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A Fundação Ethereum prepara a venda de 10.000 ETH para financiar seus projetos

Wed 03 Sep 2025 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Não se separa facilmente de seus bitcoins ou ethers quando se é uma baleia. Cada movimento é observado, cada transação analisada pela comunidade cripto. E ainda menos quando se chama Fundação Ethereum, a organização no centro da segunda maior rede blockchain do mundo. Esta semana, ela anunciou querer vender 10.000 ETH, cerca de 43 milhões de dólares, através de plataformas centralizadas. Uma decisão que alimenta tanto os debates quanto os balanços contábeis.

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Em resumo

  • A Fundação Ethereum vende 10.000 ETH para financiar pesquisa, doações e subsídios.
  • A venda ocorre por plataformas centralizadas, em vários pedidos fracionados para limitar o impacto.
  • A comunidade cripto critica essa escolha, preferindo o uso de protocolos DeFi como Aave.
  • A fundação mantém cerca de 224.800 ETH em tesouraria, equivalente a mais de um bilhão de dólares.

Fundação Ethereum: uma tesouraria sob tensão  

A Fundação Ethereum, a quem a SharpLink comprou 10.000 ETH em julho passado, confirmou no X sua intenção de converter seus ethers em várias pequenas transações. A organização justifica essa estratégia pela necessidade de financiar seus programas de pesquisa, suas doações e seus subsídios. Segundo seus relatórios, a fundação ainda detém cerca de 224.800 ETH, valorizados em mais de um bilhão de dólares.

Esse anúncio não deixou de provocar reações na criptoesfera. O cofundador da Gnosis, Martin Koppelmann, interpelou diretamente a EF declarando:

Curioso. O que falta aos DEX para fazer essa operação em DEX?

O comentário ilustra uma frustração profunda: por que uma organização que milita pela finança descentralizada escolhe uma exchange cripto centralizada (CEX) para liquidar seus ativos?

A resposta poderia estar em uma palavra: eficiência. Ao fracionar suas vendas, a EF limita os riscos de deslizamento de preços e reduz a exposição operacional. Mas esse pragmatismo tem um preço: o da imagem, pois alimenta a suspeita de traição ideológica.

A raiva dos construtores: quando DeFi se sente traída

A comunidade cripto não demorou a reagir. Marc Zeller, fundador do AaveChan, resumiu sua discordância com uma frase lapidar: “Basta usar Aave“. Para ele e muitos outros, é incompreensível que a fundação não utilize os protocolos DeFi que ela ajuda a desenvolver.

Um ex-engenheiro da Meta, Josiah Gulden, foi ainda mais longe. “Existem maneiras melhores de obter liquidez do que vender massivamente no mercado“, afirmou.

Vender ao invés de emprestar não inspira muita confiança na visão da EF para o ETH como ativo de tesouraria 

Essas críticas lembram que, no universo cripto, cada decisão técnica se torna uma questão filosófica. A EF age como uma instituição clássica que assegura suas receitas em moeda fiduciária. Seus detratores veem nisso uma contradição com a promessa inicial do Ethereum: libertar a finança dos intermediários.

Ethereum : transparência assumida ou comprometimento ideológico?

Apesar das críticas, alguns destacam um ponto positivo: a fundação joga a carta da transparência. Ao contrário de outras organizações, anunciou sua venda antes da execução. Um colaborador da fundação, Binji, quis relativizar a importância da venda. Segundo ele, os 10.000 ETH vendidos pesam pouco diante da atividade global do mercado. Ele lembra que, durante a mesma semana, empresas de tesouraria compraram cerca de 403.800 ETH.

Esses números colocam o debate na escala de um mercado que movimenta bilhões todos os dias. Mas além do tamanho da ordem, é o frágil equilíbrio entre ideologia e gestão pragmática que atrai os holofotes. 

A questão não é tanto saber se 10.000 ETH vão mover os preços, mas se a fundação trai sua própria missão.

Alguns parâmetros numéricos

  • 43,6 milhões $: valor estimado da venda de ETH;
  • 224.800 ETH: saldo restante na tesouraria da fundação;
  • 15%: teto de despesas operacionais definido pela nova política;
  • 2,5 anos: duração da reserva de liquidez prevista pela EF;

Essas medidas refletem uma vontade de disciplina financeira. Mas também alimentam a percepção de que a fundação caminha sobre uma corda bamba: a que separa a necessidade de estabilidade da exigência de coerência ideológica.

Essa venda de 10.000 ETH não é a primeira da Fundação Ethereum. Já em julho, havia cedido uma quantidade similar para a SharpLink Gaming, um jogador listado. E mais amplamente, tem o hábito de desbloquear valores importantes para antecipar os grandes desafios que virão. Recentemente, mobilizou vários milhões para preparar a era pós-quântica, prova de que sua visão permanece voltada para a sustentabilidade de seu ecossistema. Por trás de cada venda, está a mesma equação: como conjugar tesouraria, ideais e futuro do Ethereum?

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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