O Bitcoin está batendo recordes - Os RWA entram no jogo

Quando o bitcoin flerta com máximas inéditas, os holofotes se voltam novamente para o universo cripto. Essa recuperação espetacular, impulsionada pelos ETFs e uma adoção institucional crescente, coincide com o surgimento de outro fenômeno: a tokenização de ativos reais (RWA). Esses instrumentos híbridos, entre a finança tradicional e o Web3, atraem uma nova onda de investidores em busca de estabilidade e diversificação.

Por que os RWA atraem tanto os investidores?

Os RWA são ativos do mundo real (bens imobiliários, ouro, obrigações…) representados por tokens na blockchain. Essa inovação permite o acesso a investimentos antes reservados a uma minoria.

Em 2025, esse mercado explodiu: +260 % em seis meses. A capitalização passou de 8,6 para 23 bilhões de dólares. Por quê? Um contexto favorável: aumento das taxas, crise do crédito bancário, atração por rendimentos estáveis.

Os investidores encontram várias vantagens:

• Rendimentos regulares, via aluguel imobiliário ou cupons de obrigações;
• Entrada de capital reduzida, graças ao investimento fracionado;
• Melhor clareza regulatória, com projetos líderes registrados ou reconhecidos pelas autoridades;
• Potencial descorrelação dos mercados cripto voláteis, já que os RWA estão ligados à economia real.

Além disso, há uma infraestrutura mais madura. Plataformas como Centrifuge, Ondo ou RealT ganharam notoriedade e legitimidade. Sua oferta, lastreada em ativos tangíveis, atrai tanto curiosos quanto investidores experientes. Os RWA não são mais um gadget da DeFi, mas um pilar emergente da finança on-chain.

Mergulho nas grandes famílias de ativos RWA

Desde 2023, as iniciativas se multiplicam para permitir que todos invistam em RWA. Aqui estão as grandes categorias a conhecer.

Imobiliário tokenizado: RealT e o imobiliário em pedaços

O imobiliário tokenizado é o segmento mais intuitivo. RealT, pioneira do setor, oferece comprar frações de imóveis para aluguel nos Estados Unidos via tokens ERC-20. Cada token dá direito a uma parte dos aluguéis recebidos, pagos em USDC.

Com aportes a partir de 50 $, a acessibilidade é máxima. Tudo é regulado, com estrutura jurídica por meio de LLCs locais. O rendimento bruto pode variar de 8 a 12 % ao ano, dependendo dos imóveis. Um exemplo forte da finança acessível via blockchain.

Obrigações e tesouraria: Ondo, Credefi e os títulos do Tesouro

Para investidores cautelosos, as obrigações tokenizadas oferecem estabilidade e rendimento. Ondo Finance tokeniza títulos do Tesouro americano em forma de ativos digitais (OUSG, USDY…). Esses tokens geram rendimento líquido próximo de 5 %, acessível sem passar por um corretor tradicional.

Credefi vai além, oferecendo empréstimos garantidos por empresas europeias, combinando análise tradicional de risco e execução via smart contracts. Trata-se de um mix entre obrigações privadas e DeFi, com retorno estimado entre 8 e 12 %.

Créditos e factoring: Centrifuge e RealT tokenizam faturas

O factoring ou financiamento de créditos comerciais também encontra espaço na blockchain. Centrifuge, em parceria com Aave ou MakerDAO, permite que PMEs tokenizem suas faturas ou contratos de leasing. RealT também oferece esse serviço.

Os investidores adiantam tesouraria em troca de retorno estável, com rendimentos que podem chegar a 13 %. Esse modelo abre o acesso a uma classe de ativos antes reservada a bancos ou fundos especializados.

Commodities: O ouro digital com Paxos Gold e Tether Gold

Possuir ouro sem cofre ou transportadora? Agora é possível. Paxos Gold (PAXG) e Tether Gold (XAUT) permitem deter uma onça de ouro, lastreada por um lingote físico guardado em cofre seguro.

Esses tokens, compatíveis com os padrões Ethereum, negociam-se como qualquer ativo cripto. O ouro mantém sua reputação de valor refúgio, e essas versões digitais o tornam líquido, portátil e mais fácil de integrar em uma carteira Web3.

Ações e ETFs tokenizados: Backed Finance replica a Bolsa

Última categoria em alta: a tokenização de ações ou ETFs. Backed Finance oferece tokens como bCSPX (equivalente a um ETF S&P 500) ou bAAPL (Apple). Esses ativos reproduzem a performance de títulos listados, mas são acessíveis sem conta de títulos nem KYC complexo.

Os detentores não possuem diretamente a ação, mas uma representação econômica. A vantagem? Exposição rápida, fracionada, utilizável como colateral no ecossistema DeFi.

Três dicas para começar bem nos RWA

O universo RWA ainda é jovem. Aqui estão algumas boas práticas para evitar armadilhas:

• Busque transparência: prefira projetos que publiquem auditorias, tenham equipe visível e um quadro regulatório claro;
• Diversifique seus investimentos: não aposte tudo em imóveis ou ouro. Combine obrigações, ações e factoring para equilibrar o risco;
• Fique atento à liquidez: alguns tokens são pouco negociados ou bloqueados por certo tempo. Sempre verifique se uma revenda rápida é possível.

Não se esqueça também das questões fiscais, que variam conforme seu país de residência. Por fim, como qualquer ativo digital, os RWA dependem da infraestrutura blockchain: carteira segura e vigilância são essenciais.

Os RWA não são apenas uma moda passageira. Eles estão redesenhando o cenário da finança descentralizada, um ativo de cada vez. RealT é um exemplo perfeito, tornando o investimento imobiliário tão simples quanto alguns cliques. Fizemos uma busca R2E em parceria com o projeto, que você pode descobrir caso queira aprender mais sobre ele enquanto ganha recompensas. À medida que as ferramentas amadurecem, as linhas entre finança tradicional e cripto se desvanecem, abrindo um mundo de oportunidades para os investidores de hoje.