Samson Mow aposta em uma década de valorização até 2035

E se 2025 não fosse o começo de um longo declínio, mas o fim de um ciclo de baixa ? Enquanto o medo domina os mercados e o bitcoin permanece longe de seus máximos, Samson Mow, fundador da Jan3, desafia as certezas. Segundo ele, o mercado de baixa já ficou para trás, e o que muitos temem para 2026 pode na verdade marcar o início de uma corrida de alta histórica… com duração de dez anos.

Samson Mow retoma a tese de alta

Em uma mensagem publicada no X em 27 de dezembro, Samson Mow, fundador da empresa de infraestrutura Bitcoin Jan3, afirmou que o mercado de baixa já ficou para trás.

“2025 foi o mercado de baixa”, escreveu ele, sugerindo que a fase de consolidação ou recuo dos preços vivida este ano pode na verdade marcar o fim de um ciclo de baixa, em vez do seu início.

Ele vai além, ao mencionar a ideia de uma corrida de alta de dez anos a partir de agora, estendendo-se até 2035. O analista PlanC compartilha essa convicção : “se você resistiu até 2025, então você passou pelo mercado de baixa”. Uma forma de dizer que o pior já passou, e que aqueles que se expuseram ao bitcoin este ano devem colher os frutos no próximo ciclo de alta.

Para esses defensores de uma leitura otimista, vários elementos reforçam sua tese, apesar do clima atual de dúvida:

• O preço do bitcoin caiu 8,98 % desde 1^º de janeiro, atingindo atualmente 87.888 dólares ;

• Nos últimos 30 dias, o recuo foi de 3,29 %, indicando uma perda de dinamismo em um mercado de espera ;

• O bitcoin está prestes a fechar o ano no vermelho, o que seria uma primeira vez em sua história ;

• As previsões otimistas feitas no início do ano, incluindo as de Arthur Hayes e Tom Lee, que previam um BTC a 250.000 dólares, mostraram-se amplamente irreais;

• Em resposta, Mow e seus seguidores defendem uma leitura macroeconômica de mais longo prazo. A estagnação atual seria o prelúdio para uma expansão estrutural duradoura, baseada nos fundamentos da rede e no contexto pós-halving.

Essa posição, minoritária em um clima dominado pela incerteza, propõe portanto uma inversão completa da narrativa dominante. Ela se apoia em precedentes históricos e numa fé marcada na resiliência do bitcoin, apesar de indicadores técnicos em declínio.

2026, o ano da verdade ?

Ao contrário dessa leitura otimista, vários analistas renomados alertam contra um excesso prematuro de entusiasmo.

Peter Brandt, trader experiente respeitado por suas análises gráficas, prevê uma queda do bitcoin até 60.000 dólares até o terceiro trimestre de 2026. Jurrien Timmer, diretor de pesquisa macroeconômica da Fidelity, também menciona uma possível retração do BTC para 65.000 dólares, qualificando 2026 como um ano de pausa para o ativo. Essas projeções baseiam-se em uma leitura mais cíclica do mercado e consideram os sinais macroeconômicos atuais, bem como um possível esgotamento da dinâmica pós-halving.

Além das simples previsões de preço, é o sentimento de mercado que provoca preocupação. Desde 13 de dezembro, o índice Crypto Fear & Greed está atolado na zona de medo extremo, atingindo um score de 20 em 100 no dia 26 de dezembro.

Esse clima ansioso coincide com uma queda contínua do preço da criptomoeda principal nos últimos 30 dias (-3,29 %), reforçando a ideia de que a confiança dos investidores está se esvaindo. No entanto, alguns como Phong Le, CEO da Strategy, mantêm que os fundamentos permanecem sólidos apesar desse período de retração. Em julho passado, Matt Hougan, da Bitwise, chegou a afirmar que 2026 seria um ano de recuperação.

Nesse clima de incerteza, as interpretações se enfrentam. Alguns apostam em uma recuperação estrutural, outros temem uma retração prolongada. Contudo, como lembra Changpeng Zhao, é melhor comprar com medo, não com euforia. Um princípio que 2026 pode mais uma vez colocar à prova.