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A Europa espera evitar o pior: Um acordo possível com os EUA neste fim de semana?

12h45 ▪ 6 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
Informar-se Geopolítica

No momento em que as tensões comerciais redesenham as relações de força mundiais, a Europa enfrenta uma ameaça direta: Washington impõe um ultimato até 9 de julho para concluir um acordo bilateral. Após esse prazo, tarifas adicionais que podem chegar a 70% seriam aplicadas às exportações europeias a partir de 1º de agosto. Nesse clima de alta tensão, Bruxelas tenta evitar um choque direto com uma administração americana decidida a impor suas regras. Uma negociação rápida é iniciada para evitar uma escalada no confronto tarifário.

Un diplomate européen en pleine course pour soumettre un accord à Trump. Il est courbé vers l’avant, bras tendu tenant un dossier frappé du drapeau de l’Europe avec des feuilles s’envolant derrière lui.

Um ultimato e a escalada aduaneira

Enquanto a contagem regressiva para o prazo final de 9 de julho estabelecido por Donald Trump está em andamento, as negociações entre Washington e seus parceiros comerciais, incluindo a União Europeia, se intensificam.

Neste sábado, o ministro francês da Economia, Éric Lombard, falou para destacar a gravidade da situação. Ele declarou:

Espero que tenhamos um acordo neste fim de semana. Caso contrário, a Europa provavelmente precisará mostrar mais vigor na resposta para restabelecer o equilíbrio.

Uma delegação da Comissão Europeia está atualmente em Washington com o objetivo de desarmar a ameaça de sanções tarifárias. O alerta é claro: na ausência de um acordo rápido, medidas aduaneiras punitivas serão aplicadas às exportações europeias para os Estados Unidos.

Essas sanções anunciadas por Donald Trump remontam ao início de abril, quando ele propôs uma reforma unilateral do comércio exterior americano. Na época, ele suspendeu temporariamente a aplicação dessas altas para possibilitar discussões bilaterais. No entanto, o presidente americano confirmou na última sexta-feira um endurecimento iminente. Eis o que está agora na mesa:

  • Tarifas punitivas aplicáveis a partir de 1º de agosto de 2025, na ausência de acordo comercial;
  • Taxas aduaneiras adicionais variando de 10% a 70%, dependendo dos países-alvo;
  • Envio de 12 cartas oficiais a partir de segunda-feira, visando os principais parceiros comerciais, incluindo a União Europeia;
  • Um critério de seleção baseado nos desequilíbrios comerciais, especialmente países que exportam mais para os Estados Unidos do que importam.

A abordagem americana, baseada em uma lógica bilateral, rompe com os princípios de regulação multilateral defendidos até então pela OMC. Para a União Europeia, essa estratégia ofensiva questiona diretamente sua capacidade de proteger seus interesses industriais e estratégicos diante de um parceiro histórico que se tornou imprevisível.

A Europa chamada a se defender: rumo a um retorno do protecionismo?

Além da tentativa de desaceleração, Éric Lombard afirmou que a Europa deve se preparar para reagir com firmeza. “Provavelmente será necessário que a Europa mostre mais vigor”, insistiu, ressaltando que restabelecer uma relação de força equilibrada é indispensável.

Ele considera assim “indispensável” para a União erguer suas próprias barreiras comerciais, tanto contra os Estados Unidos quanto contra outras potências econômicas como a China, também acusada de distorcer as regras do jogo comercial. Longe de limitar seu comentário ao caso americano, Lombard esboça uma visão mais ampla: a de um mundo econômico governado por relações de força brutas, onde as regras multilaterais não têm mais validade.

O ministro ilustrou seu comentário com uma metáfora marcante, comparando a situação atual a “um pátio de recreio onde todos jogam amarelinha com supervisores e respeitando as regras. E há três valentões que chegam e não respeitam nenhuma regra”. Nesse quadro, os “valentões” são claramente identificados: Estados Unidos, China e Rússia.

Essa imagem traduz uma preocupação profunda: a de uma desordem comercial mundial onde as economias europeias, ainda ligadas ao quadro legal da OMC, correm o risco de ser marginalizadas se não reagirem.

Nos mercados financeiros, o clima de incerteza também alimenta movimentos de migração para ativos alternativos. O bitcoin, frequentemente visto como um valor refúgio diante das tensões geopolíticas e das políticas monetárias instáveis, poderia se beneficiar de um endurecimento das relações comerciais.

Uma guerra tarifária transatlântica reforçaria a desconfiança em relação às moedas estatais, acentuando o apelo das criptomoedas descentralizadas como o BTC. Os investidores institucionais acompanham de perto a evolução das negociações, conscientes de que uma falha poderia reacender a volatilidade e reposicionar os ativos digitais no centro das estratégias de proteção.

As consequências dessa tensão podem ser consideráveis. Um aumento nas tarifas, atualmente suspensas por Trump, penalizaria fortemente os exportadores europeus, ao mesmo tempo em que alimentaria uma inflação importada no Velho Continente. A médio prazo, isso poderia fortalecer a vontade europeia de construir uma autonomia estratégica, tanto industrial quanto monetária. Nesse contexto incerto, os mercados, incluindo as criptomoedas, terão que incorporar novas variáveis geopolíticas e tarifárias. O retorno do protecionismo, se confirmado, poderia remodelar duradouramente os fluxos comerciais e incentivar políticas econômicas mais soberanistas.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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