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Por que os 96 bilhões de juros em aberto sobre o Bitcoin preocupam os analistas

15h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Evans S.
Informar-se bitcoin (BTC)

O bitcoin não para de bater recordes, mas agora são os bastidores do mercado que chamam a atenção. Enquanto seu preço alcança novas alturas, outro número dispara os contadores: 96 bilhões de dólares em posições abertas nos derivativos. Esse dado, tão fascinante quanto preocupante, levanta uma questão simples, porém crucial: a alavancagem está impulsionando o bitcoin… ou preparando sua queda?

A imagem mostra um gigantesco “US$ 96 bilhões” dourado iluminando um céu tempestuoso acima de uma montanha instável de Bitcoins.

Em resumo

  • O interesse aberto nos derivativos de Bitcoin alcança 96 bilhões de dólares, sinal de especulação intensa.
  • A alavancagem alimenta os ralis de alta, mas aumenta fortemente os riscos de liquidações.
  • Os grandes players parecem acumular silenciosamente, em um mercado tenso e imprevisível.

Um interesse aberto colossal que atiça as chamas do mercado

O bitcoin flerta novamente com suas máximas históricas, e desta vez o combustível não vem apenas da demanda à vista ou dos ETFs recém-lançados. Não, o verdadeiro motor está em outro lugar: nos 96 bilhões de dólares em posições abertas nos derivativos ligados ao bitcoin.

Esse número vertiginoso reflete o apetite crescente dos investidores por contratos alavancados. Na superfície, parece um sinal implacável de alta. Mas nas profundezas se esconde uma complexidade bem mais preocupante.

Desde a explosão dos ETFs spot em janeiro de 2024, as posições alavancadas assumiram uma dimensão quase estrutural no mercado de bitcoin. A capitalização realizada em alavancagem hoje alcança 10,2%, um nível entre os mais extremos desde 2018.

Esse fenômeno não é casual: à medida que o preço do BTC oscila na faixa de 100.000 a 110.000 dólares, cada movimento de mercado é amplificado por uma alavancagem crescente, criando um ambiente tão explosivo quanto fascinante.

Quem se lembra do crash de 2021 conhece o refrão: euforia, exagero, liquidação. A história pode muito bem se repetir. As liquidações em cascata continuam sendo um risco palpável. Uma faísca basta para que o castelo de cartas desabe.

A alavancagem: catalisador ou causadora do caos?

A alavancagem nos mercados cripto age como uma faca de dois gumes. Por um lado, impulsiona os rendimentos e acelera as quebras de alta. Em maio de 2025, a Binance registrou um recorde mensal de 1,7 trilhão de dólares em volume de contratos futuros. Uma frenesi especulativa raramente vista. Mas esse nível extremo de comprometimento vem acompanhado de uma fragilidade igualmente excepcional.

Quando as margens estão muito apertadas, os movimentos laterais do bitcoin, como os observados por mais de um mês acima de 100.000 dólares, tornam-se verdadeiros barris de pólvora.

As posições curtas e longas se neutralizam, mas uma única e violenta desviação para um lado ou para o outro é suficiente para desencadear uma avalanche de liquidações. Isso pode impulsionar o bitcoin além dos 111.800 dólares… ou enviá-lo em queda livre, arrastando na sua esteira os traders excessivamente expostos.

Contudo, uma mudança estrutural alivia um pouco essa tensão: a dominância dos stablecoins nas garantias de margem. Desde o colapso da FTX, os traders preferem garantias em ativos estáveis a criptomoedas voláteis. Essa evolução ajuda a suavizar a volatilidade extrema. Mas sejamos claros: ela atenua, sem eliminar, o risco sistêmico inerente à alavancagem massiva.

As baleias do bitcoin espreitam nas águas calmas

Nesse ambiente de alta tensão, um outro fenômeno merece atenção: o comportamento dos grandes players. Enquanto os traders de varejo se agitam numa faixa estreita, as mãos fortes observam.

Essas instituições e fundos com vantagem informacional parecem estar acumulando discretamente. A relação entre posições longas e curtas permanece equilibrada, mas o aumento das posições curtas nesta faixa de preço sugere que o mercado pode estar maduro para um “short squeeze” brusco.

Como sempre nos mercados de derivativos, não são as intenções declaradas que contam, mas as posições reais. E estas mostram que o bitcoin entrou numa fase de tensão extrema: um equilíbrio precário entre euforia de alta e ameaça de desintegração rápida.

Em suma, os 96 bilhões de dólares em posições abertas não são nem um simples sinal de alta, nem um alerta isolado de baixa. São ambos ao mesmo tempo. O bitcoin dança à beira do precipício, impulsionado por uma alavancagem que, se usada sabiamente, pode abrir caminho para novas máximas. Mas se ela se voltar contra si, o efeito rebote pode ser violento, rápido e espetacular.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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