Enquanto os americanos cuidam dos stablecoins, o Banco da França mostra suas garras: cripto, dólar e soberania não fazem boa companhia para os guardiões do templo monetário.
Enquanto os americanos cuidam dos stablecoins, o Banco da França mostra suas garras: cripto, dólar e soberania não fazem boa companhia para os guardiões do templo monetário.
O mercado de crédito imobiliário, que estava há muito tempo parado, está começando uma recuperação clara. Em dois meses, a demanda por empréstimos quase dobrou, impulsionada pela queda das taxas e pela reabertura das comportas bancárias. Após dois anos de bloqueio devido ao aumento brusco do custo do dinheiro, a reversão era esperada. No entanto, essa melhora é sustentável ou é apenas um efeito de recuperação? Enquanto abril marca uma inflexão, o setor se pergunta: estamos testemunhando o início de um ciclo ou uma pausa frágil?
6,356 trilhões de euros é o montante alcançado pelo patrimônio financeiro das famílias francesas, um recorde absoluto revelado pelo Banco da França. Este número supera amplamente a dívida pública nacional e ultrapassa a capitalização do CAC 40. Por trás dessa acumulação impressionante está uma escolha social: a de uma poupança maciça, voltada para a segurança em vez do rendimento. Um paradoxo francês, em um momento em que a economia clama por inovação e os mercados por uma assunção de risco controlada.
Abril de 2025 ficará na memória como um mês particularmente sombrio para o Livret A. Esta ferramenta de poupança preferida dos franceses apresenta um saldo negativo inédito desde 2009, com saques superando depósitos em 200 milhões de euros. A recente queda em sua taxa de remuneração parece ter provocado uma desilusão geral entre os poupadores.
A 1,7% o Livret A já não fascina mais. O LEP salva os móveis, enquanto os jovens fogem para céus mais verdes ou mais voláteis.
O Banco da França se vê em 2024 confrontado com uma situação financeira sem precedentes, com uma perda operacional de 17,7 bilhões de euros. Esta perda, longe de ser anedótica, revela fragilidades profundas dentro do sistema financeiro europeu, exacerbadas pela inflação, pelo aumento das taxas de juros e pela gestão das dívidas públicas.