Os mineradores de cripto se beneficiam do acordo de US$ 38 bilhões da Oracle com IA

Um contrato recorde de 38 bilhões de dólares para data centers ligados à Oracle fez as ações dos mineradores de IA dispararem no pré-mercado. Este mega acordo, anunciado no final de outubro de 2025, revela uma tendência forte: a inteligência artificial está redesenhando as necessidades em infraestrutura, e a cripto se beneficia disso. Mas quais são os reais desafios por trás dessa aliança inesperada?

IA, novo motor da demanda por infraestrutura cripto

A inteligência artificial precisa de poder computacional, e os mineradores de cripto têm de sobra. O contrato de 38 bilhões de dólares da Oracle, que visa financiar data centers gigantes, ilustra essa convergência. De fato, empresas como Core Scientific ou Marathon Digital, tradicionalmente focadas no mining de bitcoin, veem suas ações dispararem graças à capacidade de alugar suas infraestruturas para tarefas relacionadas à IA.

Os números falam por si mesmos: aumento de 15 a 20% nas ações dos mineradores de IA no pré-mercado. Essa crescente demanda por GPUs e ASICs, antes reservada ao mining, mostra que a IA está se tornando um pilar econômico para o setor. Os data centers, antes vistos como custos, estão se transformando em ativos estratégicos.

Os especialistas concordam que essa tendência é apenas o começo. Com os US$ 38 bilhões do contrato da Oracle, a IA, com suas necessidades exponenciais de cálculo, pode muito bem se tornar a principal cliente das infraestruturas cripto até 2026.

Cripto e IA: uma aliança arriscada, porém lucrativa

A aliança entre cripto e IA oferece oportunidades inéditas, mas não está isenta de riscos. Mineradores tradicionais, como Marathon Digital ou Riot Blockchain, diversificam suas atividades oferecendo serviços de computação para IA. Essa transição permite a eles garantir receitas recorrentes, independentemente das flutuações do bitcoin e do mercado cripto.

No entanto, essa dependência de gigantes da tecnologia como Oracle ou Microsoft suscita dúvidas. Os pequenos atores podem se ver marginalizados, reduzidos ao papel de subcontratados em um ecossistema dominado por alguns mastodontes. A regulação é outro desafio: os data centers, que consomem muita energia, estão cada vez mais sob observação dos legisladores, especialmente na Europa.

Finalmente, a volatilidade continua sendo um risco maior. As ações dos mineradores de IA já sofreram quedas vertiginosas, como em 2022. Portanto, a recuperação atual é sustentável ou apenas uma bolha especulativa?

Como investir na onda IA-cripto? Estratégias para 2026

Investir na aliança entre IA e cripto requer uma estratégia bem pensada. Várias opções estão disponíveis para investidores: mineradores de IA como Marathon Digital ($MARA) ou Core Scientific ($CORZ), tokens ligados à IA como Render ($RNDR) ou Fetch.ai ($FET), ou ainda ETFs temáticos que combinam esses dois setores.

Para uma abordagem de longo prazo, apostar em infraestruturas descentralizadas parece sensato. Os data centers cripto, capazes de fornecer poder computacional para IA, podem se tornar ativos indispensáveis. A curto prazo, negociar notícias de parcerias entre atores cripto e empresas de IA pode ser lucrativo, como mostrou a reação do mercado após o anúncio da Oracle. 

No entanto, o cuidado é essencial e os investidores devem imperativamente realizar suas próprias pesquisas antes de se aventurar.

O contrato da Oracle marca uma virada na relação entre a IA e a cripto. Essa aliança, embora promissora, levanta questões sobre a sustentabilidade e o equilíbrio de poder nesse novo ecossistema. Uma coisa é certa: a inteligência artificial está redefinindo as regras do jogo, e a cripto pode ser uma das grandes beneficiárias.