês, anunciou oficialmente que a China está pronta para renunciar ao “tratamento especial e diferenciado” (TSD) previsto para os países em desenvolvimento no âmbito da Organização Mundial do Comércio, enquanto o país continua sua ofensiva monetária contra a dominação do dólar.
Esta declaração foi saudada como um “evento maior” por Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da OMC, que afirmou no X : “é o resultado de muitos anos de trabalho árduo, e desejo felicitar os líderes chineses pela sua ação nesta área!”.
Tal decisão constitui uma ruptura com a linha dura defendida por Pequim desde sua adesão à OMC em 2001.
Essa mudança de atitude implica para a China o abandono de vários mecanismos-chave que suportaram sua estratégia de industrialização acelerada. Como país beneficiário do TSD, a China dispunha até agora de várias vantagens estruturais na competição econômica mundial, conforme listou Thomas Deconstanza, pesquisador do think tank Skema Publika :
- Prazos prolongados para aplicar certas regras da OMC, permitindo retardar o alinhamento de suas políticas econômicas ;
- A possibilidade de subsidiar massivamente suas indústrias estratégicas, especialmente em setores de alta tecnologia como veículos elétricos ;
- Acesso facilitado aos mercados desenvolvidos, como a União Europeia ou os Estados Unidos, sem estar sujeito a certas contrapartidas impostas às economias mais avançadas.
Essas medidas, agora em curso de abandono, constituíam a base da política comercial chinesa. Sua supressão sinaliza uma inflexão estratégica importante, num contexto em que Pequim busca redefinir seu papel nas instituições internacionais sem perder os instrumentos de sua influência econômica.
Uma reviravolta diplomática da China sob pressão internacional
Embora esta decisão pareça voluntária, ela ocorre num contexto de fortes tensões diplomáticas e crescentes acusações contra a China há vários anos.
O ponto de inflexão remonta ao primeiro mandato de Donald Trump, que denunciou desde 2017 o uso “abusivo” das regras comerciais multilaterais por Pequim, lembrando que a China era desde 2010 a segunda maior economia mundial em PIB total.
Essa crítica foi desde então retomada e intensificada por várias potências, incluindo a União Europeia, Coreia do Sul, Japão e Austrália, que consideram injustificado que um ator desse porte continue a se beneficiar dos tratamentos preferenciais reservados aos países de baixa renda.
Em resposta, Pequim suavizou progressivamente sua posição. Desde julho de 2024, a China, membro da aliança dos BRICS, indicou que poderia renunciar ao TSD nas próximas negociações sobre a reforma da organização.
No entanto, a China não abrirá mão de seu status de país em desenvolvimento, considerado “inalterável”. Essa manutenção é justificada, segundo suas autoridades, pelas desigualdades socioeconômicas internas, incluindo um PIB per capita ainda baixo e zonas rurais atrasadas em termos de desenvolvimento. Portanto, a renúncia ao TSD é apresentada como um compromisso estratégico, um gesto de abertura sem comprometer sua posição global.
Esse anúncio será suficiente para aliviar as crescentes tensões comerciais, especialmente com os Estados Unidos, ou apenas abrirá caminho para um reequilíbrio temporário das relações de poder dentro da OMC ? Para os observadores, ao aliviar o cerco da crítica internacional, a China busca retomar a iniciativa nas futuras negociações. Contudo, as consequências concretas dessa retirada — sobre suas indústrias subsidiadas, as cadeias globais de valor ou as regulações futuras — ainda precisam ser avaliadas.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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