Bitcoin mira os 200.000 dólares
O bitcoin voltou a ficar próximo dos 110.000 dólares, impulsionado pela corrida dos tesoureiros corporativos e pelo teaser do conselheiro da Casa Branca, Bo Hines.
Em resumo
- O bitcoin volta a ficar acima de 110.000 $, apoiado pelas empresas e pelo apoio político dos EUA.
- As empresas acumulam massivamente BTC, ultrapassando a oferta diária e antecipando uma adoção institucional maciça.
- Os avanços regulatórios e o discurso tranquilizador de Michael Saylor fortalecem a legitimidade do bitcoin junto aos bancos e Estados.
A estratégia do Bitcoin
Os tesoureiros corporativos tradicionalmente são cautelosos, alocando a maior parte do capital em ativos de baixo risco. Tipicamente, esses ativos são títulos soberanos, como os títulos do Tesouro dos EUA.
Mas o mundo está mudando. A inflação, as taxas de juros, os riscos geopolíticos e o advento do Bitcoin fazem com que cada vez mais empresas reconsiderem essa estratégia que se tornou estéril, especialmente em um contexto onde a Europa se junta à rebelião dos BRICS contra o dólar.
Em 2020, a MicroStrategy foi a primeira a fazer do bitcoin sua principal reserva de caixa com uma compra inicial de 38.250 BTC por 425 milhões de dólares. Cinco anos depois, a Strategy detém 582.000 BTC avaliados em 63 bilhões de dólares.
Dezenas de empresas e investidores institucionais, incluindo Stone Ridge, Semler Scientific e Tesla, adotaram estratégias similares: mais de cem delas hoje detêm mais de 3% do Bitcoin em circulação, como mostra o estudo da Fidelity Digital Assets sobre tesourarias corporativas.
A Bernstein Research espera que o mundo corporativo invista 330 bilhões de dólares até 2029. Para colocar esse número em perspectiva, note que os ETFs atraíram “apenas” 45 bilhões de dólares desde seu lançamento em janeiro de 2024.
É simples: o ritmo com que as empresas acumulam já ultrapassa a oferta natural de bitcoins (450 BTC por dia). Sem esquecer a demanda dos ETFs, que está na mesma ordem de grandeza (431 BTC na terça-feira, 10 de junho).
Sem dúvida, as evoluções regulatórias reforçaram a confiança dos investidores. Notadamente a legitimidade contábil oferecida pelo Financial Accounting Standards Board (FASB), a regulamentação MiCA na Europa e a aprovação dos ETFs pela SEC nos Estados Unidos.
Todos esses avanços dão aos investidores e às empresas a segurança e a clareza de que precisavam para se lançar nessa área.
Nascido nos EUA
Claro, o grande catalisador de 2025 foi a eleição de Donald Trump. Os Estados Unidos estão prestes a fazer do bitcoin sua moeda de reserva e as últimas declarações de Bo Hines alimentam o otimismo geral:
Os jornalistas me perguntam constantemente quantos bitcoins vamos acumular? Queremos o máximo possível. Precisamos agir de maneira neutra do ponto de vista orçamentário, mas as possibilidades são incontáveis. […] Estaremos em breve prontos e eu acho que os bitcoiners ficarão extremamente satisfeitos.
Bo Hines, diretor do conselho cripto da Casa Branca.
Além disso, há sinais claros. Trump Media and Technology Group acaba de levantar 2,5 bilhões de dólares para construir uma tesouraria de bitcoins. E, como todos sabem, não há melhor trader do que um político americano…
Também vale lembrar que a senadora Cynthia Lummis apresentou o “Bitcoin Act” no início de março. Este projeto de lei propõe que os EUA adquiram 1 milhão de bitcoins em cinco anos, provavelmente vendendo parte de suas reservas de ouro. A senadora vê nisso uma estratégia geopolítica e econômica para conter a China e reduzir o peso da dívida.
Outros países inevitavelmente seguirão os passos dos EUA. Citamos, por exemplo, a Coreia do Sul, a República Tcheca e a Polônia. Também há boatos de que Rússia e China estão seriamente analisando a questão, visto que representam cerca de 30% do poder de processamento da rede.
O vento também está mudando a favor dos bancos
2025 promete ser um ano crucial e a mudança de opinião dos banqueiros pode ser tão importante quanto a eleição de Donald Trump.
Devemos agradecer a Michael Saylor, que os tranquiliza ao rejeitar a ideia de que o bitcoin possa substituir o sistema fiat. Ele esclareceu seu pensamento durante a recente conferência Bitcoin em Vegas:
Para o CEO da Strategy, o bitcoin crescerá para 10.000 bilhões, depois 100.000 bilhões de dólares e se somará ao capital existente, sem mudar a face do mundo.
Os governos, empresas e municípios continuarão emitindo dívidas enquanto existirem. As famílias continuarão a pegar empréstimos para comprar casas. O crédito não desaparecerá e as pessoas continuarão a operar com moeda fiat, mas as compensações nos níveis superiores serão feitas em bitcoins.
Michael Saylor, conferência Bitcoin Vegas 2025.
Seu paralelo histórico é interessante: “O mundo era baseado no padrão ouro no século 19? Sim, mas o que circulava era a expressão fiduciária da dívida, não o ouro. O mundo estará no padrão Bitcoin no século 21? Sim. O que vai circular? Todas as formas de crédito [sob a forma de moeda fiat]. Eu não vejo um mundo onde isso desapareça. Eu não vejo um mundo onde isso precise desaparecer”.
Michael Saylor vê o bitcoin tornando-se o ativo principal para o qual todo o resto será direcionado. “O centro de gravidade do universo financeiro do século 21 será o Bitcoin”, afirmou.
Em resumo, Satoshi Nakamoto não é o anticristo dos bancos. O bitcoin não é uma ameaça existencial ao sistema fiat. Essa conscientização talvez seja o que faltava para o bitcoin realizar todo o seu potencial.
Muitas instituições apostam em 200.000 dólares até o final do ano. Não perca nosso artigo: O Bitcoin decola.
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Reporting on Bitcoin and geopolitics.
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