Bitcoin: O mercado se acalma, o volume das transferências cai para 52 bilhões

Recentemente, o Bitcoin retomou seu jogo favorito: o yo-yo emocional. Durante, e depois da “Guerra dos 12 dias” entre Israel e Irã, seu preço oscilou. Desde então, a calma se estabeleceu. O mercado entra em fase de consolidação, e a rainha das criptos mostra sinais menos brilhantes. Atividade em baixa, interesse desacelerado: os indicadores enviam mensagens contraditórias. Observamos as telas, mas a magia desvanece… por enquanto.

Menos barulho na cadeia: Bitcoin fica discreto na rede

A notícia do bitcoin: desde o final de maio, o volume de transferências caiu de 76 para 52 bilhões de dólares. Ou seja, queda líquida de 32%. Essa métrica, que mede a atividade transacional, mostra que os investidores estão diminuindo o ritmo. Um resfriamento semelhante já marcou as consolidações anteriores. Cada vez, o padrão se repete: pico de transferência, depois retorno ao normal. A lógica parece cíclica.

Ainda mais preocupante: desta vez, nenhum aumento no volume spot acompanhou a alta recente do BTC. Para Glassnode, essa divergência aumenta a ausência de intensidade especulativa. Em outras palavras, poucos traders tradicionais participaram.

É o mercado de derivativos, com suas alavancagens excessivas, que sustentou o movimento. Mas quando o vapor desaparece, os efeitos da alavancagem tornam-se explosivos.

Outro dado reforça o cenário: o recuo progressivo dos volumes em contratos futuros. Trata-se de um declínio generalizado, alinhado com a desaceleração de todo o setor cripto. Uma dinâmica conhecida, porém temida.

Powell, dólar fraco e figuras de alta: os bastidores de um BTC pronto para decolar?

Se o bitcoin parece fazer uma pausa, talvez seja apenas um recuo para um salto maior. Primeiro, o contexto macro dá asas aos ativos não soberanos. O dólar americano perdeu 12% desde janeiro, seu nível mais baixo em 3 anos. Morgan Stanley prevê uma queda adicional de 9%. Trump critica Powell e quer sangue novo no Fed. Resultado: a especulação sobre uma reversão monetária cresce. Menos taxas, mais liquidez, ou seja… fôlego para o bitcoin.

Tecnicalmente, os sinais se tornam intrigantes. O preço do BTC permanece acima de sua média móvel exponencial de 100 dias, uma base defensiva sólida. Melhor ainda, um “bull flag” se formou nos gráficos. Segundo dados históricos, esse tipo de configuração apareceu 19 vezes. Em 15 casos, precedeu uma valorização do preço.

Alguns números para contextualizar:

• 52 bilhões de dólares em volume de transferências, queda de 32%;
• 107.393 dólares: último pico alcançado nesta semana;
• -12% no DXY desde janeiro;
• 15 em 19 casos de bull flag terminam em alta;
• Nenhum pico de volume spot acompanhou o rali.

Para alguns, essa calma anuncia o início de um ciclo mais maduro. Para outros, é a calmaria antes da tempestade.

Os analistas são claros: a tendência está acelerando. Eles agora veem o bitcoin mirando um topo nunca antes visto. Essa dinâmica, aliada a um contexto macro em transformação, pode redesenhar os topos do mercado cripto. Paciência. O trampolim talvez já esteja montado.