Cripto 2025 : 3,4 bilhões roubados, um ano negro para a cibersegurança
Os anos passam e a indústria cripto continua enfrentando um flagelo recorrente: os hacks. Em 2022, já eram 3,7 bilhões de dólares que evaporavam na natureza. No ano seguinte, uma trégua ilusória com “apenas” 1,7 bilhão perdido. Depois 2,2 bilhões em 2024. E eis que 2025 registra um novo massacre. Os piratas redobram a engenhosidade. Os métodos mudam. As vítimas também. Mas o objetivo permanece o mesmo: saquear o universo das criptomoedas.

Em resumo
- Três grandes hacks geraram 69% das perdas cripto registradas em 2025.
- A Coreia do Norte arrecadou mais de 2 bilhões em criptomoedas por meio de infiltração e astúcia.
- As carteiras pessoais foram hackeadas massivamente apesar de valores roubados menores por usuário.
- Os protocolos DeFi mostram uma estabilidade inesperada graças a novas ferramentas de segurança proativas.
Hackers em ataque: a era do “Big Game Hunting”
Eles não procuram mais a pequena carteira mal protegida. Os hackers de 2025 querem o pesado, o massivo. Eles caçam as “baleias”, essas plataformas centralizadas que concentram fundos de milhares de usuários. E o saldo é assustador: 3,4 bilhões de dólares roubados este ano. O hack da exchange Bybit, sozinho, representa 1,4 bilhão em perdas.
Segundo a Chainalysis, apenas três ataques concentraram 69% das perdas totais de 2025. Uma concentração nunca vista. E um sinal forte: os hackers agora apostam em operações cirúrgicas, porém devastadoras.
As chaves privadas continuam no alvo. Mas são especialmente as falhas internas, os erros humanos, as autorizações mal gerenciadas que abrem a porta para os ataques. Essas grandes plataformas, mesmo cheias de segurança, tornam-se alvo de um “big game hunting” orquestrado por agentes que tomam tempo para observar, infiltrar e atacar.
Como diz Andrew Fierman, diretor de segurança nacional na Chainalysis:
É difícil prever se 2026 será pior, pois os hacks dependem frequentemente de alguns eventos isolados — um ou dois hacks massivos podem bastar para quebrar recordes anuais. Mas o que posso dizer é que a tendência do “big game hunting” continua, e nada indica que os hacks vão diminuir no próximo ano.
Cripto roubada: Pyongyang assina o roubo do século
Entre os atores mais temidos do ano, um nome aparece com insistência: a Coreia do Norte. O regime de Pyongyang subtraiu mais de 2,02 bilhões de dólares em criptoativos. Um recorde absoluto, um aumento de 51% em relação a 2024. Mas não é apenas uma questão de números. É uma questão de estratégia.

Os hackers norte-coreanos não se contentam mais com simples intrusões. Eles se infiltram fazendo-se passar por desenvolvedores, recrutadores ou investidores. Uma vez dentro, eles miram acessos críticos, copiam códigos-fonte, contornam VPNs e injetam seu veneno por meio de falsas entrevistas ou falsos levantamentos de fundos.
O roubo não para por aí. Ele é seguido por um sofisticado processo de lavagem, que se estende por 45 dias. DeFi, serviços de mixing, pontes cross-chain, plataformas chinesas… Tudo passa por eles. Com precisão quase militar.
O regime está constantemente formando e aperfeiçoando táticas novas para permitir que seus agentes executem operações, seja infiltrando empresas Web3 como desenvolvedores ou explorando vulnerabilidades por meio de prestadores terceiros.
Andrew Fierman
Não é mais apenas hacking. É uma guerra nas sombras, com a cripto como campo de batalha e os dados como armas.
Carteiras cripto pessoais: a ameaça invisível que explode
Enquanto os holofotes estão focados nos grandes ataques, outra realidade acontece nas sombras. São os 158.000 hacks de carteiras pessoais registrados em 2025. Uma multiplicação por três desde 2022. E 80.000 vítimas únicas identificadas.
O paradoxo? Menos dinheiro roubado por usuário. Em 2024, as perdas individuais representavam 1,5 bilhão. Este ano, “apenas” 713 milhões. Os piratas se adaptam: mais vítimas, valores menores, mas um saque global sempre significativo.
As blockchains Ethereum e Tron são as mais afetadas, apesar de suas arquiteturas robustas. Talvez o uso massivo dessas redes as torne mais vulneráveis. Mais carteiras, mais aplicações, mais oportunidades para os piratas.
Por outro lado, o DeFi surpreende por sua resiliência. Seu valor bloqueado mais que dobrou desde 2023, atingindo 119 bilhões, sem que isso provoque uma nova onda de hacks. Um contraste marcante. Isso se explica em parte pelo aumento das soluções de monitoramento proativo como Hexagate, que permitem reação em poucas horas.
5 números que resumem um pesadelo digital
- 3,4 bilhões roubados no ecossistema cripto em 2025;
- 1,4 bilhão desviado em um só ataque (Bybit);
- 2,02 bilhões roubados pela Coreia do Norte;
- 158.000 carteiras individuais comprometidas;
- 119 bilhões de dólares bloqueados no DeFi sem aumento de hacks.
Os hacks cripto não desaparecerão da noite para o dia. Eles se adaptam, mudam de forma e miram onde a atenção é menor. Mas diante dessas ameaças, existem soluções. Carteiras frias, autenticação reforçada, diversificação das ferramentas de segurança… A melhor defesa continua sendo vigilância constante. Pois neste universo em eterna evolução, é melhor prevenir do que remediar.
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La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
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