Franceses economizam como nunca: taxa de poupança chega a 18,8%

Os últimos números do INSEE revelam uma tendência que chama a atenção. A taxa de poupança dos franceses atingiu um nível inédito desde 1979 (excluindo Covid). Esse fenômeno revela muito sobre o estado de espírito das famílias. Acima de tudo, ele pode redistribuir as cartas das finanças na França. Todos os detalhes nos parágrafos a seguir!

Uma poupança em forte alta, apesar de um contexto financeiro favorável

Na França, a taxa de poupança das famílias atingiu 18,8% de sua renda disponível no primeiro trimestre de 2025 (contra 17,7% no final de 2024). Ainda mais impressionante: a taxa de poupança financeira saltou para 9,8%. Isso indica a parte aplicada em ativos financeiros.

Para os analistas, trata-se de um recorde histórico. Esses números contradizem, de fato, as previsões do Banco da França, que antecipava um retorno progressivo ao nível pré-Covid (cerca de 15%).

No entanto, tudo parecia indicar o retorno do consumo das famílias. Em 2024, o poder de compra havia avançado 2,6%. Quanto à inflação, ela havia diminuído significativamente. Mesmo os produtos de poupança tradicionais como o Livret A não frearam o acúmulo (e isso, apesar da remuneração em queda). Um paradoxo que se explica principalmente por uma desconfiança generalizada!

Crise de confiança: as finanças vítimas do clima ansioso

Por que tanta cautela enquanto a conjuntura melhora? Segundo o economista Philippe Crevel, o contexto econômico, político e geopolítico leva os franceses à prudência. Falam-se especialmente das preocupações em torno de:

• a guerra na Ucrânia;
• a dissolução;
• a política atual dos Estados Unidos;
• o déficit público crescente.

Tudo isso pesa bastante. Acima de tudo, essa acumulação de incertezas alimenta uma queda na confiança econômica. As famílias temem um aumento de impostos. Por isso, preferem proteger seus recursos.

Certamente, esse reflexo pode acalmar os mercados financeiros. Dito isso, constitui um risco para a retomada econômica pelo consumo.

Se o Estado quiser mobilizar essa fortuna, terá então que restaurar a confiança ou canalizar a poupança para investimentos estratégicos. Caso contrário, essa prudência pode tornar-se estrutural. Algo que pode redesenhar, de forma duradoura, as finanças francesas!