ETF cripto: Bitcoin e Ethereum atraem mais de um bilhão de dólares em um dia

O mercado cripto dá sinais de frenesi. Nos últimos dias, as curvas dispararam. O bitcoin acaba de atingir um novo recorde histórico, ultrapassando os 118.000 dólares. Os ETFs, por sua vez, engolem bilhões como se fossem salgadinhos. Essa dinâmica não é de hoje. Ela começou devagar, depois acelerou. Algo despertou nas profundezas do mercado, e agora tudo está acelerando. Então, é apenas um frenesi passageiro ou uma mudança profunda nas regras do jogo?

Wall Street esquenta: os ETFs batem recordes em sequência

Pensava-se que o setor de ETFs cripto ainda estava hesitante. Mas os números vêm para quebrar esse preconceito. Em apenas um dia, esses trackers atraíram 1,5 bilhão de dólares em fluxos líquidos, com a maioria indo para o bitcoin. A BlackRock levou a melhor com 448 milhões de dólares no IBIT, seguida pela Fidelity com 324 milhões de dólares. No mesmo dia, os fundos Ethereum registraram entradas de 383,1 milhões de dólares, sendo 300,9 milhões apenas para o ETF ETHA.

E ainda assim, as maiores plataformas, como a Vanguard, ainda não abriram a porta. Nate Geraci resumiu bem no X:

Os consultores financeiros, que gerenciam somas colossais, nem sequer começaram a alocar para os ETFs BTC e ETH… E já estamos vendo fluxos próximos aos recordes. Pense nisso.

Quanto aos volumes, o IBIT triplicou sua atividade diária com 5 bilhões de dólares negociados, segundo a Bloomberg. Eric Balchunas destacou o sinal: “Quando o IBIT tem um pico de volume em dias de alta, é muitas vezes um sinal de grandes fluxos institucionais. Podemos ver ainda mais nos próximos dias“.

Bitcoin toca as estrelas: 118.500 dólares, e a história continua

Foi um impulso forte. O preço do bitcoin explodiu para 118.500 dólares, um aumento de mais de 6% em um dia. Paralelamente, o Ethereum atingiu 3.021 dólares, um nível inédito desde 2021. E não é só especulação. Os ETFs compram mais BTC do que os mineradores emitem.

Segundo a Galaxy Research, os ETFs dos EUA deterão 28,22 bilhões de dólares em BTC em 2025, contra uma emissão líquida de 7,85 bilhões de dólares pelos mineradores. Um desequilíbrio que puxa mecanicamente o preço para cima.

Ryan Lee, analista da Bitget Research, enfatiza:

Ultrapassar os 117.000 dólares marca um ponto de virada. É impulsionado pelo apoio pró-cripto da campanha Trump, fluxos massivos para ETFs e a adoção crescente por tesourarias corporativas. Esses fatores anunciam uma tendência de alta duradoura para o terceiro trimestre.

O mais intrigante é essa convergência entre finanças tradicionais e cripto. BlackRock agora ganha mais com seu ETF Bitcoin (IBIT) do que com seu ETF S&P 500. E empresas como Metaplanet no Japão ou The Blockchain Group na França acumulam BTC em suas tesourarias. A fronteira entre ativo especulativo e reserva estratégica está se confundindo.

Cripto sob alta tensão: a finança aposta alto, muito alto

Os sinais de alta se acumulam. Segundo o Standard Chartered, o bitcoin pode chegar a 200.000 dólares até o final de 2025. A Bitwise prevê até que o ativo pode entrar na curva dos “ativos refúgio” tradicionais. Investidores institucionais não estão apenas observando. Eles estão apostando. Em grande escala.

Alguns números-chave:

• 1,5 bilhão de dólares em influxos nos ETFs cripto em apenas um dia;
• 118.500 dólares para o bitcoin, novo recorde histórico;
• 700.000 BTC agora detidos pela BlackRock, ou 55% dos ativos ETF mundiais;
• 868 milhões de dólares investidos por traders em opções apostando que o BTC ultrapasse 140.000 dólares;
• 83% dos fluxos para os ETFs cripto vão ao bitcoin, Ethereum capta 16%.

O Congresso americano, com o lançamento da “Crypto Week”, agora debate um marco regulatório mais claro. O GENIUS Act, em particular, visa definir o papel dos stablecoins. Investidores institucionais antecipam um afrouxamento regulatório, reforçando sua exposição.

Vincent Liu, da Kronos Research, resume o sentimento do mercado afirmando que o retorno da calma macroeconômica e a ascensão dos institucionais reacendem o interesse pelo bitcoin. Isso traduz uma confiança crescente no BTC como ativo regulado e de longo prazo, à semelhança do ouro.

Por trás da explosão do bitcoin, uma mecânica se estabelece: escassez, demanda institucional, efeitos políticos e monetários. Não é apenas um fogo de palha. Pode ser o início de uma reescrita do papel da cripto nas carteiras globais.