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Hoje, o bitcoin é um investimento muito mais sólido do que há dez anos

Sat 17 May 2025 ▪ 8 min de leitura ▪ por Nicolas T.
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O bitcoin passou pelo teste do tempo. Comprar bitcoins hoje é muito menos arriscado do que era há 10 anos, 5 anos e até 1 ano.

Um homem visto de trás, sentado em frente a uma tela de computador exibindo uma tendência ascendente espetacular do Bitcoin. Hesitante, ele coça a cabeça com a mão esquerda enquanto sua mão direita paira sobre um grande botão verde marcado "COMPRAR". A cena é banhada por uma luz dramática laranja e azul, enfatizando a tensão do momento.

Em resumo

  • O bitcoin tornou-se um ativo de tesouraria para grandes empresas como MicroStrategy e Tesla, com apoio crescente de instituições financeiras e Estados, como os Estados Unidos, que consideram torná-lo uma moeda de reserva.
  • A aprovação dos ETFs de Bitcoin, a entrada de grandes bancos no setor, o desenvolvimento de aplicativos amigáveis e uma rede segura por um hashrate de 800 exahashes tornam a compra e armazenamento de bitcoins mais simples e seguros do que há dez anos.
  • Diante da inflação global, das desvalorizações monetárias e das tensões geopolíticas, o bitcoin se impõe como reserva de valor e uma moeda apátrida, atraindo até mesmo alguns governos.
  • A Lightning Network resolveu os limites de taxa de transações, mas o bitcoin é mais reconhecido como reserva de valor do que como meio de pagamento. Seu impacto ecológico está sendo completamente reavaliado de forma positiva, enquanto os receios de proibição diminuem em favor dos debates sobre tributação.

Alguns tiveram a sorte de obter bitcoins por uma ninharia, mas, além de alguns cypherpunks, poucos os conservaram. Houve um tempo em que era possível visitar um site para obter 5 BTC gratuitamente e onde se compravam pizzas por vários milhares de BTC.

Milhões de BTC foram perdidos porque ninguém realmente acreditava neles. Colocar todas as economias nisso era considerado, com razão, irresponsável. Dez anos depois, isso não é mais verdade.

1 – Adoção crescente e apoio institucional

O bitcoin faz parte do caixa de centenas de instituições como Microstrategy, Tesla, Block.one, Tether, SpaceX e também The Blockchain Group na França.

Não passa uma semana sem que um grande grupo anuncie o bitcoin como seu principal ativo de tesouraria. Foi a empresa têxtil chinesa Addentax (8.000 BTC) esta semana, e Twenty One Capital na semana anterior (42.000 BTC). Em breve, Amazon?…

Em breve, todos os grandes bancos aceitarão bitcoin como garantia (Goldman Sachs está considerando isso). A Twenty One Capital será a primeira empresa séria a oferecer empréstimos colateralizados por BTC. A taxa oferecida (12%) é salgada, mas cairá com a concorrência.

Os Estados também estão envolvidos, e não são pequenos. O governo de Donald Trump quer claramente fazer do bitcoin a moeda de reserva dos Estados Unidos, como destaca uma recente estimativa da Morgan Stanley. A senadora Cynthia Lummis até propôs vender ouro para acumular bitcoin.

De modo geral, estima-se que as plataformas de troca tenham coletivamente entre 100 e 200 milhões de clientes ativos. Isso são muitos eleitores em potencial a satisfazer… E, a propósito, 50 milhões de endereços bitcoin têm saldo superior a zero, o que sugere um máximo de 50 milhões de “hodlers” (provavelmente cerca de 15 milhões de pessoas).

2 – Acessibilidade e segurança

A aprovação dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos no ano passado foi um marco. Mais de 41 bilhões de dólares foram investidos por meio da BlackRock, Fidelity e outros.

A flexibilização regulatória promovida pelo novo governo americano indica que grandes bancos como BNY Mellon, State Street e Citi entrarão no mercado nos próximos meses. O U.S. Bank (quinto maior banco de varejo) e a Revolut já detêm bitcoins para seus clientes.

Comprar e armazenar bitcoins não é mais tão complexo e arriscado. Enquanto um milhão de BTC foram hackeados entre 2009 e 2020, apenas 4.500 BTC foram roubados desde 2020. Isso equivale a 450 milhões de dólares, em comparação com 130 bilhões de dólares em fraudes com cartão de crédito.

Hoje é muito fácil comprar bitcoins por meio de aplicativos amigáveis e seguros. Sem falar na infinidade de carteiras hardware que permitem tomar posse dos bitcoins (Trezor, Ledger, Safepal, etc.).

A rede Bitcoin também está muito mais segura do que há dez anos graças ao aumento do “hashrate”. Estamos em 800 bilhões de bilhões de hashes por segundo (800.000.000.000.000.000.000 h/s).

Alcançar 800 EH/s exigiria fabricar 4 milhões de Antminers S21 e investir 12 bilhões de dólares. Em suma, a probabilidade de um Estado assumir o controle da rede para minar seu crescimento tornou-se ínfima.

Esse poder computacional garante uma real descentralização e reforça a tese de investimento a longo prazo.

3 – Contextos geopolíticos e econômicos

O cenário econômico mundial mudou bastante desde 2015. Os 25% de inflação dos últimos cinco anos corroeram severamente o poder de compra. Para muitos, foi a primeira experiência com alta inflação após 30 anos de inflação controlada, em torno de 2% ao ano.

Alguns países vivenciaram taxas de inflação bem mais dramáticas. Notadamente a Turquia (750%), Argentina (2.500%) e Venezuela (1.000.000% em 2023).

É natural que o bitcoin desperte cada vez mais interesse como proteção contra a desvalorização das moedas nacionais. O CEO da BlackRock foi direto ao ponto em sua carta anual aos investidores:

Os Estados Unidos desfrutaram por muito tempo do status do dólar como a moeda de reserva global dominante. Contudo, esse privilégio não é garantido para sempre. Se os EUA não conseguirem controlar sua dívida e deixarem seus déficits crescerem desenfreadamente, o Bitcoin pode roubar seu status de moeda de reserva internacional.

Larry Fink, CEO da BlackRock

Adicione as dificuldades econômicas às tensões geopolíticas, e não é surpreendente que uma moeda apátrida e não censurável como o bitcoin se destaque.

Taiwan, um país que corre grande risco em caso de escalada das tensões sino-americanas, entendeu isso bem. O deputado taiwanês Ko Ju-Chun recentemente defendeu a inclusão do bitcoin nas reservas internacionais do país.

O principal argumento dele foi que “o bitcoin não pode ser submetido a um bloqueio/embargo [chinês]”. É o grande temor da ilha, que veria sua moeda desabar no mercado cambial.

Nosso artigo sobre o tema: O Bitcoin evitaria o colapso de Taiwan diante de um embargo chinês.

4 – Muitas incógnitas encontraram uma resposta

Uma das grandes dúvidas em 2015 era se o bitcoin poderia aumentar sua taxa de transação (7 transações por segundo) sem sacrificar sua descentralização.

Desde então, o desenvolvimento da Lightning Network (LN) dissipou as preocupações. A taxa de transação em bitcoins é agora teoricamente ilimitada. [Seria necessário, porém, que todas as plataformas de troca a adotassem, o que não acontece devido à falta de demanda e perdas para as exchanges, especialmente em taxas.]

A baixa demanda se deve ao fato de que as transações em bitcoin (com LN) não são competitivas em relação a Visa e Mastercard. A razão é que as exchanges cobram taxas de transação na compra de bitcoins.

Não perca nosso artigo sobre a Lightning Network: Esta rede que muda tudo para o Bitcoin.

A corrente principal hoje é que o bitcoin não precisa substituir as moedas nacionais para “dar certo”. O argumento chave é que uma sociedade complexa precisa criar dinheiro ex nihilo para financiar infraestruturas intensivas em capital como usinas nucleares, ferrovias, etc.

Isso é o que chamamos de “sistema fiat”: os bancos emprestam dinheiro criado ex nihilo, que é destruído quando o empréstimo é pago. Contudo, não se pode criar bitcoins ex nihilo, e esse é o seu diferencial. As moedas fiat e o bitcoin não têm o mesmo propósito.

Também ficou muito claro que o bitcoin não é o desastre ecológico que nos fizeram acreditar, pelo contrário. Em breve será uma ferramenta indispensável para o ajuste da demanda nas redes elétricas. Muitos estudos muito sérios reconhecem isso:

Por fim, o espectro de uma proibição ao estilo chinês pertence definitivamente ao passado. A questão agora é escolher o regime fiscal adequado. Por exemplo, não há imposto sobre ganhos de capital na Alemanha, Portugal e na República Tcheca quando se mantém bitcoins por vários anos (sem especular).

O bitcoin deveria ser tratado como moeda e, portanto, não tributado. Essa é a última fronteira, que provavelmente será ultrapassada pelo governo americano.

Não perca nosso artigo: Bitcoin: “A ordem monetária mundial está desmoronando”.

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Nicolas T.

Reporting on Bitcoin and geopolitics.

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