O déficit americano dispara em 2,5 trilhões: Uma oportunidade para o Bitcoin?

O déficit americano está prestes a explodir em 2,5 trilhões de dólares. Esta bomba fiscal republicana poderia, paradoxalmente, se tornar o combustível de um rali histórico para o bitcoin diante da inevitável desvalorização do dólar.

Um projeto fiscal que faz explodir o déficit

Spencer Hakimian, fundador da Tolou Capital Management, acaba de lançar uma bomba nos mercados financeiros. O gestor de fundos estima que o novo projeto de lei republicano sobre a tributação criará um buraco enorme de 2,5 trilhões de dólares no orçamento americano.

Os republicanos prometem reduções exorbitantes de impostos no valor de 4 trilhões, ao mesmo tempo em que afirmam economizar 1,5 trilhão em despesas. Um cálculo que deixa dúvidas e já causa controvérsia em Washington. Mas, para o bitcoin, essa matemática duvidosa pode se tornar uma oportunidade excepcional.

Hakimian, agora considerado uma das vozes mais ouvidas de Wall Street, não poupa palavras: “Essa explosão do déficit será incrível para o bitcoin e o ouro.” 

Sua análise coincide com a de muitos especialistas que antecipam uma fuga para ativos tangíveis diante do aumento exponencial da dívida pública.

O bitcoin, aliás, reagiu imediatamente a esses anúncios, subindo até 105.503 dólares antes de se estabilizar. Essa volatilidade reflete o interesse crescente dos investidores pela criptomoeda frente às políticas monetárias expansionistas.

A emissão massiva de títulos necessária para financiar esse déficit exercerá pressão negativa sobre os títulos do Tesouro. “As obrigações serão tremendamente afetadas“, alerta Hakimian, reforçando assim o apelo dos ativos alternativos como o bitcoin.

O Bitcoin como solução para a crise da dívida?

Esse aumento do déficit ocorre em um contexto em que a comunidade cripto observa atentamente os movimentos institucionais. A senadora Cynthia Lummis já sugeriu que o Bitcoin poderia ajudar a resolver a crise da dívida americana, propondo a compra de um milhão de bitcoins pelo governo.

O Morgan Stanley vai além em suas projeções recentes. O banco de investimentos estima que os Estados Unidos deveriam deter até 3,7 milhões de bitcoins se a cripto se tornar uma verdadeira moeda de reserva internacional. Esse montante representaria 18% da capitalização total do bitcoin.

Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX, permanece, porém, cético. Ele duvida que o governo americano realmente dê esse passo, citando as preocupações orçamentárias atuais como principal obstáculo.

O jornalista Charles Gasparino, da Fox Business, também modera o otimismo generalizado. Segundo ele, a ideia de que tarifas alfandegárias possam reduzir significativamente o déficit é “fora de questão”, mesmo com o recente acordo entre os Estados Unidos e a China.

O aumento espetacular do déficit americano poderia, paradoxalmente, fortalecer o apelo do bitcoin como reserva alternativa de valor. Enquanto os Estados Unidos equilibram reduções fiscais maciças e endividamento crescente, a escassez programada do bitcoin ganha todo o seu significado diante da futura abundância monetária.