Por que o Dogecoin sobe apesar do adiamento do seu ETF?

O memecoin emblemático Dogecoin continua sua alta, impulsionado pelo entusiasmo do mercado. Apesar de um novo adiamento do lançamento do seu primeiro ETF americano, os investidores institucionais permanecem atentos e parecem pouco afetados por esse anúncio. 

O Dogecoin avança apesar da SEC

Sexta-feira, 12 de setembro, deveria marcar um marco histórico com a listagem do ETF Rex-Osprey DOGE. 

Eric Balchunas, analista sênior da Bloomberg e referência inquestionável dos ETFs cripto, confirmou na quinta-feira o adiamento desse lançamento, provavelmente até a próxima quinta-feira. Nenhuma explicação oficial acompanha essa decisão, alimentando especulações sobre os reais motivos da SEC.

Paradoxalmente, essa má notícia coincidiu com uma performance notável do Dogecoin. O memecoin subiu quase 4%, alcançando 0,2603 $ segundo o CoinMarketCap. 

Essa reação altista demonstra uma nova maturidade do mercado, que parece agora integrar esses imprevistos regulatórios como etapas normais do processo de aprovação.

Esse adiamento insere-se numa estratégia maior de demora da SEC. A autoridade reguladora enfrenta um congestionamento sem precedentes com mais de 90 pedidos de ETFs cripto pendentes. 

Os recentes adiamentos dos ETFs Bitwise Dogecoin e Grayscale Hedera, postergados para 12 de novembro, ilustram essa abordagem metódica que visa tratar os processos em ondas coordenadas.

Balchunas, entretanto, modera as expectativas sobre o impacto potencial desse ETF. “Quanto mais você se distancia do BTC, menos ativos haverá.”, explica ele ao Cointelegraph. 

Diferentemente dos investidores institucionais tradicionais, que tinham dificuldade em acessar o bitcoin, os entusiastas do DOGE já dispõem de acesso direto por meio das exchanges.

Sinais institucionais cada vez mais visíveis

Além da especulação que cerca sua imagem, o Dogecoin começa a conquistar empresas tradicionais. 

A CleanCore Solutions, fabricante de sistemas industriais, adquiriu recentemente 130 milhões de dólares em DOGE, atingindo metade da sua meta fixa em um bilhão de tokens. Um movimento inédito para uma empresa desse setor, que ilustra a transformação progressiva do memecoin em ativo de tesouraria.

Ao mesmo tempo, Thumzup, empresa de mídia ligada à família Trump, anunciou a instalação de 3.500 plataformas de mineração de Dogecoin. Uma estratégia que se assemelha a um reconhecimento implícito da legitimidade do token no ecossistema cripto.

Essas iniciativas reforçam a imagem de um ativo que, apesar de seus começos paródicos, agora atrai capitais institucionais e investimentos estratégicos. O Dogecoin parece ter ultrapassado um limite: de um simples “joke coin”, ele se impõe pouco a pouco como um ativo que alguns atores econômicos não hesitam mais em acumular.

E se a SEC aprovar vários ETFs altcoins até o final do ano – uma hipótese considerada provável em 90% pela Bloomberg para DOGE, XRP e Cardano – o efeito poderia ser considerável. Tal reconhecimento ampliaria um movimento já iniciado nos mercados.

Em suma, o Dogecoin continua a desafiar as expectativas. Apesar do novo atraso do seu ETF americano, seu valor avança, sustentado por um interesse institucional agora palpável. Mais do que um simples meme, ele confirma seu status único: o de uma piada que, ao longo dos anos, se tornou um ator sério no mercado cripto.