O Choque Quântico Chinês: As blockchains diante da iminência do Dia Q
Em maio de 2025, a China alcançou um marco importante em cibersegurança ao realizar a primeira chamada de voz criptografada por tecnologia quântica em mais de 1.000 km entre Pequim e Hefei. Essa conquista baseia-se em uma rede nacional de distribuição quântica de chaves (QKD) que cobre 16 metrópoles, protegendo já 500 agências governamentais e 380 empresas públicas. Paralelamente, a China revelou o Tianyan-504, um computador quântico supercondutor com 504 qubits, acessível via nuvem e que registrou mais de 12 milhões de conexões de 50 países. Esses avanços marcam uma transição do estágio experimental para uma realidade operacional, sinalizando uma aceleração rumo ao “Q-Day”, o momento em que computadores quânticos poderão quebrar as criptografias clássicas.
Em resumo
- A China implanta comunicação quântica em grande escala, com uma rede QKD de 1.000 km e um computador quântico de 504 qubits já operacional.
- A decodificação quântica está mais próxima do que o previsto, acelerando significativamente o prazo do Q-Day e fragilizando RSA e ECDSA.
- As blockchains devem evoluir rapidamente, com arquiteturas descentralizadas pós-quânticas como a do Naoris Protocol para se manterem seguras.
Decodificação: Tianyan-504 e a rede QKD
O Tianyan-504, equipado com o chip supercondutor “Xiaohong”, representa um avanço significativo na corrida global pela supremacia quântica. Com seus 504 qubits, rivaliza com plataformas internacionais em termos de tempo de vida dos qubits e fidelidade de leitura.
A rede QKD da China Telecom, por sua vez, se estende por mais de 1.000 km entre Pequim e Hefei, integrando 16 redes metropolitanas para proteger as comunicações governamentais e industriais.
Essas infraestruturas demonstram a capacidade da China de implantar soluções quânticas em grande escala, reforçando sua posição de liderança no campo.
A ameaça quântica: RSA-2048 vulnerável mais cedo que o previsto
Tradicionalmente, estimava-se que seriam necessários cerca de 4.099 qubits lógicos para fatorar uma chave RSA-2048. No entanto, pesquisas recentes reduziram esse número para aproximadamente 1.730 qubits lógicos, aproximando assim a possibilidade de quebrar essa criptografia.
Além disso, um estudo da Google Quantum AI sugere que a fatoração de uma chave RSA-2048 poderia ser realizada em menos de uma semana com menos de um milhão de qubits barulhentos, acelerando consideravelmente o cronograma do Q-Day.
Essa compressão do cronograma enfatiza a necessidade dos sistemas de segurança atuais, incluindo as blockchains, de se prepararem para uma era pós-quântica iminente.
Blockchains na linha de frente: Vulnerabilidades e cenários de ataque
As blockchains, especialmente aquelas que utilizam assinaturas RSA ou ECDSA, estão particularmente expostas às ameaças quânticas. Os atacantes podem adotar uma estratégia “colher agora, descriptografar depois” e coletar dados criptografados hoje para decodificá-los quando o poder computacional quântico permitir.
Carteiras frias, cujas chaves públicas já estão expostas, também são vulneráveis. A migração para sistemas pós-quânticos é complexa e requer atualizações significativas nas infraestruturas existentes.
Contra-medidas ocidentais: Padrões PQC e iniciativas de infraestrutura
Diante dessas ameaças, o Ocidente desenvolve padrões de criptografia pós-quântica (PQC) por meio do NIST. Projetos como o Ethereum também exploram soluções PQC.
Entre as iniciativas notáveis, o Naoris Protocol propõe uma infraestrutura descentralizada que integra criptografia pós-quântica, consenso de prova de segurança (dPoSec) e inteligência artificial em enxame (Swarm AI) para criar uma malha de segurança autorreparadora.
Entrevista com Naoris Protocol: Perspectivas e recomendações
Para entender melhor os desafios da cibersegurança nesse novo contexto pós-quântico, entrevistamos a equipe do Naoris Protocol, que propõe uma abordagem radicalmente diferente, baseada na resiliência descentralizada.
- P1: Qual é o alcance tecnológico da rede QKD de mais de 1.000 km e das 16 redes metropolitanas interconectadas?
A rede QKD da China Telecom representa um marco importante, saindo da teoria para a realidade operacional. Esse sistema é capaz de proteger comunicações em grande escala, como evidenciado pela primeira comunicação vocal criptografada por quantum entre Pequim e Hefei em uma distância de 1.000 km, sustentada por redes quânticas metropolitanas ativas em 16 centros urbanos. No entanto, apesar do avanço tecnológico impressionante, essa rede permanece uma arquitetura centralizada, com pontos críticos de falha. Em particular, os oito nós centrais do sistema ainda são alvos potenciais para ataques sofisticados, o que representa um risco significativo. O Naoris Protocol, por sua vez, defende uma abordagem descentralizada para superar essas vulnerabilidades. A ideia é evitar qualquer concentração dos pontos de controle, garantindo assim uma segurança reforçada, mesmo diante de ameaças potenciais, assegurando também a máxima resiliência na escala das infraestruturas críticas.
- P2: Sua estimativa sobre a vulnerabilidade das blockchains clássicas mudou após esses anúncios?
Sim, a ameaça agora é “iminente”. Com a implantação de plataformas quânticas como Quantum Secret e Quantum Cloud Seal, a cibersegurança blockchain clássica está operando com tempo emprestado. Essas plataformas já estão em uso em setores comerciais e governamentais, com financiamento considerável por trás delas. A questão não é mais quando os computadores quânticos quebrarão a criptografia atual, mas sim quais transações arquivadas serão decodificadas em prioridade. Cada assinatura e cada chave pública expõe a uma vulnerabilidade permanente.
- P3: O que você aconselha aos protocolos DeFi e aos detentores de carteiras frias diante de uma coleta pré-Q-Day das chaves públicas?
Atualizações criptográficas por si só não são suficientes. Para os protocolos DeFi, é vital adotar arquiteturas de validação descentralizadas, como a do Naoris Protocol, que oferecem defesa em profundidade contra ataques quânticos. Esse modelo permite a criação de consensos comportamentais mais robustos do que os simples mecanismos criptográficos. Para os detentores de carteiras frias, é essencial evitar a reutilização dos endereços, pois isso aumenta a vulnerabilidade. As estratégias de migração devem garantir que assinaturas antigas não fiquem expostas. A segurança real virá de redes de validação onde milhares de nós verificam o comportamento dos usuários, proporcionando assim proteção contra ataques quânticos.
Os avanços da China em tecnologias quânticas representam um sinal de alerta para os sistemas de segurança mundiais. As blockchains, em particular, devem evoluir rapidamente para arquiteturas resilientes e pós-quânticas para evitar vulnerabilidades críticas. Iniciativas como a do Naoris Protocol mostram o caminho para uma cibersegurança descentralizada e adaptativa, essencial nesta nova era tecnológica.
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