A economia da China diante de uma preocupante espiral deflacionária
A China está discutindo ativamente com os Estados Unidos. Quando o império negocia, é porque a relação de forças lhe escapa. Internamente, tudo vacila: os preços caem, as exportações descarrilam, o consumo desaparece, a economia está em desaceleração. Esse gigante parece deslizar por uma ladeira perigosa. Se Pequim ainda espera melhorar sua imagem internacional, talvez seja porque internamente nada está funcionando direito.
Em resumo
- Em abril, o IPC caiu 0,1% e o PPI 2,7%, sinalizando uma deflação enraizada.
- Pequim redireciona suas exportações para o mercado interno, mas a demanda permanece estruturalmente fraca.
- JD.com e Freshippo estão mobilizados para escoar estoques não vendidos, por falta de compradores solventes suficientes.
- A restauração sofre com tarifas aduaneiras: falta de carne bovina americana na China, disparada nos preços nos Estados Unidos.
Consumo: uma economia que vacila, uma ameaça que se instala na China
A deflação ronda a China. Três meses consecutivos de queda nos preços ao consumidor. Em abril, o índice CPI caiu 0,1%, e o índice de preços ao produtor (PPI) caiu 2,7%. Essa queda contínua não é apenas um número estatístico. Revela uma perda de confiança dos consumidores. E quando as famílias param de comprar, toda a estrutura econômica fica abalada.
A China já não é aquela colmeia vibrante. O crédito está mais acessível, os bancos injetam liquidez, mas as famílias não compram mais. Por quê? Dívidas demais, uma bolha imobiliária prestes a estourar, um mercado de trabalho incerto. O cidadão chinês guarda seu dinheiro, como se guarda uma vela em caso de falta de energia.
Até a alimentação sente o impacto. O preço dos alimentos caiu 0,2%.
“Os consumidores permanecem cautelosos diante da incerteza econômica“, lê-se no relatório oficial citado pelo South China Morning Post.
Apesar da queda dos preços, o medo prevalece sobre o desejo.
Muito para vender, poucos compradores: a armadilha interna
Diante das exportações desaceleradas pelas tensões comerciais, a China jogou uma carta inesperada. Ela pede que seus industriais redirecionem seus produtos para o mercado interno. Uma reciclagem econômica que traz problemas: se ninguém quer ou pode comprar, essa manobra só aumenta a bolha.
- -0,1%: queda do índice CPI em abril;
- -2,7%: queda do PPI em um ano, recuo maior em 6 meses;
- +0,3%: alta simbólica nos preços dos serviços;
- 0%: crescimento real em várias zonas urbanas analisadas;
- +17,1%: salto na produção industrial em janeiro-fevereiro, seguido de uma forte desaceleração.
JD.com e Freshippo foram mobilizados para ajudar a escoar os excedentes. Mas vender uma mercadoria a um cliente desinteressado ainda é uma aposta arriscada. CNBC alerta:
A deflação pode piorar se a oferta superar amplamente uma demanda anêmica.
E esse desequilíbrio é visível até no exterior. Nos Estados Unidos, os restaurantes chineses têm dificuldades para se abastecer. As tarifas alfandegárias prejudicam as cadeias logísticas. Na China, os estabelecimentos de alto padrão têm dificuldade para oferecer carne bovina americana. O SCMP destaca:
Os restaurantes chineses em Nova York ajustam seus menus para compensar o aumento dos preços.
Quando até os pratos mudam, é porque a economia não está digerindo bem.
Medidas de estímulo ou band-aid numa fratura aberta?
O Banco Central chinês reduz as taxas de juros. Programas de empréstimos direcionados foram lançados. O Estado apoia algumas indústrias-chave. No entanto, a máquina econômica ainda tosse. Essas injeções de liquidez parecem mais um curativo do que uma cirurgia verdadeira.
Palavras grandiosas já não são suficientes. O consumidor espera. Quer garantias, não slogans. O medo do futuro limita o consumo. E o milagre econômico chinês se parece agora com um truque de mágica mal executado.
Pequim também aposta na reorganização logística. Incentivar a venda local é tentar absorver choques externos. Mas, novamente, a estratégia vacila. O recolhimento para si não é uma solução sustentável. Uma economia baseada na exportação não se inverte por decreto.
A situação lembra um provérbio: não se esvazia o oceano com uma concha. E enquanto isso, as redes permanecem vazias nas cozinhas chinesas, como nas projeções econômicas.
A China busca soluções. Segundo um analista da BlackRock, ela poderia se voltar para criptomoedas ou ouro como reservas de estabilidade. E afinal, ela não é já a segunda maior detentora de bitcoins do mundo? O que parecia uma mania talvez seja agora uma estratégia.
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La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
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