Michael Saylor convida a Apple a investir no Bitcoin

Ainda vale a pena comprar bitcoin? A questão nem passa pela cabeça de Michael Saylor. O fundador da MicroStrategy não propõe mais: ele chama. Sempre e continuamente. Seu slogan favorito, “orange pilled”, soa como uma ordem. E desta vez, é a Apple quem ele mira. Saylor pensa grande, ou talvez veja exatamente certo. Uma certeza permanece: ele acredita que o bitcoin pode ser o futuro padrão monetário dos gigantes tecnológicos. Uma fé quase religiosa, a serviço de um único ativo.

Bitcoin contra “buyback”: o chamado de Saylor para a Apple

Em um tweet direto, Michael Saylor declara: “A Apple deveria comprar Bitcoin“. Não é uma sugestão discreta. Ele diz isso um dia após o anúncio da Apple de um programa massivo de recompra de ações: 110 bilhões de dólares. É essa escolha que irrita o empreendedor.

Jim Cramer, o conhecido colunista de mercado, também critica a estratégia:

A maior recompra de ações da história, e a ação despenca.

Saylor vê nessa fraqueza uma oportunidade. Ele defende uma alocação estratégica para o BTC, que qualifica como “reserva suprema de valor“.

Para ele, as recompras não geram inovação nem crescimento real. Ao contrário, possuir bitcoin seria um ato de confiança em um novo padrão econômico. A Strategy atualmente possui mais de 582.000 BTC. A empresa fez dele a base de sua estratégia financeira, com resultados notáveis em capitalização.

Apple e o bitcoin: uma história de atração contrariada

A relação entre Apple e bitcoin é mais complexa do que parece. Oficialmente, a empresa nunca demonstrou apoio ativo ao BTC. Contudo, sinais contraditórios marcam sua história recente. Em 2021, Tim Cook admitiu:

Eu possuo Bitcoin e Ethereum, em uma carteira pessoal.

Mas afirmou imediatamente que a Apple não tinha “nenhum plano” para investir em criptomoedas.

Outro exemplo, o white paper de Satoshi Nakamoto estava escondido em algumas versões do macOS. Foi discretamente removido em abril de 2023. Uma anedota que revela um desconforto interno em relação ao bitcoin.

Por fim, a Apple baniu alguns aplicativos de doações em BTC da sua App Store, e até mesmo Vexl, sob regras rigorosas. Como resultado, a empresa cultiva uma imagem de neutralidade que às vezes roça a ambiguidade.

Então, por que Saylor insiste tanto? Porque ele vê na Apple a primeira empresa capaz de quebrar esse tabu. Uma marca forte, um fluxo de caixa colossal, e uma aura de inovação que pode restaurar a imagem do BTC.

Bitcoin: o trem passa, com ou sem a Apple

O mercado não espera. Se a Apple hesita, outros avançam. Neste momento, há uma verdadeira corrida institucional para o bitcoin. O contexto macroeconômico, a regulamentação mais clara e a chegada de ETFs à vista nos Estados Unidos mudam o jogo.

• Strategy agora possui 582.000 BTC com valor de 40,8 bilhões de dólares;
• Fidelity, BlackRock e Ark Invest posicionaram-se via fundos BTC;
• Os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos acumulam bilhões em entradas líquidas toda semana;
• O preço do BTC permanece resiliente acima de 66.000 dólares apesar da volatilidade de curto prazo;
• Grandes bancos estão explorando serviços relacionados ao bitcoin para seus clientes premium.

A tendência é clara. O BTC entra em uma nova era, onde os institucionais se tornam os motores. Esperar mais tempo é arriscar comprar mais caro ou perder o ímpeto.

Apple e Bitcoin, dois colossos com trajetórias paralelas. Se a convergência acontecer, pode realmente mudar a história. Michael Saylor, isolado em seu sermão contra as GAFAM, será ouvido desta vez?