Cripto: Coinbase integra Cardano e Litecoin à Base, após DOGE e XRP

O mundo das criptomoedas evolui a uma velocidade vertiginosa, e a Coinbase sabe disso melhor do que ninguém. Em plena efervescência do setor DeFi, a exchange americana não para de expandir as fronteiras técnicas e econômicas da interoperabilidade. Esta semana, é a vez de Cardano (ADA) e Litecoin (LTC) atingirem um marco simbólico: sua integração na forma de tokens “wrapped” na Base, a rede Ethereum layer-2 desenvolvida pela Coinbase. Uma manobra que não é um simples capricho, mas uma estratégia clara para conectar os mundos descentralizados entre si.

Uma nova ponte para a DeFi para Cardano e Litecoin

A Coinbase dá um passo forte. Mais uma vez. Ao introduzir as versões “wrapped” de Cardano (cbADA) e de Litecoin (cbLTC) na Base, sua rede Ethereum layer-2, a exchange americana reconfigura o jogo da interoperabilidade cripto. Por trás deste anúncio está uma estratégia muito mais profunda do que uma mera extensão técnica.

Até aqui, os detentores de ADA e LTC estavam, em sua maioria, presos em suas blockchains respectivas, pouco compatíveis com os grandes protocolos DeFi como Aave, Curve ou Compound. Graças a essa tokenização, essas criptos agora podem se mover no universo Ethereum como um peixe na água.

Estamos falando aqui de “wrapped assets”, ou seja, tokens lastreados 1:1 no ativo nativo, mas transferidos para outra rede. Isso permite aos usuários emprestar, tomar emprestado ou participar de pools de liquidez sem sair do ecossistema DeFi do Ethereum.

Este movimento faz parte de uma dinâmica maior, iniciada em setembro passado com o lançamento do cbBTC, a alternativa própria ao famoso WBTC. Hoje, a Coinbase possui mais de 45.000 BTC em reserva para este produto, sinal de adoção maciça. Com cbADA e cbLTC, a empresa amplia, portanto, o leque de ativos utilizáveis no universo DeFi… e abre caminho para outras integrações semelhantes.

Interoperabilidade, alavanca da próxima onda cripto

Por que a Coinbase insiste tanto nessa lógica de tokens wrapped? Porque o futuro das criptomoedas se desenha na intersecção das blockchains. Por muito tempo, os ativos digitais permaneceram enclausurados em seus silos. Resultado: um potencial inexplorado, rendimentos desperdiçados e uma adoção freada.

Os usuários querem fluidez. Querem poder usar seu XRP ou seu DOGE no Ethereum, seu BTC no Arbitrum, seu ADA na Base. Essa necessidade, a Coinbase entendeu muito bem.

Ao adicionar recentemente cbDOGE e cbXRP ao seu arsenal, a empresa não responde apenas a uma demanda técnica. Ela capta uma mudança de paradigma, a de uma Web3 interconectada, onde cada ativo pode desempenhar um papel, independentemente da sua rede de origem.

A lógica é simples: se queremos abrir a economia mundial, precisamos derrubar suas fronteiras. Permitindo que qualquer cripto seja usada no Ethereum via Base, a Coinbase facilita o acesso às finanças descentralizadas, aos rendimentos, à liquidez e à inovação. É uma resposta direta aos limites estruturais atuais do mercado.

Coinbase, entre expansão estratégica e euforia no mercado de ações

Por trás dessas declarações técnicas também se desenha uma ofensiva comercial bem estruturada. Nesta semana, a Coinbase acumulou boas notícias: obtenção da licença MiCA na Europa, lançamento de um cartão de crédito Bitcoin, parceria com a Shopify para pagamentos em stablecoins… Resultado: uma valorização das ações na bolsa acima de 375 dólares, superando até seu recorde histórico de 2021.

Os analistas falam em uma semana “transformadora”. E com razão. A Coinbase não se contenta mais em ser apenas uma exchange; está se tornando uma infraestrutura, um pilar do novo sistema financeiro. O lançamento de tokens wrapped como cbADA ou cbLTC representa apenas um elo em uma cadeia de crescimento muito mais ambiciosa.

Enquanto o mercado redescobre as promessas da cripto após um inverno rigoroso, a Coinbase assume o papel de catalisador. Sua capacidade de antecipar as expectativas tanto dos investidores quanto dos usuários faz toda a diferença. Kraken segue um caminho similar ao obter a licença MiCA.