A inflação está acelerando nos EUA devido às tarifas de importação de Trump

Os preços estão subindo nos Estados Unidos, e isso não é por acaso. Desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, sua política comercial agressiva começa a pesar na economia. As tarifas alfandegárias que ele impôs estão se refletindo no bolso das famílias, fazendo a inflação subir mais rápido do que o previsto.

A inflação dispara com as tarifas alfandegárias

Nos EUA, a inflação aumentou 2,7% em junho ano a ano, seu ritmo mais rápido desde fevereiro. Esse aumento é em grande parte devido às tarifas alfandegárias impostas por Donald Trump. Móveis, eletrodomésticos e roupas viram seus preços subirem. Os produtos mais afetados pelos impostos ficaram mais caros para as empresas, que optaram por repassar esse custo aos consumidores.

Os preços da gasolina também aumentaram, assim como os dos alimentos. Os aumentos não são enormes, mas somam-se uns aos outros. Resultado: as famílias pagam mais caro sem necessariamente consumir mais. E isso é apenas o começo. Novos impostos estão previstos para as próximas semanas, o que pode agravar ainda mais a situação.

Esse retorno da inflação chega em um momento delicado para a economia. Os salários não aumentam na mesma velocidade, e o poder de compra começa a cair. A guerra comercial desejada por Trump, que deveria proteger a economia americana, parece por enquanto pesar no bolso dos americanos.

O Fed permanece imóvel diante das tensões

Diante dessa inflação crescente, o Federal Reserve (o banco central americano) prefere não agir. Mantém as taxas de juros estáveis, porque a situação é difícil de interpretar. Por um lado, a economia desacelera ligeiramente. Por outro, os preços aumentam. Reduzir as taxas poderia estimular o crescimento, mas isso poderia alimentar ainda mais a inflação.

Alguns responsáveis gostariam de agir rápido, outros preferem esperar. Enquanto isso, o Fed mantém uma posição cautelosa. Quer primeiro entender melhor como as medidas econômicas de Trump vão impactar a economia a longo prazo. As reduções de impostos, a desregulamentação e as tarifas alfandegárias criam muitas incertezas.

O presidente Trump, por sua vez, continua pressionando. Exige taxas mais baixas, chegando a pedir uma queda de três pontos. Segundo ele, a inflação permanece baixa. Mas os números publicados recentemente dizem o contrário. Para o Fed, não é hora de correr riscos.

O risco de um bloqueio econômico

O que os economistas temem agora é a estagflação. É um fenômeno raro onde os preços sobem enquanto a economia desacelera. Esse cenário complica tudo. O Fed não pode mais baixar as taxas para reiniciar o crescimento, pois isso faria os preços subirem ainda mais.

Muitas empresas se encontram em uma situação delicada. Têm que escolher entre absorver os custos relacionados às tarifas alfandegárias, o que reduz seus lucros, ou aumentar os preços, o que pode afastar os clientes. Em ambos os casos, a economia desacelera e os preços sobem: um círculo difícil de quebrar.

Por enquanto, alguns preços continuam em queda, como os de carros ou passagens aéreas. Mas são exceções. Se as tensões comerciais persistirem, outros setores podem seguir a mesma tendência dos eletrodomésticos ou do vestuário.