Distribuição do bitcoin revela concentração: Poucos controlam a maioria

O Bitcoin se tornou uma parte cada vez mais proeminente das finanças globais. Alguns governos, empresas e fundos agora o incluem em suas reservas, enquanto muitos indivíduos continuam a aumentar suas participações. Na superfície, a propriedade parece difundida, com mais de 54 milhões de endereços Bitcoin registrados na blockchain. No entanto, uma análise mais próxima mostra que esses números podem ser enganosos, pois não refletem plenamente quem realmente controla o ativo.

Baleias e instituições dominam a propriedade do Bitcoin

Sani, fundador da plataforma de análise Time Chain Index, revisou dados da blockchain para medir como a propriedade está distribuída. Sua análise revelou que a maior parte da oferta está concentrada nas mãos de um grupo muito pequeno. Do total de endereços, apenas 18.695 são classificados como carteiras baleia, mas, juntos, controlam mais de 60% de todo o Bitcoin em circulação.

Uma parte significativa dos endereços também pertence a instituições, e não a usuários individuais. Dos 54,4 milhões de endereços, cerca de 271.883 estão ligados a exchanges, custodiante, empresas, ETFs e mineradores. Juntas, essas carteiras agrupadas detêm cerca de 8.789.113 BTC, ou aproximadamente 44% da oferta total. Como representam fundos armazenados em nome de muitos clientes, elas não refletem a propriedade individual.

Filtrar os dados revela a verdadeira base de usuários do Bitcoin

Após remover as carteiras institucionais e agrupadas, os endereços restantes ainda revelam como o Bitcoin está distribuído e quais participações são significativas

• Os endereços restantes detinham coletivamente 11.137.306 Bitcoin, embora muitos contivessem apenas fragmentos muito pequenos de transações anteriores.
• Para focar em saldos significativos, Sani excluiu carteiras que detinham menos de 0,001 Bitcoin e também removeu aquelas ligadas a empresas e custodiante.
• Esse refinamento deixou 23,43 milhões de endereços, que juntos controlavam 11.131.336 Bitcoin, destacando a maior parte das participações fora de grandes contas agrupadas.

Com base neste conjunto de dados filtrado, Sani observou que o número total de carteiras não reflete o número de usuários individuais, pois a maioria das pessoas controla vários endereços. Levando uma média de seis endereços por pessoa, ele estimou que a rede provavelmente tem cerca de 3,9 milhões de usuários ativos, que coletivamente detêm a maioria do Bitcoin fora das carteiras institucionais.

Isso mostra que a cifra bruta de 54 milhões de endereços cria uma imagem distorcida da adoção. Enquanto as baleias detêm uma participação dominante e os custodiante gerenciam quase metade da oferta, o conjunto de dados filtrado oferece uma visão mais precisa da participação genuína na rede. Ainda assim, a base real de usuários é muito menor do que o número de endereços em destaque sugere.

Tendências de mercado sinalizam cautela em meio a ganhos de preço

Enquanto isso, o Bitcoin está sendo negociado em torno de US$ 111.000, alta de cerca de 2% nas últimas 24 horas. A Glassnode relatou recentemente que o Índice de Tendência de Acumulação enfraqueceu, refletindo uma abordagem mais cautelosa dos detentores maiores. 

Se a demanda não aumentar, o mercado poderá enfrentar pressão adicional devido à oferta disponível de Bitcoin, deixando os preços expostos no curto prazo.