Os fundos tokenizados continuam sua ascensão

Desde o lançamento dos ETFs de bitcoin, a convergência entre TradFi e DeFi torna-se cada vez mais evidente com a tokenização dos ativos. Entre todos os sinais que mostram essa convergência, o rápido crescimento dos fundos tokenizados, que acabaram de ultrapassar 5,7 bilhões de dólares, é sem dúvida o mais revelador desta nova era.

Os fundos tokenizados, um novo produto financeiro entre TradFi e DeFi

Na realidade, são novos produtos financeiros, fundos de curto prazo utilizando a tecnologia blockchain, que foram criados pelos gestores de ativos desde 2021. Como exemplo, a BlackRock adotou recentemente Solana para seu fundo blockchain, ilustrando o interesse crescente dos agentes tradicionais. A agência de classificação Moody, que monitora de perto as novas tendências dos mercados financeiros, apontou em seu relatório de 3 de junho que a capitalização desses fundos alcança agora 5,7 bilhões de dólares.

Esses fundos permitem indiretamente investir em títulos do Tesouro dos Estados Unidos ou outros ativos de baixo risco e assim se beneficiar dos rendimentos desses ativos. Aproveitando os pontos fortes dos dois mundos da finança, eles atraem tanto investidores de criptomoedas, que têm acesso a investimentos de menor risco do que os provenientes da DeFi, quanto investidores mais tradicionais. Estes últimos encontram nos fundos tokenizados uma ferramenta financeira mais fragmentável e mais simples de usar do que os produtos financeiros tradicionais. De fato, os procedimentos de subscrição e resgate são quase imediatos, assim como a distribuição dos rendimentos.

Com os stablecoins, os fundos tokenizados são a segunda etapa para a tokenização dos ativos, mercado que deverá atingir 16 trilhões de dólares até 2030. Enquanto o bitcoin também está presente na TradFi com os ETFs, a TradFi está se desenvolvendo por sua vez na tecnologia blockchain.

Panorama dos principais fundos tokenizados

Por enquanto, apenas alguns grandes atores dos RWA se posicionaram nos fundos tokenizados, já que a complexidade jurídica para a implementação dos ativos subjacentes a esses tokens elimina de fato todos os pequenos projetos que dispõem de menos recursos. Os dois principais fundos atualmente são o Institutional Digital Liquidity Fund da BlackRock (BUIDL) com 2,5 bilhões de dólares em ativos sob gestão, seguido pelo fundo OnChain US Government Money Fund da Franklin Templeton com 700 milhões de dólares. Em seguida, Superstate, Ondo Finance e Circle gerenciam cada um entre 500 e 600 milhões de dólares.

Se por enquanto este setor atinge principalmente o mercado americano, pois a regulamentação lá é mais favorável, outros agentes veem na tokenização uma forma de acessar outros mercados. É o caso do protocolo alemão Midas, que vai oferecer aos investidores europeus tokens lastreados em títulos do Tesouro dos EUA. Mais precisamente, Midas usa sete produtos administrados por protocolos subjacentes (por exemplo, BlackRock e Superstate para seu mTBILL). Atualmente, os rendimentos em stablecoin oferecidos na Midas estão entre 4 e 11,8%. Muito mais simples de acessar do que os produtos bancários, entende-se a força de atração que esses fundos tokenizados poderão ter com tais rendimentos.

Quatro anos após seu surgimento no setor de RWA, os fundos tokenizados são agora produtos financeiros maduros e desempenham plenamente seu papel de elo entre TradFi e DeFi. Embora seu crescimento atual já seja um grande sucesso, seu desenvolvimento certamente tem um futuro promissor.