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Os BRICS podem lançar sua moeda em 2026!

14h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
Informar-se Geopolítica

Diante do enfraquecimento do sistema monetário mundial e da contestada dominação do dólar, os BRICS avançam discretamente, mas com segurança, rumo a uma alternativa estratégica: uma moeda comum apoiada em infraestruturas digitais soberanas. Apoiada por um bloco agora ampliado e economicamente influente, essa iniciativa visa redesenhar o equilíbrio monetário global. Enquanto a instabilidade das moedas fiduciárias se agrava, o surgimento de tal projeto chama a atenção dos mercados, instituições e observadores: seria este um sinal forte em direção a uma nova ordem econômica multipolar?

Os líderes do BRICS estão forjando uma nova moeda em uma forja geopolítica.

Em resumo

  • Os BRICS fortalecem sua cooperação monetária com um objetivo claro: lançar uma moeda comum já em 2026.
  • Durante a última cúpula, os líderes aprovaram avanços concretos, especialmente por meio da expansão dos pagamentos em moedas locais.
  • O projeto apoia-se no BRICS Pay, uma infraestrutura digital em desenvolvimento para facilitar pagamentos transfronteiriços.
  • Testes pilotos estão previstos antes de 2026 para avaliar a compatibilidade dos sistemas e a viabilidade de uma moeda comum.

O eixo político e monetário se fortalece

Durante a 17ª cúpula dos BRICS, realizada no início de julho de 2025 no Brasil, os líderes deram um novo passo em sua vontade de emancipação monetária em relação ao dólar. Assim, os membros do bloco “reafirmaram seus compromissos em matéria de cooperação monetária” e aprovaram “avanços substanciais na expansão do comércio em moedas locais, bem como no desenvolvimento do BRICS Pay”.

Embora nenhuma data oficial de lançamento tenha sido definida, os analistas estimam que o projeto segue uma “abordagem estruturada em várias fases” e que 2026-2027 constitui agora um horizonte realista para uma implementação operacional.

As dinâmicas engajadas dentro do bloco mostram um fortalecimento concreto, suportado por várias alavancas estratégicas:

  • A intensificação dos pagamentos em moedas locais: a Rússia e a China privilegiam o rublo e o yuan em seu comércio bilateral, enquanto a Índia desenvolve o uso da rúpia com os países do Sul global;
  • O fortalecimento do projeto BRICS Pay: um sistema de pagamento comum, no coração da estratégia de soberania financeira do bloco;
  • O objetivo afirmado da desdolarização: uma redução ativa do uso do dólar nas trocas, especialmente para commodities;
  • A ampliação do bloco: esse novo escopo representa 46% da população mundial e 37% do PIB global, o que aumenta a legitimidade de uma alternativa monetária.

Esses elementos não são mais apenas retórica diplomática. Eles traduzem uma coordenação real, consolidada por fatos econômicos e diplomáticos concretos. O bloco agora exibe uma ambição clara: construir uma infraestrutura monetária independente, com um cronograma preciso e com ferramentas interoperáveis já em desenvolvimento.

A infraestrutura digital, pilar do projeto monetário

Além das dimensões políticas e comerciais, o projeto da moeda dos BRICS baseia-se em uma fundação tecnológica ambiciosa. De fato, os estados membros “constroem ativamente sistemas de pagamento sofisticados” capazes de suportar a futura moeda digital comum.

Essas infraestruturas apoiam-se particularmente na blockchain para facilitar os pagamentos transfronteiriços e contornar sistemas tradicionais como o SWIFT. O desenvolvimento do BRICS Pay constitui o núcleo dessa estratégia técnica, com o objetivo de interconectar os bancos centrais e os usuários finais por meio de uma interface unificada, interoperável e resiliente.

Os trabalhos de pesquisa sobre moedas digitais de banco central (CBDC) também estão em processo de integração na arquitetura do projeto. Assim, os países membros “avançam de maneira produtiva na pesquisa sobre a integração das CBDC”, com programas pilotos previstos para testar etapas-chave do cronograma até 2026.

Essas experimentações devem permitir calibrar a compatibilidade entre as moedas digitais nacionais existentes e uma unidade monetária supranacional ainda em gestação. O desafio é duplo: garantir a fluidez dos pagamentos multilaterais e assegurar a soberania monetária de cada Estado membro.

As implicações de tal mudança são grandes. Uma moeda dos BRICS funcional, especialmente a grande mudança para as moedas locais, poderia redefinir as correlações monetárias globais, influenciar a formação dos preços das commodities (em particular a energia) e oferecer aos países do Sul global uma alternativa credível ao dólar. No entanto, o sucesso do projeto dependerá de uma coordenação precisa entre economias com perfis divergentes, da estabilidade política dos membros e da capacidade de criar confiança em uma unidade monetária ainda teórica.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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