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As tensões no Oriente Médio podem impedir o Fed de cortar suas taxas

16h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Fenelon L.
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Os ataques israelenses contra o Irã perturbam as contas do Federal Reserve americano (Fed). Enquanto Donald Trump intensifica as pressões para obter um afrouxamento monetário, os banqueiros centrais agora devem lidar com um novo fator de incerteza: a escalada geopolítica que inflama os preços do petróleo. 

Um banqueiro do Fed americano, de terno azul-marinho, está sentado em uma sala de crise escura, com as mãos nos cabelos, expressão de pânico no rosto e suor visível. Ele está cercado por telas brilhantes exibindo um gráfico de inflação em alta (uma seta vermelha ascendente) e um mapa do Oriente Médio em vermelho e laranja piscantes.

Em resumo

  • Os ataques israelenses contra o Irã provocam um aumento vertiginoso nos preços mundiais do petróleo.
  • O Fed já hesita sobre cortes de juros diante das incertezas ligadas às políticas de Trump.
  • As tensões geopolíticas acrescentam um novo fator de risco inflacionário nos Estados Unidos.
  • O mercado de trabalho americano permanece sólido, dando tempo ao banco central.

A equação inflacionária se complica para Jerome Powell

Os bombardeios israelenses realizados na sexta-feira contra locais nucleares e militares iranianos marcam uma virada importante no conflito no Oriente Médio

Essa escalada inédita provocou um aumento imediato dos preços do petróleo nos mercados internacionais, reacendendo os receios de uma pressão inflacionária em escala global. Para o Federal Reserve dos EUA, esse novo cenário geopolítico torna mais complexa uma equação monetária já delicada.

Robert Sockin, economista sênior do Citigroup, alerta sobre essa dinâmica:

Se a situação piorar e os preços do petróleo permanecerem elevados por muito tempo, isso só tornará mais difíceis os desafios que o Fed já enfrenta.

Os responsáveis pela política monetária agora devem integrar esse choque geopolítico em suas previsões, mesmo estando já com dificuldades para se adaptar às incertezas relacionadas às reformas comerciais impulsionadas por Donald Trump.

Esse aumento nos preços da energia poderia rapidamente se espalhar por toda a economia americana. As famílias seriam as primeiras a sofrer os efeitos nos preços dos combustíveis, depois nas contas de aquecimento e eletricidade. 

No lado das empresas, os aumentos nos custos de transporte e produção se multiplicariam, alimentando tensões inflacionárias generalizadas. 

Num contexto assim, uma redução prematura das taxas de juros poderia desencadear uma perigosa espiral preços-salários, que o Fed procura exatamente evitar.

A convergência das tensões geopolíticas e comerciais coloca Jerome Powell numa encruzilhada estratégica. 

De um lado, Donald Trump intensifica a pressão para obter um afrouxamento monetário. Do outro, a instabilidade no Oriente Médio ameaça comprometer a trajetória desinflacionária dos EUA, fragilizando assim a estratégia de normalização iniciada pelo banco central.

Um Fed obrigado à paciência apesar das pressões políticas

John Velis, estrategista da BNY Mellon, resume perfeitamente o desafio:

A política monetária não é muito adequada para lidar com choques geopolíticos, mas tudo isso significa que o Fed será ainda mais cauteloso

Essa cautela se explica pela natureza imprevisível dos conflitos geopolíticos e seu impacto potencial nas cadeias de suprimento globais.

Paradoxalmente, a atual solidez do mercado de trabalho americano dá ao Fed uma margem de manobra. 

Em maio, 139.000 empregos foram criados, um número superior às expectativas, enquanto a taxa de desemprego permanece estável em 4,2%. Essa resiliência oferece aos responsáveis pela política monetária a possibilidade de temporizar e observar a evolução da situação antes de tomar uma decisão.

Mas essa calmaria pode ser apenas temporária. Jay Bryson, economista chefe da Wells Fargo, prevê um enfraquecimento: “Até o fim do verão, vocês provavelmente verão um crescimento de emprego mais fraco“, adverte, apontando especialmente as saídas maciças de funcionários federais. 

Se o mercado de trabalho vier a enfraquecer, o Fed poderá ser obrigado a intervir, mesmo num contexto de preços altos da energia.

Os mercados financeiros já incorporaram esse novo calendário. Os contratos futuros agora apostam em uma primeira redução das taxas em outubro, adiando as esperanças de relaxamento monetário. 

Em suma, o conflito no Oriente Médio apenas aumenta a incerteza ambiente. Entre as pressões de Donald Trump, as tensões comerciais persistentes e o choque do petróleo, Jerome Powell se depara com um quebra-cabeça inédito. A próxima reunião de política monetária será decisiva: o Fed manterá sua postura cautelosa ou cederá diante dessa conjunção de ameaças econômicas e geopolíticas?

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Fenelon L.

Passionné par le Bitcoin, j'aime explorer les méandres de la blockchain et des cryptos et je partage mes découvertes avec la communauté. Mon rêve est de vivre dans un monde où la vie privée et la liberté financière sont garanties pour tous, et je crois fermement que Bitcoin est l'outil qui peut rendre cela possible.

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