USDCx : Circle joga a carta da discrição para atrair grandes empresas

Circle, o emissor do famoso USDC, dá um passo decisivo com o USDCx, um stablecoin projetado para oferecer às empresas e instituições a confidencialidade de um banco tradicional. Desenvolvido em parceria com Aleo, este projeto responde a uma questão urgente: como explorar o poder da blockchain sem expor publicamente seus fluxos financeiros?

Circle revela USDCx, um novo stablecoin focado na confidencialidade

Circle, o emissor do famoso USDC, associa-se à Aleo para criar o USDCx. Este novo stablecoin promete às instituições o que elas pedem há anos: discrição.

Howard Wu, cofundador da Aleo, confirma que o projeto é direcionado especificamente a bancos e grandes empresas. O desafio? Permitir finalmente que os gigantes das finanças usem a blockchain sem expor suas estratégias comerciais a todos.

Diferente dos stablecoins tradicionais, onde cada transação aparece publicamente na blockchain, USDCx funciona de modo diferente. Os endereços das carteiras e os valores permanecem ocultos.

Uma revolução para as empresas que temem que seus concorrentes espionem seus fluxos financeiros. Contudo, a Circle mantém a capacidade de fornecer um registro completo caso os reguladores ou as forças de segurança o solicitem.

Aleo enfatiza esta mensagem há muito tempo: “a transparência se torna uma desvantagem quando se trata de dados sensíveis de pagamento“.

A empresa não está sozinha nesta área. Taurus, especialista em infraestruturas para ativos digitais, já desenvolveu um sistema de contratos inteligentes privados. O objetivo? Incentivar empresas a usar stablecoins para seus pagamentos internos e folha de pagamento.

Esta corrida pela confidencialidade responde a um obstáculo importante. Grandes instituições se recusam a adotar sistemas onde seus concorrentes podem analisar cada movimento de fundos. USDCx pode muito bem derrubar essa barreira e abrir as portas para a adoção institucional.

A América descobre os stablecoins, Wall Street desperta

O momento da Circle não é por acaso. O GENIUS Act criou um quadro regulatório claro para stablecoins indexados ao dólar americano.

Esta lei desencadeou uma verdadeira corrida pelo ouro digital. Citigroup associou-se à Coinbase para testar pagamentos em stablecoins. JPMorgan e Bank of America também exploram essas tecnologias na maior discrição.

Até Western Union, o gigante centenário das transferências de dinheiro, entra na era cripto. A empresa está construindo um sistema de liquidação na Solana e preparando seu próprio stablecoin. O dólar americano domina este mercado em plena explosão.

O USDC da Circle e o USDT da Tether representam juntos 85% das transações globais em stablecoins. Outros players, como o PayPal com seu PYUSD, também tentam a sorte.

A Visa, por sua vez, amplia sua oferta diante desta concorrência crescente. Os números falam por si: o mercado de stablecoins explode, impulsionado pela demanda institucional que não existia há dois anos. O GENIUS Act mudou o jogo ao oferecer às empresas a segurança jurídica que esperavam.

A Circle aposta alto com o USDCx. Combinando as vantagens da blockchain com a confidencialidade bancária tradicional, a empresa pode desencadear a adoção em massa que todo o ecossistema espera. As instituições financeiras parecem finalmente prontas para dar o passo. Resta saber se essa confidencialidade será suficiente para convencer os últimos céticos de Wall Street.