Microsoft e OpenAI fecham um acordo surpresa que muda o jogo

OpenAI, agora senhor incontestável do campo das inteligências artificiais, quer descobrir como manter seu trono. Depois de revolucionar a indústria com o ChatGPT, a empresa se projeta para uma nova fase de sua história. Os tomadores de decisão da OpenAI não se contentam mais apenas com seu status de inovadores: eles querem se emancipar, consolidar seu modelo e atrair ainda mais capital. Frente a essa ambição, a Microsoft continua essencial, mas os equilíbrios estão prestes a mudar.

Uma narrativa OpenAI-Microsoft que se escreve à medida que os bilhões avançam

A parceria entre OpenAI, avaliada em 10 bilhões de dólares por ano, e Microsoft, iniciada em 2019 com uma injeção inicial de um bilhão de dólares, está agora em um ponto de virada. Em 2023, a empresa de Satya Nadella reforçou seu compromisso com mais 10 bilhões adicionais. Mas o acordo não vinculativo anunciado em setembro de 2025 abre uma nova fase. OpenAI deseja transformar seu braço comercial em uma Public Benefit Corporation (PBC). Sua divisão associativa manterá o controle enquanto detém uma fortuna superior a 100 bilhões de dólares.

Sam Altman destacou a linha orientadora: “A OpenAI foi fundada como uma organização sem fins lucrativos, permanece hoje uma organização sem fins lucrativos que supervisiona e controla a entidade comercial, e continuará a ser no futuro“.

Uma coisa é certa: o casamento OpenAI-Microsoft se adapta às exigências de um setor onde a cada trimestre as cartas são embaralhadas.

Entre regulação e expansão, OpenAI avança no fio da navalha

Se a aliança é sólida, OpenAI ainda precisa superar obstáculos regulatórios. A empresa está sediada em San Francisco, mas constituída em Delaware. Para validar sua transformação em PBC, terá que convencer os procuradores-gerais da Califórnia e de Delaware. OpenAI espera finalizar a operação antes do final de 2025, sob risco de perder bilhões em investimentos.

Enquanto isso, a empresa expande sua independência técnica. Por muito tempo dependente do Azure, agora diversifica suas parcerias com contratos massivos: 300 bilhões fechados com Oracle e um novo acordo com Google Cloud. Essa estratégia ilustra a vontade de reduzir a dependência em relação à Microsoft, sem romper a aliança.

No comunicado conjunto, os dois parceiros quiseram tranquilizar: 

Juntos, continuamos focados em entregar as melhores ferramentas de IA para todos, baseadas em nosso compromisso comum com a segurança. 

A OpenAI quer conquistar investidores e reguladores, enquanto consolida sua posição frente à concorrência.

OpenAI, um gigante que também quer jogar a carta filantrópica

Essa reestruturação não tem apenas um objetivo financeiro. No seu comunicado oficial, Bret Taylor enfatizou: 

A evolução prevista da OpenAI verá a organização sem fins lucrativos atual controlar uma Public Benefit Corporation (PBC) e compartilhar diretamente seu sucesso. OpenAI começou como uma organização sem fins lucrativos, permanece uma hoje, e continuará assim — com a estrutura sem fins lucrativos detendo a autoridade que guiará nosso futuro. 

Esse modelo híbrido quer conjugar inovação, capital e filantropia. A partir de setembro de 2025, a OpenAI lançou um fundo de 50 milhões de dólares para financiar a literacia em IA, a inovação comunitária e a igualdade de oportunidades. A ideia: mostrar que a inteligência artificial também pode nutrir o tecido social.

Alguns números que dão vertigem:

• Valorização pretendida pela OpenAI: 300 bilhões de dólares;
• Receita esperada em 2025: 12,7 bilhões de dólares;
• Participação da entidade sem fins lucrativos: mais de 100 bilhões de dólares;
• Subsídios liberados em setembro de 2025: 50 milhões de dólares.

A OpenAI mantém uma vantagem. O ChatGPT atualmente possui uma taxa de visitas superior a todos os seus concorrentes. A empresa prepara um futuro onde não se limitará mais ao papel de pioneira: um projeto de “LinkedIn de IA” já está na mesa, enquanto um navegador web potenciado por IA poderia ameaçar a supremacia do Google.