cripto para todos
Juntar-se
A
A

Stablecoins: Após o BIS, é a vez do Banco da França dar o alerta

15h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
Informar-se Stablecoin

Os Estados Unidos aceleram. A França, por sua vez, freia. Enquanto Washington aperfeiçoa uma regulamentação federal favorável aos stablecoins, o Banco da França multiplica os sinais vermelhos. Duas visões que colidem. Seria uma divergência doutrinária ou uma vontade de conter a influência monetária americana no solo europeu? Uma coisa é certa: a desconfiança se instala do lado hexagonal. E o alerta não é de hoje.

Quatre hommes en costume, concentrés, observant un hologramme de stablecoin au-dessus du monde, avec une lueur orange intense.

Em resumo

  • Os stablecoins são considerados arriscados: liquidez, cibersegurança, manipulação e fraude são as principais preocupações.
  • O dólar domina esses criptoativos, reforçando os temores de perda de soberania monetária europeia.
  • O Banco da França promove a ideia de um euro digital para combater a hegemonia dos stablecoins americanos.
  • O mercado de stablecoins pesa mais de 250 bilhões de dólares, dominado por USDT e USDC.

Uma guerra suave: quando os stablecoins se tornam um risco soberano

Stablecoins, um perigo para as finanças em escala planetária? Enquanto o Banco de Compensações Internacionais os considera ineficazes e perigosos para a economia mundial, o Banco da França não fica atrás. “Existem todo tipo de riscos em torno desses stablecoins“, declarou Agnès Bénassy-Quéré, vice-governadora do Banco da França, em junho passado.

Ela citou: risco de liquidez, risco cibernético, risco de manipulação e risco de fraude. Isso não é banal. Por trás dessa linguagem controlada, há uma questão de soberania monetária em jogo.

O Banco da França não mede as palavras. Segundo ele, ostablecoins podem um dia “substituir as moedas tradicionais. O espectro de uma desintermediação completa surge. E a sombra dos Estados Unidos paira. Pois o Senado americano acaba de aprovar um projeto de lei estruturante para esses ativos. USDT e USDC juntos alcançam 215 bilhões de dólares. Uma hegemonia reforçada.

Em maio de 2022, a queda abrupta do TerraUSD ainda está na memória. Uma única onda de retiradas foi suficiente para derrubar o preço. Resultado? Bilhões evaporaram, e uma ilustração concreta do caos que esses criptoativos podem gerar.

François Villeroy de Galhau, governador do Banco da França, vai além. Ele fala de um “risco de des-europeização” pela invasão dos stablecoins lastreados em dólar. Em uma conferência realizada em Paris no dia 10 de junho de 2025, ele enfatizou:

Eles representam um risco sério de privatização da moeda.

Cripto-regulamentação ou concorrência? A Europa em busca de equilíbrio

Diante da ascensão dos stablecoins, a Europa busca uma resposta. E ela tem um nome: o euro digital. Apresentado como uma alternativa credível, este “bilhete digital” visa garantir autonomia monetária em um mundo dominado pelas plataformas cripto.

O governador afirmou: “A distribuição será baseada em uma parceria público-privada com os bancos comerciais“. Este projeto, apoiado pelo BCE, deve se concretizar até o final de 2025. Paralelamente, as discussões sobre stablecoins compatíveis com o euro se multiplicam. Alguns atores pensam em tokenizar depósitos bancários.

Números para lembrar:

  • 254 bilhões de dólares: capitalização total dos stablecoins (fonte: CoinGecko, junho de 2025);
  • 155 bilhões para o USDT, 60 bilhões para o USDC: dois gigantes americanos;
  • 66% dos pagamentos por cartão na zona do euro dependem de redes internacionais;
  • 2022: colapso do TerraUSD, perda estimada em 40 bilhões de dólares;
  • 2025: objetivo oficial de lançamento do euro digital pelo BCE.

Os stablecoins não são mais apenas um produto cripto exótico. Eles se tornam uma ferramenta financeira transnacional, usada na DeFi, nos pagamentos cotidianos e até mesmo nos ecossistemas das Big Techs. Uber, Apple e X já exploram as integrações.

As vozes europeias, por sua vez, pedem uma regulamentação rigorosa. Mas a pressão aumenta. De um lado, o dinamismo americano, do outro, a prudência europeia. E no meio? Mercados que exigem clareza, rapidez e estabilidade.

A batalha do stablecoin está, portanto, lançada. E a questão não é mais puramente financeira: é estratégica.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS) provavelmente compartilha as preocupações do Banco da França. Mas ele não ignora a revolução em andamento. A tokenização de ativos, já iniciada pela Blackrock, é agora capitalizada pela Real, um ator que transforma essa disrupção em modelo viável. E essa virada está apenas começando.

Maximize sua experiência na Cointribune com nosso programa "Read to Earn"! Para cada artigo que você lê, ganhe pontos e acesse recompensas exclusivas. Inscreva-se agora e comece a acumular vantagens.



Entrar no programa
A
A
Mikaia A. avatar
Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

AVISO LEGAL

As opiniões e declarações expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor e não devem ser consideradas como recomendações de investimento. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão de investimento.