Bitcoin (BTC/USD): Rumo a uma quebra histórica de 110.000 $?
O bitcoin está a um fio de sua máxima histórica. Os volumes em ETFs, a dissidência dos BRICS e a ousadia dos Estados Unidos são muito promissores para o futuro.
Em resumo
- Corrida institucional: O ETF Bitcoin da BlackRock ultrapassou a marca de 700.000 BTC (76 bilhões de dólares) em 18 meses.
- Standard Chartered, Bernstein e Bitwise esperam 200.000 dólares antes do final do ano.
- Trump Media & Technology Group adquiriu 2,5 bilhões de dólares em BTC. A senadora Lummis propõe vender ouro para comprar 1 milhão de BTC.
- Os BRICS pressionam por uma moeda internacional alternativa ao dólar. O Bitcoin é o candidato ideal.
Corrida institucional pelo Bitcoin
A ruptura dos 110.000 dólares parece iminente. E considerando a letargia dos volumes on-chain, são sempre os institucionais que lideram a carga.
Enquanto os blocos estão metade vazios de transações, os ETFs Bitcoin crescem a olhos vistos. O ETF iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock acaba de ultrapassar a marca de 700.000 BTC. Ou mais de 76 bilhões de dólares acumulados desde seu lançamento em janeiro de 2024. Ou ainda 55% de todos os BTC detidos via ETFs americanos.
Com 187,2 milhões de dólares em receita anual, o IBIT é o terceiro ETF mais lucrativo entre os cerca de 1.200 ETFs oferecidos pela BlackRock. Ele rende até mais que o ETF baseado no S&P 500 (187,1 milhões de dólares).
Para relembrar, o IBIT ultrapassou a marca de 40 bilhões de dólares em ativos sob gestão em apenas 211 dias, quebrando o recorde anterior detido pelo ETF MSCI Emerging Markets (1.253 dias). Já está no top 1% dos ETFs em termos de ativos.
Em outras palavras, o Bitcoin está explodindo e muitas empresas de investimento miram os 200.000 dólares antes do final do ano. É o caso do Standard Chartered, Bernstein e Bitwise. Vaneck e Galaxy Digital apostam em 180.000 dólares.
Outros como o Fundstrat Global Advisors são ainda mais otimistas. O fundo de Nova Iorque mira 250.000 dólares se o governo dos EUA agir reforçando sua reserva estratégica de bitcoins.
Olhares voltados para Washington
A pressão que se acumula abaixo dos 110.000 dólares sugere que os investidores esperam ações concretas do governo americano. Todo mundo está com o dedo no gatilho.
Segundo o Crypto In America, a Casa Branca publicará um relatório sobre a questão em 22 de julho. Os mercados esperam anúncios fortes. Ou não. Talvez seja preciso esperar pelo voto do “Bitcoin Act”. A senadora Cynthia Lummis propõe, de fato, vender ouro para adicionar um milhão de bitcoins.
Há motivos para otimismo quando se sabe que o Trump Media & Technology Group (TMTG), a empresa-mãe do Truth Social, na qual o presidente Donald Trump detém participação majoritária, comprou 2,5 bilhões de dólares em bitcoins…
As declarações de Bo Hines também são encorajadoras. O conselheiro da Casa Branca afirmou que “é do interesse do governo americano acumular o maior número possível de bitcoins”, rejeitando qualquer limite numérico.
Até mesmo os generais americanos, especialmente no Sudeste Asiático, apoiam a acumulação estratégica de bitcoins ante uma “guerra econômica com a China”. O vice-presidente JD Vance (que possui bitcoins pessoalmente) acredita que “a reserva estratégica de bitcoins fortalece a soberania econômica dos Estados Unidos”.
Os Estados Unidos entenderam que é de seu interesse colocar as mãos nos bitcoins antes que ele se torne uma alternativa credível ao dólar. A esse respeito, Donald Trump avisou recentemente os BRICS:
Os BRICS foram criados para enfraquecer o dólar e tirar seu status de moeda de reserva mundial. E tudo bem se eles querem jogar seu jogo, mas eu também posso jogar esse jogo. Portanto, todos os países membros dos BRICS terão uma taxa alfandegária de 10%.
Donald Trump
Bitcoin, no centro da geopolítica
O presidente brasileiro declarou, por ocasião da cúpula dos BRICS, que “a discussão em torno de uma nova moeda internacional de pagamento é extremamente importante”. “Sei que é complicado”, ele admitiu, enquanto alertava “a humanidade” contra uma falha.
O presidente russo reiterou seus apelos para desdolarizar estabelecendo um “sistema independente de liquidação internacional” assim como favorecendo moedas nacionais.
No entanto, a própria Rússia recusa acumular muitas rúpias indianas. A Índia não produz o suficiente do que interessa aos russos. Totalmente ao contrário da China, com quem as transações são feitas 95% em rublos e yuans. Ou seja, os BRICS precisam de uma moeda apátrida, indisponível para censura e projetada para manter seu valor.
O candidato óbvio é o bitcoin. Seria cego para não ver isso. Os Estados Unidos entenderam e pretendem proteger suas costas. Ainda mais que o dólar já está sob forte pressão. O gráfico a seguir mostra que a moeda verde está em queda livre nas reservas cambiais:
A participação do dólar agora é inferior a 50%. Essa queda está em grande parte ligada às compras de ouro dos bancos centrais russo e chinês, entre outros.
Isso é um problema para os Estados Unidos, que têm uma dívida impagável de 7 trilhões de dólares com o resto do mundo. Permitir que acumulem bitcoins antes de todos poderia oferecer uma oportunidade para liquidar essa dívida e facilitar uma transição suave rumo ao fim da hegemonia monetária americana.
Para finalizar, vale mencionar que as reservas cambiais globais equivalem a mais de 12,75 trilhões de dólares, o que poderia multiplicar por seis o valor do bitcoin…
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Reporting on Bitcoin and geopolitics.
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