As nações da Ásia Central abraçam o Bitcoin
Cada vez mais empresas acumulam bitcoins, mas também cada vez mais países. O mais recente vem da Ásia Central.
Em resumo
- O Parlamento quirguiz valida a criação de uma reserva estratégica de bitcoins.
- Uma entidade pública será responsável por minerar bitcoins com excedentes de energia hidráulica.
- Explosão do faturamento das plataformas de criptomoedas quirguizes em 2025.
Bitcoin no coração da Ásia
Após o Cazaquistão, é a vez do vizinho quirguiz anunciar a criação de uma reserva estratégica de bitcoins.
O país vive nos últimos dois anos um aumento colossal dos volumes em suas 13 plataformas de criptomoedas. A razão é que a Rússia as usa para contornar as sanções… Por isso, algumas plataformas foram sancionadas pelos Estados Unidos e Reino Unido há algumas semanas.
Essas sanções se somam às impostas contra os bancos no início deste ano. Elas levaram o Primeiro-Ministro Sadyr Zhaparov a pedir ao presidente Trump e ao Primeiro-Ministro britânico que “não politizassem a economia”.
Uma economia que vai bem, já que o faturamento das plataformas de criptomoedas superou 11 bilhões de dólares nos primeiros sete meses do ano. Isso é 200 vezes mais do que em 2022…
O ministro da Economia e Comércio, Bakyt Sydykov, revelou nesta terça-feira durante uma reunião parlamentar que a lei “sobre ativos virtuais” será logo emendada. O objetivo é, entre outros, regulamentar a criação de uma entidade pública responsável pela mineração de bitcoins.
O potencial é enorme, pois o Banco Mundial estima que apenas 10% do potencial hidrelétrico do país é explorado. O que justifica criar uma “reserva nacional de bitcoins”, segundo o ministro.
Quirguistão à frente da França
Alguns parlamentares quirguizes, contudo, preocupam-se que o desenvolvimento de uma indústria ampla possa causar problemas. O deputado Dastan Bekeshev comentou que “minerar um único bitcoin necessita aproximadamente 800.000 quilowatt-horas. Isso é energia suficiente para abastecer 1.200 apartamentos por um mês. O inverno está chegando, vale a pena correr esse risco?”
O ministro quis tranquilizar esclarecendo que a indústria do bitcoin não será alimentada pelas grandes usinas hidrelétricas do país. Explicou que a produção virá principalmente de pequenas instalações, com 15 novos projetos em construção que se somarão aos 17 já operacionais.
Só podemos lamentar a ausência de tais discussões na França. E isso, apesar de um lobby intenso há anos, especialmente por parte do minerador francês BigBlock.
O equilíbrio da rede elétrica pela demanda é essencial para acomodar a baixo custo o quebra-cabeça que representam as energias intermitentes. A EDF deveria minerar bitcoins ao invés de prejudicar as centrais nucleares para se adaptar à intermitência da energia eólica.
Os mineradores de bitcoins têm, de fato, a vantagem prática de oferecer uma solução de alívio em tempo real para os operadores de redes. Essa simbiose entre mineradores de bitcoins e empresas de energia já existe no Texas, e não há razão para que não possamos fazer o mesmo na Europa.
Bitcoin, a nova moeda de reserva internacional
Outros países da região estão interessados no bitcoin. É o caso da Rússia e, recentemente, do vizinho Cazaquistão. O presidente Tokayev acaba de aprovar a criação de uma reserva estratégica de bitcoin.
Na segunda-feira, o serviço de imprensa de Tokayev informou que o presidente do Cazaquistão deseja criar um fundo estatal dedicado aos ativos digitais para constituir uma reserva estratégica de criptomoedas, proveniente dos ativos mais promissores do novo sistema financeiro digital.
Percebe-se que os Estados Unidos estão prestes a agir. Nenhum país quer ficar atrás do movimento. De Taiwan ao Japão, passando pela Coreia do Sul, a Ásia se prepara.
Os Estados Unidos já controlam 35% da indústria mundial do Bitcoin, contra aproximadamente 17% da Rússia e 15% da China. Até os filhos do presidente americano estão envolvidos. Eric e Donald Trump Jr. acabaram de lançar na bolsa o minerador American Bitcoin.
Em suma, todos esperam que Washington faça do bitcoin sua moeda de reserva. Exceto na Europa, onde se imagina que o euro possa substituir o dólar como moeda de reserva internacional por excelência…
Os sinais são positivos. Os ETFs de Bitcoin continuam a crescer, assim como o número de empresas que fazem do bitcoin seu principal ativo em caixa. Os dados on-chain também mostram que os grandes investidores ainda estão acumulando, o que é um bom sinal.
A bola está com a senadora Cynthia Lummis e seu projeto de lei “Bitcoin Act” visando acumular um milhão de bitcoins.
Enquanto aguardamos esse desfecho tão esperado, não perca este artigo: Bitcoin: A corrida dos institucionais está a todo vapor.
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Reporting on Bitcoin and geopolitics.
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