Michael Saylor prepara uma nova compra massiva de Bitcoin com Strategy

Desde sua alta pós-FTX, o bitcoin sofreu um novo resfriamento. Os preços recuam, os investidores entram em pânico… e alguns já sentem o bom negócio. Devemos correr para encher os bolsos? Para Michael Saylor, essa questão nem se coloca. Chova ou faça sol, o preço suba ou caia, ele acumula. Sempre mais. Sua última declaração? Duas palavras: “Best continue”. Uma mensagem enigmática. Ou melhor, um sinal?

Quando comprar BTC se torna uma missão empresarial

Acumular BTC tornou-se algo muito mais que uma opção para a Strategy. Desde que Michael Saylor transformou sua empresa em um cofre digital, cada recuo do bitcoin é um convite para comprar mais. Nesta semana, 397 BTC serão adicionados ao tesouro. Em agosto passado, 2,46 bilhões de dólares foram investidos para 20.945 BTC, a 117.526 dólares por unidade. Um preço maior que o atual — 106.064 dólares — mas isso não preocupa Saylor. Ele pensa no longo prazo, nada mais.

O portfólio total chega a 641.205 BTC, adquiridos em 85 operações distintas, com um custo médio de 74.064 dólares. A estratégia baseia-se em uma mecânica clara: endividar-se com inteligência, comprar em massa, esperar que o BTC faça o trabalho. Nesse espírito, a Strategy se proíbe de emitir ações abaixo de 2,5 vezes seu valor líquido para não diluir seus acionistas. A aposta é arriscada? Talvez. Mas para investidores que buscam exposição regulada ao bitcoin, a ação da Strategy tornou-se uma ponte.

E os resultados falam: +3.000% de performance na bolsa desde 2020. Sem minerar um único bloco.

Bitcoin: reserva digital ou bomba-relógio?

Michael Saylor não se limita a comprar. Ele conta uma visão: a de um mundo onde o bitcoin se torna a base das reservas financeiras. Segundo ele, essa cripto está destinada a superar os 13 trilhões do mercado do ouro. Um ativo raro, incorruptível, imparável. E sobretudo, descentralizado. Mas por trás da postura heroica, esconde-se uma mecânica bem ajustada.

A Strategy equilibra dívidas e emissão de ações, mas impõe uma regra rígida para proteger seu valor percebido. A curto prazo, essa alavancagem pode desagradar os puristas. No entanto, isso não impede que outros grupos adotem o método. O Trump Media and Technology Group anunciou uma operação similar em 2025: 2 bilhões de dólares em bitcoin, financiados por capital e empréstimo. O contexto macroeconômico atual, com uma Fed cautelosa e mercados tensos, reforça essa tendência.

A lógica? Em vez de sofrer com a inflação ou deixar o caixa parado, essas empresas preferem apostar na criptomoeda. Resultado: uma nova onda de compras institucionais parece estar se formando, discreta porém poderosa. Mesmo que outras criptos, como Ethereum, aguardem seu momento, é o bitcoin que mantém o trono por enquanto.

O modelo Strategy gera questionamentos, mas se impõe. Aqui estão alguns pontos para entender melhor seu impacto:

• 20.945 BTC comprados em agosto de 2025 por 2,46 bilhões de dólares, a um preço superior ao mercado atual;
• 641.205 BTC: total detido pela Strategy, um recorde absoluto para uma empresa listada;
• 106.064 dólares: preço do bitcoin no momento desta redação;
• +3.000%: alta da ação Strategy desde seu início no bitcoin;
• 85 eventos de compra documentados no BitcoinTreasuries.net desde o lançamento de sua política cripto.

O vento está mudando, afirmam alguns analistas. O que antes era celebrado hoje é questionado. Alguns atores institucionais começam a se afastar do bitcoin e do ethereum, buscando refúgios mais estáveis. A volatilidade, a pressão regulatória e a busca por retorno imediato seriam as causas. No entanto, na Strategy, a bússola permanece apontada para o BTC. E ela não se move.