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Conflito comercial : UE mira setores estratégicos dos EUA

Thu 24 Jul 2025 ▪ 5 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
Aprender Imposição

Diante do aumento das tarifas alfandegárias decretado por Donald Trump, 30 % sobre as importações europeias já a partir de 1º de agosto, Bruxelas responde com força total. A Comissão aprovou um contra-ataque tarifário de 93 bilhões de euros, direcionado a setores estratégicos americanos. Uma escalada econômica se inicia entre dois blocos importantes, num contexto de tensões políticas e fragilidade das trocas globais.

Marianne moderna, vestida com uniforme de agente alfandegária, de braços cruzados e olhar impassível, observa uma pilha de caixas marcadas com “Made in USA”. Um enorme carimbo vermelho desce sobre uma das caixas com a inscrição “€93 Bi”, simbolizando a resposta contundente da Europa às tarifas de Trump.

Em resumo

  • A União Europeia prepara uma resposta econômica inédita diante da ameaça de novas taxas americanas impostas por Donald Trump.
  • Bruxelas aprovou duas listas de produtos americanos para taxar, num montante total de 93 bilhões de euros.
  • As sobretaxas europeias visam setores-chave como soja, aeronáutica e automóveis, assim como produtos mais inesperados.
  • Essas medidas entrarão em vigor em 7 de agosto caso os Estados Unidos apliquem suas próprias tarifas já em 1º de agosto.

Uma resposta tarifária maciça da Europa, já calculada em 93 bilhões

A União Europeia não se limitou a elevar o tom. Frente à ameaça americana de impor taxas alfandegárias de 30% sobre as importações europeias a partir de 1º de agosto, os Vinte e Sete aprovaram uma resposta econômica estruturada.

Ela baseia-se em duas listas de produtos americanos sujeitos à tributação, totalizando 93 bilhões de euros. Trata-se de uma resposta proporcional e direcionada frente a uma agressão econômica explícita.

Uma primeira lista no valor de 21 bilhões de euros já havia sido preparada. Além disso, uma segunda, bem mais ampla, de 72 bilhões de euros, foi adicionada para enviar um sinal claro a Washington. Essas sobretaxas entrarão em vigor a partir de 7 de agosto, ou seja, uma semana após as previstas pela administração Trump.

Esse contra-ataque vai além de alguns produtos simbólicos. Ele mira segmentos chave das exportações americanas, com uma intenção manifesta de pressão política. Entre os bens afetados estão :

  • A soja, um pilar das exportações agrícolas americanas ;
  • Os aviões, um setor altamente estratégico para os Estados Unidos, em especial a Boeing ;
  • Os automóveis, representando uma parte importante do comércio transatlântico ;
  • Produtos mais inesperados, como preservativos, ópio, pérolas e até cabelos.

Essa diversidade traduz a vontade de Bruxelas de atacar em várias frentes: tanto as cadeias industriais principais quanto produtos de nicho com alto valor agregado. Essa resposta, ao primeiro olhar heterogênea, é na realidade fruto de uma análise precisa dos alavancadores de pressão econômica. A Europa espera assim provocar um reequilíbrio rápido nas negociações, ao mesmo tempo em que demonstra que não cederá a uma estratégia de chantagem comercial.

Um arsenal jurídico e econômico mais amplo que meras taxas

Além das medidas tarifárias tradicionais, a União Europeia reserva-se o direito de ativar um mecanismo inédito: o instrumento chamado “anti-coerção”. Esse dispositivo, inicialmente concebido para responder a práticas comerciais consideradas desleais da China, poderia desta vez ser usado contra os Estados Unidos.

Esse mecanismo permitirá à Europa ir além dos direitos de importação, bloqueando o acesso a seus mercados públicos ou congelando certos investimentos americanos. Assim, essa abordagem visa dissuadir qualquer comportamento econômico hostil, seja ele de aliados tradicionais ou de rivais estratégicos.

O uso desse instrumento pela Europa marcaria uma etapa política importante na estratégia da União. Reflete um endurecimento do tom em relação a Washington, mas também insere a Europa numa postura mais soberana no plano econômico.

Diferentemente das medidas retaliares anteriores, mais simbólicas, essa abordagem assume uma lógica de possível confronto. Ela ocorre também em um contexto internacional mais tenso, onde as alianças se tornaram mais voláteis, especialmente nos campos da tecnologia, energia e finanças.

Nesse clima de instabilidade comercial, os ativos alternativos ganham um papel estratégico nas carteiras. O bitcoin, visto como um porto seguro por uma parte crescente dos investidores, poderia se beneficiar dessa escalada nas tensões entre blocos econômicos. Se o confronto tarifário se confirmar, a desconfiança nas moedas fiduciárias e nos mercados tradicionais poderá fortalecer o interesse por ativos descentralizados, que escapam das políticas protecionistas e das manipulações monetárias estatais.

A médio prazo, essa escalada entre Europa e Estados Unidos pode ter implicações muito além do comércio tradicional. Se os investimentos transatlânticos forem freados, alguns analistas avaliam que isso poderá fortalecer o espaço das criptomoedas, em especial aquelas que oferecem soluções relacionadas à finança descentralizada ou fora do dólar. Por outro lado, a continuação do conflito pode criar uma volatilidade maior nos mercados, inclusive nas criptos, cuja correlação com tensões geopolíticas já está documentada.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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