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O CEO da BlackRock fala novamente sobre o Bitcoin

20h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Nicolas T.
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Larry Fink reacendeu o debate. O bitcoin é antes de tudo uma moeda do dia a dia, ou uma reserva de valor?

Um CEO sorridente em um terno escuro encara um Bitcoin gigante e brilhante que irradia uma aura laranja, em um estilo de história em quadrinhos retrô dos anos 70, contrastando as sombras com o brilho dourado da criptomoeda.

Em resumo

  • Larry Fink não acredita que o bitcoin substitua o sistema fiduciário.
  • O bitcoin é mais uma espécie de ouro digital que protege contra a desvalorização das moedas fiduciárias.
  • Por que o bitcoin não poderia substituir totalmente o sistema fiduciário?

Bitcoin, o ouro digital

Para o CEO da BlackRock, o bitcoin é ouro, não um substituto das moedas nacionais. “Eu me tornei um defensor do bitcoin. Não como moeda do dia a dia, mas como ouro digital”, declarou ele.

Acumulamos bitcoins quando temos medo pelo nosso país, quando tememos que a moeda nacional perca valor.

Larry Fink, CEO da BlackRock

Além disso, todos sabem que as moedas nacionais continuam a perder valor. 10.000 dólares em 2015 hoje compram apenas 5.980 dólares em mercadorias. Uma perda de 40% do poder de compra em apenas dez anos…

Sendo que o dólar é uma das moedas mais fortes do mundo! A conta é bem mais pesada na Turquia, Argentina, Egito, Venezuela, Líbano, Nigéria, etc. Lá, a inflação está em dois dígitos, até mesmo três dígitos na última década.

O bitcoin é uma revolução porque retira dos mais ricos o privilégio exclusivo de se beneficiar da inflação, enquanto os menos afortunados a suportam. Isso porque é possível comprar 100 euros em bitcoin, enquanto que seria necessário centenas de milhares de euros para acessar ativos raros, como imóveis de luxo, obras de arte, boas oportunidades na bolsa, etc.

Por que o bitcoin competiria com imóveis de luxo? Porque ele é uma inovação tecnológica que ofereceu ao mundo pela primeira vez um ativo líquido (ao contrário de imóveis ou da Mona Lisa) e cuja quantidade é absolutamente limitada.

Enquanto a inflação sempre beneficiou os ricos, o bitcoin vem para mudar tudo. Qualquer pessoa pode proteger sua poupança desde o primeiro euro.

Por que Larry Fink acha que o bitcoin não pode substituir as moedas nacionais? Resposta na terceira parte.

A desvalorização monetária sem fim

Larry Fink sabe que a desvalorização das moedas nacionais não vai parar tão cedo. Basta olhar para a maior economia mundial para se convencer.

A dívida federal dos EUA aumentou 1 trilhão de dólares nos últimos 50 dias. Ou 21 bilhões de dólares por dia.

Os EUA registraram um déficit de 291 bilhões de dólares apenas no mês de julho de 2025. É simples: o nível de despesas públicas em relação ao PIB é semelhante aos níveis da Segunda Guerra Mundial e da crise de 2008.

O déficit orçamentário subiu 7% em relação a 2024. Já chega a 1,63 trilhão de dólares, colocando 2025 no caminho para registrar o terceiro maior déficit da história dos EUA.

No total, a dívida está agora perto de 37 trilhões de dólares, ou 108.000 dólares por pessoa. A Europa não fica atrás. A dívida por francês é de 51.000 euros (~60.000 $).

Essa corrida para a frente é regra quase em todo lugar. O problema é que a base monetária cresce em média 7% ao ano há um século (nos EUA), enquanto o crescimento não acompanha.

De 1970 a 1980, o crescimento do PIB dos países avançados passou de 3,75% para 3,25%. Depois 2,75% entre 1980 e 1990, 2,25% entre 1990 e 2000, 1,75% entre 2000 e 2010 e finalmente 1,25% de 2010 a 2020.

Não conseguimos mais gerar crescimento suficiente para acompanhar a criação monetária. Daí a aceleração da inflação e o sucesso global do bitcoin.

O bitcoin não é uma moeda?

Claro que é, especialmente graças à Lightning Network. Pagamentos em bitcoin são tão fáceis quanto pagamentos com cartão. Muitas empresas aceitam, mas é verdade que ainda é longe de ser universal. Por várias razões.

A primeira é que é preciso pagar taxas de transação muitas vezes altas para comprar bitcoins. Então se livrar primeiro dos seus euros pode poupar dinheiro.

A segunda é que o bitcoin não pode realmente substituir o sistema bancário, que é indispensável para sociedades complexas (usinas nucleares, fábricas de semicondutores, constelações de satélites, trens, aviões, etc).

A capacidade de criar dinheiro ex nihilo e destruí-lo no momento do pagamento é a pedra angular de toda economia. Sem essa ferramenta monetária, adeus usinas nucleares, ferrovias e até acesso à propriedade imobiliária. Em resumo, tudo que custa muito caro e cujo amortecimento se estende por anos.

Não poderíamos construir uma civilização avançada sem sistema bancário. Precisamos de um “sistema de reservas fracionárias” que, por definição, não pode existir se a quantidade de moeda é fixa.

A base monetária precisa ser ao mesmo tempo elástica e permanentemente crescente. Por quê? Para que cada ator econômico consiga encontrar dentro do magma da economia dinheiro suficiente para pagar seu empréstimo, MAIS os juros. Esse imperativo contábil é o que faz o sistema fiduciário ser um esquema ponzi.

Por isso Larry Fink não acha que o bitcoin possa substituir as moedas nacionais. Precisamos de duas moedas. Uma para investir, outra para poupar.

O bitcoin não precisa substituir todo sistema monetário para ser bem-sucedido. Não perca nosso artigo: Bitcoin: A Corrida dos Touros continua!

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Nicolas T.

Reporting on Bitcoin and geopolitics.

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