Um simples « gm » de SBF faz o token FTT disparar 24 %

Ainda é possível salvar Sam Bankman-Fried? Não sua reputação, mas seu futuro. Na prisão, o ex-bilionário cripto rói as unhas enquanto seu antigo império se tornou um campo de ruínas. No entanto, algo estranho acontece: um lampejo de luz surge do barro. O token FTT – token órfão da FTX – brevemente renasceu após uma publicação inesperada no X. Como um batimento cardíaco em um corpo congelado.

“Gm” de SBF: duas letras, um tremor cripto

Em 23 de setembro de 2025, ao amanhecer, um simples “gm” surge da conta X de SBF, 33 anos e ainda preso. Resultado imediato : o token FTT dispara para 1,23$, antes de cair para 0,98$. A comunidade entra em ebulição. No entanto, SBF continua encarcerado.

O investigador on-chain ZachXBT se indigna: “ele nem merece direitos humanos” após o que fez. A reação revela o quão viva está a ferida da FTX.

Muito rapidamente, um tweet corrige: a mensagem não foi postada pelo próprio SBF, mas por um amigo. A especulação, porém, pouco se importa. O mercado já havia reagido. Não é a primeira vez que isso acontece: em fevereiro, um post similar já havia impulsionado o FTT.

A cada aparição de SBF, o imaginário coletivo se inflama. Uma mistura de fascinação, raiva e memória traumática: o passado da FTX ainda assombra as plataformas.

Não, SBF não posta da prisão. É um amigo que escreve por ele.

Trader FTT, ou como exorcizar o trauma FTX?

Se alguns se divertiram com o post, outros viram nele uma repetição irônica de um velho cenário. Arthur Hayes, ex-cofundador da BitMEX, solta: “Wen memecoin?” como para dizer mais um golpe de teatro para especular. A ironia é palpável, a tensão subjacente.

FTT é um token zumbi: sem função, sem utilidade real. No entanto, permanece vivo nos reflexos do mercado. Prova? O “social dominance” do token subiu para 0,75%, um dos picos do ano. Um sinal suficiente para desencadear uma corrida nas ordens.

No imaginário cripto, alguns símbolos ainda funcionam. O “gm” é um totem. Quando surge da conta de um antigo gigante caído, toca uma corda sensível. Não se compra FTT pelo futuro, mas para lembrar o que foi a cripto antes do inverno.

E às vezes, para os mais jogadores, compra-se apenas para ver a fera se mexer mais uma vez.

FTT: números loucos para um ativo vazio

FTT não tem mais casos de uso, mas permanece um brinquedo especulativo. Em 23 de setembro, o volume à vista aumentou 281%, alcançando 49,6 milhões de dólares. O volume de derivativos explodiu 1.353%, chegando a 30,3 milhões. O open interest cresceu 38%, atingindo 3,3 milhões. Os depósitos dobraram e os endereços ativos quadruplicaram, passando a 201, segundo The Tie.

Os indicadores técnicos contam outra história: um pico brusco, uma queda igualmente rápida. RSI em 54, bandas de Bollinger ampliadas, MACD ainda comprador. Já se fala em dead cat bounce: uma ilusão de alta em um ativo moribundo.

📌 Números chave do rebote do FTT:

• +281% de volume à vista em 24 h;
• +1.353% nos derivativos;
• 201 endereços ativos em comparação a 56 na média;
• Resistência testada em 1,20$, suporte em 0,90$;
• Social dominance em 0,75%, nível recorde.

Um tweet. Números loucos. E ainda assim, nenhum anúncio, nenhum fundamental. Apenas um eco. O de um império caído… mas não esquecido.

Enquanto o FTT pulsa em um surto artificial, o destino de SBF se decide em outro lugar. Seus advogados preparam uma defesa em recurso para novembro. Mais discretamente, seus pais multiplicam os contatos para obter uma graça presidencial. O processo circula, os argumentos são construídos. Será que ele sairá algum dia? O mercado cripto já o reabilitou por um instante. Mas a justiça não se comove com duas letras postadas ao amanhecer.