O Bitcoin perto dos 100.000 $ enquanto o ouro perde seu brilho

O bitcoin registra uma alta de 3% neste 1º de maio, atingindo brevemente 97.400 dólares antes de cair para 96.600 dólares. Os investidores otimistas agora se preparam para enfrentar a resistência psicológica dos 97.000 dólares, enquanto o ouro sofre uma correção significativa, perdendo mais de 8% desde seus recentes picos históricos.

Um Bitcoin resiliente diante das incertezas macroeconômicas

Em 1º de maio, o preço do bitcoin ultrapassou a marca dos 97.000 dólares, seu nível mais alto desde 22 de fevereiro passado.

Essa ascensão ocorreu paralelamente a uma alta significativa dos mercados de ações americanos, impulsionada principalmente pela Microsoft, que saltou 10%, tornando-se assim a empresa mais valorizada do mundo.

Os dados do Cointelegraph Markets Pro e TradingView confirmam essa tendência de alta que pressiona as posições vendidas.

O analista Daan Crypto Trades destacou ainda que as ações podem retomar uma dinâmica de alta duradoura se se mantiverem acima do nível de retração de Fibonacci em 0,618 após sua recente correção.

“Acredito que a regra geral é que, se as ações voltarem acima da retração de Fibonacci de 0,618 após uma forte queda, o fundo é considerado alcançado“, explicou ele em uma análise publicada no X.

A liquidez do livro de ordens mostra uma concentração significativa em torno dos 97.000 dólares, um nível chave que os traders acompanham atentamente. Segundo os dados da CoinGlass, é nesse patamar que se encontra uma resistência importante que pode determinar a próxima direção do mercado.

Um contexto favorável apesar dos receios de recessão

Enquanto o bitcoin dispara, o ouro passa por uma correção significativa de mais de 8% em relação aos seus recentes picos históricos. Essa queda acontece num contexto mais amplo de queda das matérias-primas, especialmente do petróleo, que também enfrenta um período difícil.

Essa divergência entre ouro e bitcoin ocorre enquanto os temores de recessão nos Estados Unidos se fortalecem após dados ruins do PIB americano. A contração de 0,3% da economia dos EUA no primeiro trimestre de 2025 pressiona o Federal Reserve a reduzir suas taxas de juros.

O analista Michaël van de Poppe comentou que esses dados macroeconômicos desfavoráveis aumentam a pressão sobre o Fed para retomar a impressão monetária, o que seria benéfico para ativos de risco no médio prazo, mas negativo para o ouro no curto prazo.

Paralelamente, o interesse institucional pelo bitcoin continua a crescer, como mostra o investimento recorde de 970 milhões de dólares feito pela BlackRock em seu ETF Bitcoin, consolidando assim sua posição dominante neste mercado.

Diante da perspectiva de uma recessão americana e do enfraquecimento do dólar, o bitcoin pode paradoxalmente se destacar em 2025, impondo-se gradualmente como uma reserva de valor alternativa, à semelhança da iniciativa pioneira do Arizona, que planeja transformá-lo em uma reserva estratégica estadual.