Em plena queda do Bitcoin, Ethereum registra um recorde em seus ETPs

O mercado cripto, normalmente volátil, parece ter encontrado estabilidade. O Bitcoin flutua em torno de 103.000 dólares, bem acima dos 100.000, mas longe de seus picos recentes. O Ethereum, por sua vez, está estagnado abaixo dos 2.800 dólares. No entanto, por trás dessa fachada de lentidão, os fluxos institucionais contam outra história. Os produtos cripto listados estão em alta. O palco não desapareceu, apenas mudou de cenário. E o Ethereum acabou de vestir o papel principal.

Ethereum atrai capitais: o cripto em destaque

Esta semana, o Ethereum surpreendeu o mercado, ao ponto de anunciar uma altseason 250 vezes mais potente. Os ETPs lastreados em ETH registraram entradas líquidas de 321 milhões de dólares, um recorde desde dezembro de 2024. Em contraste, os produtos vinculados ao bitcoin perderam 8 milhões de dólares, enquanto o XRP viu 28 milhões de dólares saírem.

Por que Ethereum? A recente aprovação dos ETFs spot em ETH reacendeu o interesse institucional. Seu ecossistema DeFi continua sendo um ímã para capitais, e sua estrutura técnica gera confiança.

Ryan Lee, analista-chefe da Bitget Research, esclarece este momento estratégico:

Ethereum, mantendo-se abaixo da sua resistência em 2.738 dólares, oscila entre 2.200 e 2.800 dólares. Dados on-chain revelam que mais de 67% dos detentores estão no lucro, o que demonstra uma convicção estável, embora a dinâmica de alta pareça limitada enquanto o Ethereum não ultrapassar claramente os 2.810 dólares.

Essa estabilidade inspira confiança e redefine a hierarquia entre as criptomoedas dominantes.

Os ETFs de Bitcoin vacilam: resiliência e turbulências

Enquanto o Ethereum brilha, os ETFs de Bitcoin mostram sinais de cansaço. Após seis semanas de entradas constantes, o dia 30 de maio marcou uma virada. O iShares Bitcoin Trust da BlackRock registrou uma retirada recorde de 430,8 milhões de dólares, seu pior dia desde o lançamento. No dia anterior, todos os 11 ETFs de Bitcoin americanos já tinham sofrido retiradas de 346,8 milhões de dólares. Ainda assim, o iShares se saiu melhor que seus concorrentes, acumulando 790 milhões de dólares na semana.

Apesar disso, seu AUM caiu de 74,8 para 72,9 bilhões de dólares. Em contraste, a 21Shares e a ARK Invest registraram perdas líquidas de 282 milhões, reforçando a ideia de um mercado em transição.

Essas saídas refletem menos um pânico e mais uma rotação estratégica. Lucros foram realizados e posições foram movidas para ativos considerados mais promissores no curto prazo. A cripto permanece resiliente, mas sob pressão.

Cripto: bifurcação ou pausa simples?

Entre a ascensão do Ethereum e as saídas do bitcoin, o mercado cripto mostra um reposicionamento. Junho, historicamente um mês de volatilidade moderada, começou com sinais contraditórios. Michaël van de Poppe antecipa uma semana decisiva:

Se o bitcoin ultrapassar os 106.000 dólares novamente, a festa pode começar.

Ele acrescenta: “Enquanto o Ethereum mantiver seus suportes, a alta pode continuar“.

Essa dinâmica de níveis técnicos coincide com a divulgação de dados econômicos importantes (PMI, desemprego) que provavelmente influenciarão as tendências.

Aqui estão os números-chave para lembrar esta semana:

• 321 milhões de dólares em entradas líquidas para os ETPs Ethereum;
• 430,8 milhões de dólares retirados do ETF Bitcoin da BlackRock em um dia;
• 67% dos detentores de Ethereum atualmente em lucro;
• 790 milhões em entradas para os ETFs iShares, apesar da queda no AUM.

Esses números esboçam um novo paradigma: o Ethereum ganha peso, enquanto o bitcoin busca um novo fôlego. Os ETFs e ETPs tornam-se os termômetros essenciais para captar os movimentos institucionais e antecipar as principais tendências da cripto.

Ver o Ethereum temporariamente ultrapassar seu predecessor não é nada ilógico. Logo após a posse de Trump, um afluxo colossal de 1,9 bilhão de dólares foi registrado no ETH. O sinal é claro: os investidores institucionais definitivamente encontraram seu novo terreno de jogo cripto.