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O ciclo do Bitcoin sobreviverá à política monetária americana?

Sun 14 Dec 2025 ▪ 6 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Desde o seu início, o bitcoin seguia uma mecânica quase perfeita. A cada quatro anos, o halving reacendia a máquina, como um metrônomo. Mas os tempos mudam. Em 2025, a gravidade matemática não basta mais. Os ciclos estão deformados, desacelerados, às vezes invertidos. O preço do BTC não reage apenas aos halvings ou às narrativas. Ele é sugado para outra dimensão: a das taxas, do Fed e da política monetária mundial. O Bitcoin cresceu e agora vive no mesmo mundo que os outros ativos de risco.

Bitcoin como um super-herói suspenso por cordas, manipulado por uma mão gigante. Sombras ameaçadoras e bandeira americana ao fundo.

Em resumo

  • O ciclo do bitcoin parece mais influenciado pelas eleições americanas do que pelo halving.
  • Os fluxos de entrada desaceleram nos ETFs, enfraquecendo a dinâmica atual do mercado cripto.
  • As decisões imprevisíveis do Fed complicam a leitura macro para os investidores de cripto.
  • O volume dos altcoins está sob pressão apesar do crescente interesse por produtos cripto na Bolsa.

Halving ou eleições: quem realmente controla o volante do Bitcoin?

Por muito tempo, a indústria cripto adorou a ideia de um « ciclo de 4 anos ». Simples, reconfortante. Mas Markus Thielen (10X Research) lança uma pedra no lago:

Não é o halving que dita o ritmo, mas sim as eleições de meio de mandato. Elas geralmente coincidem com um período de consolidação para os mercados de ações. Quando olhamos os picos do Bitcoin em 2013, 2017 e 2021, todos caem no quarto trimestre. Isso faz muito mais sentido do que as datas dos halvings, que se movem.

Ele observa que os picos sempre ocorreram no final do ano: dezembro de 2013, dezembro de 2017, novembro de 2021. E hoje?

Com um Fed confuso, política econômica nebulosa e divisões internas, a máquina está emperrada. Jerome Powell pode fazer vários discursos, mas os mercados não escutam nada claro. Resultado: o Bitcoin saiu de seu canal de alta iniciado em 2023. Os investidores não sabem mais em quem confiar.

E essa neblina não poupa outras criptos. Em um mercado dominado pela incerteza macro, os altcoins sofrem ainda mais. O Ethereum estagna, os outros desaparecem. Thielen adverte que sem um retorno de fluxos de entrada, o mercado cripto não vai se recuperar. 

Bitcoin, taxas e confusão: o mercado busca um maestro

O primeiro movimento do mercado após um anúncio do Fed é sempre errado, avaliam alguns traders. No dia da última decisão do Fed, o Bitcoin saltou para 94.000 dólares… antes de cair para 89.000.

O motivo? Uma coletiva de imprensa de Jerome Powell considerada ambígua: ele começa neutro, termina dovish, mas a mensagem oficial permanece hawkish. Resumindo, nada definitivo. A análise de Thielen é implacável: 

Powell começou com uma visão equilibrada. Mas ao longo da coletiva, ele foi ficando cada vez mais dovish, o que confundiu os mercados. Ele muda constantemente o tom. 

Enquanto isso, os fluxos nos ETFs Bitcoin desaceleram. Em dezembro de 2023, 34 bilhões de dólares haviam sido investidos nos produtos cripto. Em 2025, estamos com apenas 22 bilhões. Pior: os fluxos on-chain agora são negativos. As instituições permanecem distantes. E os CEXs, como Coinbase ou Binance, veem sua atividade cair por falta de volume.

Nesse contexto, os ciclos cripto não podem mais ser lidos como antes. Mesmo os defensores do superciclo, como Tom Lee, têm dificuldade para convencer. Ele afirma que a recuperação do ISM (índice de atividade industrial) poderia impulsionar o Bitcoin. Mas Thielen é cético: a economia não é mais industrial. O ISM não reflete mais nada. 

CEX, IPOs e altcoins: rumo a outro ciclo cripto?

Enquanto o ciclo do Bitcoin patina, outro motor emerge: os mercados de ações. As IPOs cripto, de Circle a Robinhood, capturam a atenção. Até mesmo os investidores coreanos, por muito tempo fãs de altcoins, se voltam para as ações cripto americanas. Thielen cita um dado revelador: em um dado momento, o volume cripto na Coreia ultrapassava em 50% o de todas as ações locais combinadas.

Mas essa mudança é lógica. O dinheiro institucional não quer mais o token 733 no CoinMarketCap. Quer regulação, balanços auditados, liquidez. Resultado: os altcoins que não são Ethereum e BNB vivem um deserto. E ainda assim, o BNB se sustenta apenas graças ao seu ecossistema, seus rendimentos e sua dinâmica interna.

Os ciclos cripto estão em mutação. Eles não estão mortos, mas mudam de forma. E como diz Thielen: “Enquanto não houver fluxos líquidos de entrada, o mercado cripto não vai a lugar nenhum.”

5 pontos para lembrar sobre BTC e política monetária

  • Preço atual do Bitcoin: 89.005 dólares, em queda após uma tentativa de alta para 94.000;
  • ETF cripto: 34 bilhões de dólares em entradas em dezembro de 2023, apenas 22 bilhões em 2025;
  • Primeiros fluxos negativos na blockchain Bitcoin desde agosto de 2023;
  • Volume cripto na Coreia: 25 bilhões de dólares em um dia, contra 15 bilhões para toda a Bolsa;
  • 59 bilhões de dólares em desbloqueios previstos em altcoins em 2025, um verdadeiro obstáculo para a recuperação.

Um último elemento a não subestimar nesta equação: os detentores históricos de Bitcoin. Esses “hodlers” que se recusam a vender mesmo nos picos limitam a liquidez disponível. Sua inércia pode desacelerar os movimentos de preço, especialmente em um mercado já tensionado. Compreender seu papel torna-se crucial para antecipar a continuação do ciclo.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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