Michael Saylor exorta os Estados Unidos a comprar mais Bitcoin

Michael Saylor, o homem que construiu sua lenda sobre a rainha das criptomoedas, agora quer impor seu modelo aos líderes americanos. Para ele, não se trata mais de se contentar com as migalhas das apreensões da Darkweb. Washington deve abrir o talão de cheques e acumular reservas massivas de bitcoin. E, aos seus olhos, a urgência é total: é preciso comprar antes que o mundo inteiro entenda o que está acontecendo.

Saylor, profeta do bitcoin ou lobbyista bem inspirado?

Há anos, Michael Saylor não se desvia de sua trajetória: bitcoin seria o único verdadeiro ativo estratégico, embora já seja um ativo estratégico para as empresas. Em uma entrevista publicada pelo Trending Bitcoin, ele disse com força: “Todo o capital do mundo vai convergir para o ciberespaço, para a rede Bitcoin“.

O homem não hesita em prever um preço superior a um milhão de dólares nos próximos anos.

Sua empresa Strategy (ex-MicroStrategy) dá o exemplo. O grupo comprou recentemente 1.955 BTC por 217,4 milhões de dólares, elevando suas reservas para 638.460 BTC. Isso equivale a mais de 47 bilhões de dólares, com um preço médio de compra de 73.880 $.

No Japão, a empresa Metaplanet segue esse caminho com 20.163 BTC já em carteira.

Portanto, Saylor se apresenta como o visionário de uma indústria cripto ainda hesitante. Mas alguns se perguntam se ele não estaria principalmente atuando como lobbyista, buscando arrastar Washington para sua estratégia para fortalecer suas próprias apostas financeiras.

O Congresso explora uma reserva estratégica de Bitcoin

A ideia defendida por Saylor encontra eco inesperado em Washington. O Congresso adotou no projeto de lei H.R. 5166 uma cláusula que obriga o Tesouro americano a entregar, em 90 dias, um relatório sobre a viabilidade de uma reserva estratégica de bitcoin.

O Estado já detém entre 198.000 e 207.000 BTC (17 a 20 bilhões de dólares), principalmente oriundos de apreensões judiciais. Por muito tempo vendidos em leilões, esses ativos agora poderiam ser estocados, como ouro ou petróleo.

O relatório do Tesouro deverá examinar aspectos cruciais: cibersegurança, governança, bases legais e coordenação entre agências. O advogado Kurt Watkins resume assim:

O decreto de Trump criou o quadro para uma reserva estratégica de Bitcoin, mas deixou os mecanismos no vago.

O Congresso pretende preencher essas zonas cinzentas e estabelecer um quadro jurídico preciso. Se o projeto avançar, os Estados Unidos poderiam colocar o bitcoin no centro de seu arsenal econômico e financeiro.

Bitcoin, futuro “ouro digital” para o poder americano?

Esse projeto se insere em uma dinâmica global. Países como Cazaquistão ou Filipinas também estão considerando construir reservas nacionais de cripto. Para Washington, isso poderia transformar o bitcoin em um ativo estratégico oficial, com um status comparável ao do ouro.

Mas os desafios são imensos: volatilidade dos preços, riscos de hacking, integração contábil no balanço federal. Para os defensores, essa aposta é necessária se a América quiser manter sua vantagem na economia digital.

Pontos-chave a reter

• 638.460 BTC já detidos pela Strategy, mais de 47 bilhões de dólares;
• 198.000 a 207.000 BTC atualmente controlados pelo governo americano;
• O Congresso impõe um relatório do Tesouro em 90 dias sobre uma reserva estratégica;
• O preço do bitcoin recuperou os 112.000 $, após forte pressão de baixa.

Com esses números, a rainha das criptos se impõe mais do que nunca como uma questão de soberania. Entre o lobby de Michael Saylor e a nascente estratégia federal, os Estados Unidos talvez estejam delineando os contornos de seu futuro cofre digital.

Michael Saylor insiste: os Estados Unidos podem garantir entre 5 e 25% da oferta mundial de BTC. Com seus meios financeiros, quantos bitcoins os EUA podem comprar? Eles poderiam comprar até 2.350 bitcoins por dia.