Trump nomeia um defensor do Bitcoin no Fed e o mercado dispara

Donald Trump ataca novamente. Após abrir os fundos de aposentadoria 401(k) para ativos alternativos como o bitcoin, ele nomeia Stephen Miran, economista pró-Bitcoin, para o conselho do Federal Reserve. Um gesto aclamado pelo mercado cripto, impulsionando o BTC além de 117.500 dólares.

Uma nomeação que muda o jogo para o Bitcoin

O presidente Donald Trump surpreendeu na quinta-feira ao anunciar no Truth Social a nomeação de Stephen Miran para o conselho do Federal Reserve. 

Esse economista experiente, atualmente presidente do Conselho de Conselheiros Econômicos, ocupará o lugar deixado vago por Adriana Kugler até 31 de janeiro de 2026.

Além disso, Miran não é desconhecido no ecossistema cripto. Ex-funcionário do Departamento do Tesouro sob o primeiro governo Trump, ele expressou publicamente apoio ao bitcoin várias vezes. Essa expertise reconhecida lhe vale elogios do presidente, que qualifica suas competências econômicas como “incomparáveis”.

A reação dos mercados não se fez esperar. O bitcoin subiu imediatamente 2%, ultrapassando a marca simbólica de 117.500$. Essa alta reflete o otimismo dos investidores diante dessa nomeação estratégica.

Greg Magadini, diretor de produtos derivados na Amberdata, explica essa euforia para a Decrypt:

Espera-se que ele adote uma postura acomodativa, o que Trump deseja. A reação do mercado parece confirmar isso.

Essa dinâmica se encaixa perfeitamente na estratégia cripto de Trump. Após autorizar a inclusão do bitcoin nos planos de aposentadoria 401(k), o presidente continua a transformar o panorama financeiro americano. Essas medidas conjuntas criam um ambiente favorável às criptomoedas.

Os riscos de um Fed sob influência política

Apesar do otimismo dos mercados, essa nomeação levanta questões importantes sobre a independência do Federal Reserve. Greg Magadini alerta para os riscos estruturais de uma mudança de rumo muito radical.

“Se o Fed perder sua independência e capacidade de combater a inflação, será parecido com um mini-momento dos anos 1970“, alerta o analista. 

Essa referência histórica remete ao período em que o abandono do sistema de Bretton Woods fez disparar o preço do ouro, de 35 dólares a onça em 1970 para 700 dólares em 1980.

Hoje, vários sinais reforçam esse paralelo. Os leilões de títulos do Tesouro americano têm baixa demanda, o ouro continua em alta e a inflação permanece persistente, com o indicador PCE em 2,6%, acima do alvo de 2% do Fed.

Esses sinais convergentes alimentam preocupações com o retorno da inflação. Nesse contexto, um Fed menos independente pode ter dificuldades em manter sua credibilidade e eficácia na luta contra a alta dos preços.

No entanto, Magadini identifica uma oportunidade única para as criptomoedas: 

Isso me leva a acreditar que o mercado vê tudo isso como inflacionário. >Acredito que as criptomoedas têm um grande potencial de crescimento se o mercado se preocupar mais com a inflação. » 

Ele lembra que a capitalização total do mercado cripto ainda é modesta em comparação aos ativos tradicionais, sendo a NVIDIA maior que o total das 5.000 criptomoedas existentes.

Em suma, com Miran no Fed, Trump reforça sua ofensiva para consolidar o bitcoin nas engrenagens das finanças americanas. Entre abertura regulatória, potencial afluxo de capitais e escassez de oferta, o terreno parece propício para um disparo dos preços do BTC.