Os Estados Unidos preparam uma reformulação total das finanças descentralizadas (DeFi)
A finança descentralizada está vivendo suas últimas horas de liberdade nos Estados Unidos? Desde julho, a indústria cripto está no centro de um amplo projeto regulatório liderado pelo Tesouro dos EUA. O objetivo? Acabar com o anonimato das transações nas plataformas DeFi, em nome do combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Mas, ao impor sistemas de identidade digital, as autoridades não estariam sacrificando a confidencialidade e a essência mesma da DeFi? O debate está aberto.
Em resumo
- O Tesouro dos EUA quer integrar o KYC nos smart contracts dos protocolos DeFi.
- O objetivo oficial é combater o financiamento do terrorismo e a lavagem de dinheiro.
- Ferramentas como IA ou APIs também serão solicitadas para reforçar os controles.
- O projeto está em consulta pública até 17 de outubro de 2025 com os atores cripto.
O Tesouro dos EUA quer codificar a conformidade nos smart contracts
No âmbito do GENIUS Act, assinado em julho por Donald Trump, o Tesouro dos EUA lançou uma consulta pública que pode transformar as finanças descentralizadas. Propõe inserir mecanismos de verificação de identidade diretamente nos smart contracts DeFi. Sim, você leu certo.
Na prática, isso significa que todo usuário poderá ter que provar sua identidade antes de validar uma transação. E isso graças a “identificadores digitais portáteis” integrados no código.
De acordo com o parecer oficial:
Essas ferramentas podem incluir documentos de identidade emitidos pelo governo ou dados biométricos. São projetadas para apoiar diversos aspectos da conformidade AML/CFT e maximizar a privacidade dos usuários enquanto reduzem os encargos de conformidade para as instituições financeiras.
Os bancos aplaudem, os puristas da cripto rangem os dentes. Para eles, essa obrigação KYC codificada pode representar o fim do anonimato nos protocolos.
Estados Unidos e cripto: rumo a um novo pacto de vigilância?
O Tesouro não para por aí. Na mesma chamada para comentários, quatro tecnologias são citadas: inteligência artificial, APIs de vigilância, análise de blockchain e, claro, identidade digital.
Por que essa mudança? Porque o mercado cripto representa uma enorme jazida… de riscos também. O Tesouro menciona lavagem de dinheiro, fuga de sanções, ransomwares.
E pela primeira vez, as autoridades querem que essas ferramentas sejam nativas, integradas às infraestruturas cripto.
No comunicado:
O Tesouro reconhece que essas ferramentas inovadoras podem acarretar custos relacionados à aquisição e à expertise necessária para integrá-las eficientemente. Sua natureza ainda experimental representa um desafio, especialmente nas primeiras fases de implantação.
Em outras palavras, os Estados Unidos buscam codificar a regulação na própria DeFi. A mensagem é clara: a tecnologia não deve mais burlar a lei. E o anonimato torna-se um privilégio a ser revisto.
A criptoesfera diante do rolo compressor dos Estados Unidos
A comunidade cripto não esconde a preocupação. No X, as vozes críticas se multiplicam. Alguns soam o alarme sobre um precedente perigoso: se os EUA impuserem o KYC universal na DeFi, outros países seguirão. Outros veem nisso um freio à inovação e um enfraquecimento da proteção de dados pessoais.
Do lado dos bancos, o clima é bem diferente. O Bank Policy Institute (BPI), que reúne várias instituições importantes, alertou o Congresso sobre uma falha no GENIUS Act. Segundo eles, alguns emissores de stablecoins poderiam contornar a proibição de pagar juros.
Destaques dos números e fatos:
- O BPI estima que até 6,6 trilhões de dólares em depósitos bancários podem migrar para stablecoins;
- O Tesouro lançou sua consulta pública em 18 de agosto de 2025;
- Os comentários estarão abertos até 17 de outubro de 2025;
- Quatro ferramentas visadas: APIs, IA, vigilância blockchain, identidade digital;
- A proposta abrange todas as plataformas que oferecem serviços DeFi nos Estados Unidos.
Este projeto marca uma ruptura. A abordagem americana é fazer entrar a DeFi no escopo regulatório via tecnologia. E isso muda tudo.
A senadora Elizabeth Warren não poupou palavras: esse plano enfraquece a transparência em vez de reforçá-la. Para ela, o GENIUS Act pode legitimar práticas opacas sob o pretexto de inovação. Uma coisa é certa: os Estados Unidos não querem mais uma finança descentralizada fora de controle. Resta saber se o resto do mundo seguirá o exemplo.
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La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
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