Solana encerra o suporte ao seu smartphone Saga após apenas 2 anos

Solana Mobile vira a página do seu primeiro smartphone cripto. O Saga, lançado em 2023, não receberá mais atualizações ou correções de segurança. Apenas dois anos após sua chegada ao mercado, o aparelho é abandonado. Uma obsolescência precoce que contrasta com os padrões da Apple e Google.

Fim prematuro para o smartphone Saga da Solana

Solana Mobile oficializou na segunda-feira o abandono do Saga. Os proprietários das 20.000 unidades produzidas não receberão mais nenhuma atualização.

” As atualizações de software e correções de segurança não estão mais disponíveis para os aparelhos Saga“, confirmou um responsável no Discord oficial. 

O telefone continuará funcional, porém travado no Android 14 e seu último patch de novembro de 2024.

Este anúncio surpreende pela rapidez. O Saga foi lançado em abril de 2023. Seu suporte termina portanto após apenas 26 meses de existência. Para comparação, a Apple só qualifica seus iPhones como “obsoletos” após sete anos completos. Google e Samsung também oferecem sete anos de suporte para seus aparelhos top de linha. O fosso é enorme.

A empresa justifica essa decisão por um reagrupamento estratégico em torno do Seeker, seu telefone de segunda geração. Mas para os primeiros adotantes, a conta é amarga. Certamente, as funcionalidades cripto continuam funcionando. 

As carteiras podem até ser restauradas em outros dispositivos graças ao “padrão de mesma semente”. Resta saber que a ausência de correções de segurança expõe esses aparelhos a vulnerabilidades crescentes.

O Seeker para apagar os erros do passado

Solana Mobile aposta tudo em seu novo campeão. O Seeker, lançado por 500 dólares, custa metade do preço do Saga em seu início. Já registrou mais de 150.000 pré-encomendas e os primeiros envios começaram em agosto. Um sucesso que contrasta fortemente com o lançamento fracassado de seu predecessor.

O primeiro smartphone cripto da Solana teve um começo catastrófico. As vendas estagnavam até que uma série de airdrops generosos mudou o jogo no final de 2023. 

Os detentores então puderam arrecadar vários milhares de dólares em tokens gratuitos, provocando uma corrida aos últimos estoques disponíveis. Uma lição que a empresa parece ter aproveitado.

O Seeker traz melhorias notáveis: tela mais brilhante, bateria reforçada, interface repensada. Ele mantém o Seed Vault para proteger as chaves privadas e oferece uma loja de aplicativos descentralizada aprimorada. 

A inovação principal? O token SKR, projetado para alinhar os interesses de desenvolvedores e usuários. Os detalhes permanecem vagos, mas a Solana Mobile promete uma economia participativa em torno desse ecossistema.

A empresa vai além ao integrar o TEEPIN, um sistema de segurança que valida hardware e software sem intermediário centralizado. Acabou Google ou Apple para autorizar aplicativos. Tudo se baseia em criptografia. 

Mais de 100 aplicativos Web3 nativos já estão disponíveis no lançamento, do DeFi ao gaming passando pelos NFTs.

Em suma, o caso Saga revela o calcanhar de Aquiles da Solana Mobile: a durabilidade. Dois anos de suporte não são páreo para os sete anos garantidos pela concorrência. Os 150.000 compradores do Seeker assumem um risco calculado. Resta saber se a empresa desta vez honrará seu compromisso a longo prazo. Pois no universo móvel, a confiança se constrói ao longo dos anos, não em anúncios.