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Tether muda de estratégia e suaviza retirada

Sun 31 Aug 2025 ▪ 5 min de leitura ▪ por Fenelon L.
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Tether, gigante incontestável dos stablecoins, faz uma retratação sobre uma decisão que abalou o ecossistema cripto em julho. Enquanto previa encerrar o suporte ao USDT em cinco blockchains históricas, o emissor finalmente concede uma prorrogação inesperada a seus usuários. Por que essa reviravolta, e o que ela revela sobre a estratégia da Tether diante dos desafios regulatórios e da concorrência?

Um executivo representando a Tether suspende seu gesto sobre um botão vermelho, interrompendo a desativação do USDT em cinco blockchains.

Em resumo

  • A Tether desistiu de interromper totalmente suas operações de USDT na Omni Layer, Bitcoin Cash SLP, Kusama, EOS e Algorand.
  • Os usuários não precisarão mais transferir seus tokens antes de 1º de setembro de 2025, ao contrário do que havia sido anunciado anteriormente.
  • Segundo a Tether, a decisão ocorre após os “feedbacks das comunidades”.
  • O USDT mantém sua dominância com 167,4 bilhões de dólares em capitalização, principalmente nas redes Ethereum e Tron.

Tether volta atrás em sua decisão, operações mantidas em cinco blockchains

Em julho passado, a Tether surpreendeu ao anunciar o fim do suporte ao USDT em cinco blockchains históricas. Paolo Ardoino, à frente da empresa, justificou então essa escolha por uma “mudança de estratégia comercial” e o desejo de se concentrar em redes mais escaláveis e amplamente utilizadas.

Com a aproximação do prazo final em 1º de setembro de 2025, a pressão aumentava: os detentores de USDT nessas cadeias precisavam obrigatoriamente transferir seus tokens. Mas, de última hora, a Tether anunciou uma reviravolta. Em um comunicado publicado em seu site oficial, a empresa esclarece que os investidores “não precisarão mais” transferir seus tokens.

Oficialmente, essa marcha a ré decorre dos “retornos das comunidades sobre essas blockchains abandonadas”. Uma fórmula diplomática que provavelmente encobre uma contestação mais forte do que o esperado. Pois, para um ator do porte da Tether, cortar abruptamente qualquer ligação com certos ecossistemas, mesmo em declínio, teria representado um grande risco reputacional.

Os números, contudo, justificavam amplamente a decisão inicial. Em Kusama, restam pouco mais de 250.000 USDT em circulação. No Bitcoin Cash, o patamar de um milhão nem é alcançado. Quanto ao Omni Layer, pioneiro histórico no transporte de USDT desde 2014, seus 82 milhões de tokens ativos são uma gota no oceano em comparação aos 80,9 bilhões que circulam hoje no Tron.

Um compromisso estratégico entre abandono e manutenção

A nova abordagem da Tether traduz uma estratégia muito mais equilibrada. Em vez de um abandono repentino, a empresa escolhe uma fórmula intermediária: a emissão e o resgate diretos de USDT cessam, mas as transferências entre carteiras continuam possíveis. Os contratos inteligentes, ao contrário dos primeiros anúncios, portanto, não serão congelados.

Essa meia medida oferece uma dupla vantagem. De um lado, tranquiliza as comunidades envolvidas, evitando que seus tokens fiquem bloqueados. De outro, permite à Tether focalizar seus recursos nos ecossistemas realmente promissores. 

Hoje, a maior parte da atividade USDT está concentrada no Tron (80,9 bilhões de dólares em circulação) e Ethereum (72,4 bilhões). A BNB Chain completa esse trio de liderança com cerca de 6,8 bilhões.

Mas além dos números, o desafio regulatório pesa muito nessa decisão. Com o projeto de lei “stablecoin bill” nos Estados Unidos e a aplicação da MiCA na Europa, a Tether precisa ajustar sua rota. Reduzir a exposição a blockchains secundárias, pouco usadas e mais difíceis de regulamentar, ajuda a limitar os riscos jurídicos.

Esse reposicionamento faz parte de uma estratégia de longo prazo. A Tether não se limita a emitir o USDT: a empresa investe em inovação, explorando caminhos como IAs autônomas ou código aberto aplicado à mineração de bitcoin. Uma forma de consolidar sua dominação nos principais mercados ao mesmo tempo em que diversifica sua influência no ecossistema cripto.

Essa sequência ilustra, aliás, uma verdade maior: a cripto entra em uma fase de maturidade. As blockchains não podem mais contar com seu passado ou prestígio técnico para sobreviver. Devem provar sua relevância pela inovação, vitalidade de sua comunidade e valor agregado de suas aplicações. Em um mercado onde o USDT já pesa mais de 167 bilhões de dólares, cada escolha estratégica se torna decisiva.

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Fenelon L.

Passionné par le Bitcoin, j'aime explorer les méandres de la blockchain et des cryptos et je partage mes découvertes avec la communauté. Mon rêve est de vivre dans un monde où la vie privée et la liberté financière sont garanties pour tous, et je crois fermement que Bitcoin est l'outil qui peut rendre cela possible.

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