O Comitê de Basileia estuda uma atualização das normas cripto para os bancos

O Comitê de Basileia para Supervisão Bancária (BCBS) pode em breve flexibilizar suas regras rigorosas sobre cripto! Uma decisão aguardada, após a explosão dos stablecoins. Esta revisão marca um ponto de inflexão para a integração dos ativos digitais na finança tradicional, entre inovação e prudência regulatória.

Bancos mundiais rumo a uma adoção acelerada das cripto: o Comitê de Basileia sob pressão

As regras atuais do Comitê de Basileia, estabelecidas em 2022, impõem às instituições financeiras exigências de capital tão elevadas que desencorajam qualquer exposição significativa às cripto. Contudo, o crescimento dos stablecoins, agora regulados nos Estados Unidos pelo GENIUS Act, revelou as limitações desse quadro. Esses ativos, lastreados por reservas líquidas, são percebidos como menos arriscados que o bitcoin ou ethereum. Porém, continuam sujeitos às mesmas restrições.

Uma revisão das diretrizes cripto pelo Comitê de Basileia está em andamento, impulsionada por bancos e reguladores. De fato, estes desejam evitar uma desvantagem competitiva frente às fintechs e plataformas cripto. Se as regras forem flexibilizadas, as instituições financeiras poderão finalmente integrar os criptoativos em seus serviços. Isso, desde que garantias rígidas sejam cumpridas.

Essa evolução reflete uma mudança de paradigma. De fato, as cripto não são mais vistas como ameaça, mas como uma oportunidade a ser monitorada.

Stablecoins: o fator desencadeador de uma regulação mais equilibrada

Os stablecoins transformaram o cenário financeiro ao oferecer transações rápidas, econômicas e estáveis, ao contrário do BTC. Sua adoção massiva, especialmente para pagamentos transfronteiriços, forçou os reguladores cripto a reavaliar sua abordagem. Nos Estados Unidos, o GENIUS Act já estabeleceu um marco para seu uso, enquanto a União Europeia e o Reino Unido estudam soluções similares.

O Comitê de Basileia deve agora decidir: deve manter uma regulação uniforme para todas as cripto? Ou distinguir os stablecoins, menos arriscados, dos ativos especulativos como o BTC. Os bancos defendem uma abordagem diferenciada, argumentando que os stablecoins, lastreados em reservas em dólar ou euro, merecem tratamento prudencial mais leve.

Essa distinção poderia acelerar a adoção pelos institutos financeiros, limitando os riscos sistêmicos associados às criptomoedas mais voláteis.

2026, um ano decisivo: quais impactos para os investidores em cripto?

Se o Comitê de Basileia flexibilizar suas regras, os bancos poderiam oferecer produtos que combinem stablecoins e criptos como o bitcoin. Os primeiros serviriam aos pagamentos e à liquidez. Enquanto o segundo seria integrado como ativo de reserva ou investimento, via ETFs ou fundos dedicados. Tal evolução popularizaria o acesso às cripto para clientes institucionais e particulares.

Ao contrário, a manutenção das regras rígidas poderia marginalizar os bancos tradicionais, em benefício dos agentes especializados. Os investidores cripto poderiam então se voltar para jurisdições mais acolhedoras, como Cingapura ou Dubai, acentuando a fragmentação do mercado.

A revisão das regras do Comitê de Basileia pode representar um marco para a adoção cripto pelos bancos. Entre oportunidades de inovação e desafios regulatórios que fragilizam as regras MiCA, uma questão persiste: essa evolução será suficiente para atender às expectativas do mercado, ou apenas postergará os verdadeiros desafios da revolução cripto?