Cripto: A demanda explodiu por stablecoins não denominadas em dólares
E se o dólar não fosse mais a única bússola dos stablecoins? Por todo o mundo, uma onda está se formando: governos, reguladores e empresas querem alternativas. Entre soberania monetária e ambições geopolíticas, a cripto inicia uma virada inesperada.
Em resumo
- Cada vez mais Estados contestam a dominação do dólar sobre os stablecoins, invocando questões de soberania.
- A Europa explora ativamente alternativas à moeda verde.
- Novos stablecoins indexados a outras moedas emergem.
Rumo a um mundo cripto sem o dólar verde?
Desde sempre, ou quase, os stablecoins fazem reverência ao dólar. O USDT e o USDC reinam sem disputa no universo cripto, impondo sua hegemonia digital com a mesma confiança de um tio americano muito rico em um jantar de família. No entanto, nas sombras dessa dominação, uma contestação amadurece. Não é uma revolução barulhenta, mas um tremor sutil, quase geopolítico.
Dea Markova, voz influente na Fireblocks, não mede as palavras: não se trata mais de uma simples alternativa técnica, mas de uma reivindicação de soberania.
Afinal, por que as economias prósperas de Singapura ou Abu Dhabi deveriam se apoiar em ativos baseados na dívida americana? Não é mais uma questão tecnológica, mas de postura política. E como a história mostrou com Visa e Mastercard, as grandes potências não gostam de depender de um poder estrangeiro, por mais estável que seja.
A própria União Europeia, muitas vezes cautelosa, começa a franzir a testa. O euro digital não é mais um conceito distante, mas uma resposta estratégica a um domínio considerado perigosamente sistêmico. Mesmo reguladas, mesmo transparentes, as criptomoedas lastreadas no dólar enfrentam uma resistência silenciosa, quase instintiva. Um repúdio ao excesso de americanismo, como uma alergia sutil, mas persistente.
Pistas emergentes, entre pragmatismo e visão
É nesse clima tenso que alguns Estados escolhem caminhos alternativos. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, não se prendem a dogmas. Em vez de impor barreiras regulatórias rígidas, escolhem o caminho do discernimento. Em Abu Dhabi, não é necessário um passaporte local para existir: as criptomoedas são avaliadas por seu mérito, não por sua origem.
Essa estratégia mostra-se eficaz. O USDT é reconhecido como ativo virtual. A Circle, com seu USDC, também obteve luz verde. Mas, acima de tudo, um projeto de stablecoin indexado ao dirham está em gestação. Uma novidade que pode servir de modelo para outras nações ambiciosas, desejosas de tocar sua própria partitura monetária no concerto digital.
A mensagem é clara: a era do dólar-rei talvez esteja chegando ao fim no universo cripto. A adoção global não passará mais somente pelos padrões americanos. O vento está mudando, impulsionado por uma vontade de reequilíbrio. Por obrigação da cripto, a história ainda está para ser escrita — mas desta vez, a tinta talvez não seja mais verde.
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Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.
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