Novembro atinge o setor cripto: US$ 127 mi perdidos em hacks e fraudes

O mês de novembro deu mais um golpe duro no setor de cripto. Além da queda geral do mercado, a indústria foi fortemente impactada por uma onda de invasões, falhas de contrato e atividades fraudulentas. Esses incidentes afetaram tanto usuários quanto empresas, resultando em perdas totais de cerca de US$ 127 milhões após considerar fundos congelados e recuperados.

Incidentes principais geram grandes perdas mensais

Novos dados da CertiK mostram que novembro foi fortemente marcado por várias invasões em larga escala. A atualização mensal de ameaças da empresa, compartilhada no X, observa que o dano relacionado a exploits inicialmente ultrapassou US$ 172 milhões. Esse total diminuiu depois que cerca de US$ 45 milhões foram congelados ou recuperados.

Alguns eventos principais responderam pela maior parte dos danos no setor cripto, com Balancer sofrendo o golpe mais severo do mês. Uma grande violação no sistema expôs a plataforma a perdas superiores a US$ 113 milhões. Esse único evento moldou o panorama mensal e tornou novembro um dos períodos mais difíceis do ano para a segurança DeFi.

Em seguida, a maior perda foi da Upbit. A exchange sul-coreana sofreu uma violação em uma de suas carteiras na rede Solana perto do fim do mês. O ataque resultou em uma perda de 44,5 bilhões de won, o que equivale a cerca de US$ 30,5 milhões. As equipes de segurança notaram que as características da violação estavam alinhadas com padrões associados ao Grupo Lazarus, a organização de hackers ligada à Coreia do Norte.

Outras plataformas não foram poupadas, com Bex perdendo 12,4 milhões de dólares, Beets 3,8 milhões e Gana Payment adicionando 3,1 milhões ao total do mês. Vários incidentes menores também ocorreram durante novembro e, embora não tenham sido tão grandes quanto os principais ataques, ainda aumentaram o custo de um mês já muito caro.

Distribuição das perdas de cripto por tipo de vulnerabilidade

A CertiK também forneceu uma análise das perdas por tipo em toda a indústria cripto, mostrando quais vulnerabilidades permaneceram mais ativas:

• Vulnerabilidades relacionadas ao código causaram os maiores danos, totalizando US$ 130,2 milhões.
• Fundos retirados de carteiras e ataques de phishing juntos alcançaram US$ 38,8 milhões, com roubo de carteiras em US$ 33 milhões e golpes de phishing em US$ 5,8 milhões.
• Manipulação de preço causou US$ 2,1 milhões em danos, enquanto fraquezas no front-end adicionaram US$ 700 mil, mostrando que os atacantes usaram tanto falhas técnicas quanto engenharia social.

Até agora em 2025, a atividade de phishing oscilou fortemente, com meses anteriores mostrando picos muito maiores. O número de novembro foi moderado em comparação com esses picos, mas ainda contribuiu significativamente para o total anual crescente. Isso reforçou a realidade contínua de que, mesmo quando exploits avançados dominam as manchetes, esquemas direcionados aos usuários permanecem ativos e eficazes.

Impacto nos diferentes plataformas cripto

As perdas variaram ao longo do ecossistema cripto, com as plataformas DeFi suportando a maior parte, com US$ 134 milhões, impulsionadas em grande parte pela violação do Balancer. As exchanges vieram em seguida com US$ 29,8 milhões em perdas, enquanto pontes adicionaram US$ 5,3 milhões. Migrações e incidentes relacionados à IA acrescentaram, respectivamente, US$ 318.384 e US$ 38.977.

Ao longo do ano até agora, as perdas relacionadas a exploits no ecossistema cripto subiram e caíram drasticamente, com novembro se destacando como um dos picos mais notáveis. A empresa de segurança blockchain PeckShieldAlert ofereceu uma avaliação mais ampla do mês, afirmando que novembro registrou cerca de 15 exploits importantes. Segundo os dados da empresa, as perdas totais atingiram aproximadamente US$ 194,27 milhões. Isso foi mais de 10 vezes o total de outubro, que foi de US$ 18,18 milhões, marcando um aumento dramático de 969% mês a mês.

Os resultados de novembro intensificaram os desafios para as principais plataformas cripto e órgãos de supervisão. A CertiK informou que cerca de US$ 45 milhões dos fundos roubados foram congelados ou recuperados com sucesso, mas a maioria das ações ainda ocorreu após os ataques terem ocorrido. O sucesso de qualquer recuperação depende muito de quão rapidamente as plataformas detectam movimentações incomuns de fundos, da eficiência na coordenação com as autoridades policiais e se os atacantes deixam rastros na blockchain que possam ser rastreados.