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Criptomoedas após a morte: A nova função que CZ quer para todos os usuários

Thu 19 Jun 2025 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Cuidar de seus criptoativos enquanto estamos vivos já é um desafio. Entre o medo de roubo, riscos de invasão ou ameaças de sequestro, a prudência é fundamental. Mas o que acontece após nossa morte? Essa questão, ainda tabu no universo Web3, volta à tona com a última iniciativa da Binance. Ela levanta uma problemática tão universal quanto desconfortável: como transmitir aquilo que protegemos tanto sem perder seu rastro?

CZ da Binance enviou uma chave USB para o logotipo do Bitcoin para um indivíduo

Em resumo

  • Mais de um bilhão de dólares em cripto são perdidos todo ano por falta de um herdeiro designado.
  • Binance lança uma função de herança que permite alertar um contato após longa inatividade.
  • CZ defende uma norma universal para transmitir suas criptos segundo proporções definidas.
  • A comunidade alerta sobre o valor imaterial das contas Web3, atualmente difíceis de transmitir.

Cripto órfã: quando os ativos desaparecem com seus detentores

Cada ano, mais de um bilhão de dólares em cripto desaparecem devido a falecimentos não previstos. O número assusta. Diferente do dinheiro tradicional, é impossível contatar um bancário ou apresentar um atestado de óbito para desbloquear uma carteira digital (wallet). Sem a chave privada, seus ativos digitais tornam-se lembranças inacessíveis.

Em uma publicação no X, CZ resume a urgência:

As pessoas evitam esse tema, mas os humanos não são eternos. Cada plataforma deveria oferecer uma função testamentária.

A ideia? Permitir que usuários designem contas beneficiárias com uma divisão pré-definida.

Essa funcionalidade, Binance lançou em 12 de junho de 2025. Ela permite notificar um contato de emergência após longa inatividade, abrindo caminho para solicitação de herança.

Mas esse avanço não resolve tudo. @Uniswap12, usuário ativo da Binance, expressou uma reserva mais sutil: “Minha conta na Binance contém ativos imateriais essenciais, como minhas publicações, meus 72 mil seguidores. Para mim, isso vale mais que dinheiro”.

Função testamentária: rumo a um novo padrão Web3?

O que CZ propõe vai além de uma simples funcionalidade técnica. Ele esboça uma nova norma, onde a morte não é um buraco negro, mas um ponto de passagem. Ao integrar uma “função testamento”, as plataformas não respondem apenas a uma necessidade moral: instauram uma forma de continuidade, quase patrimonial, em um ecossistema conhecido por sua volatilidade.

Para @Binn1190, essa evolução é uma demonstração de verdadeira descentralização:

Os bancos raramente liberam ativos de falecidos. Saber que nossos valores podem ser transmitidos fortalece a confiança.

Paralelamente, CZ sugere abrir contas para menores de idade, para que possam ser beneficiários sem necessariamente negociar. Uma medida que ainda precisa ser regulamentada, mas que abre debate.

Porém, essa vontade esbarra em realidades jurídicas ainda incertas. Nos Estados Unidos, os criptoativos são considerados bens pessoais, comparáveis a móveis ou ações. Portanto, não é possível aplicar os mecanismos tradicionais de seguros de vida ou contas bancárias. Em caso de falecimento sem testamento, aplica-se a lei de sucessão estadual, mas sem a chave privada, a herança fica inacessível.

A solução? Uma dupla abordagem: um testamento clássico acompanhado de instruções técnicas, mantidas de forma segura. Nunca registrar suas chaves no próprio testamento, pois este se torna público durante o processo de inventário.

Herança cripto: o que acontece com nossas identidades digitais?

A morte digital vai além da riqueza. A questão que se coloca hoje: o que acontece com seu “eu” cripto? Seus seguidores, seus tokens SBT, seus identificadores ligados às wallets não são apenas ativos. Eles são seu rastro, sua impressão Web3.

@Uniswap12 alerta com razão sobre esse valor imaterial. Sua conta Binance, como outras, é muito mais que uma carteira. É uma plataforma de influência, um espaço de reconhecimento. Ele pede uma solução inspirada pelos operadores telefônicos: uma cessão integral da conta ao beneficiário designado.

Mas o Web3, por sua própria concepção, baseia-se em vínculos intransferíveis. O “Soulbound Token” é justamente feito para estar ligado a uma identidade única. Como herdar algo que não pode ser dividido nem transferido? O debate está aberto.

Alguns números que falam por si:

  • Mais de 1 bilhão de dólares em cripto não reclamados todo ano após mortes inesperadas;
  • 72 mil seguidores na conta Binance de @Uniswap12, exemplo de influência imaterial;
  • Idade média dos detentores de cripto: 27 a 42 anos;
  • Binance lança sua “função testamento” em 12 de junho de 2025;
  • Cripto não é coberta pelos mecanismos bancários tradicionais no que tange à herança.

Preparar a transferência de bitcoins e criptoativos é uma questão real. Existem reflexões há vários anos, especialmente sobre a transferência de bitcoins após a morte. Foram propostas soluções técnicas e jurídicas. Mas nada substituirá uma consciência coletiva.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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